Capítulo 15.

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Do céu caia uma forte chuva, enquanto Khaenys escrevia diversas cartas em seu quarto, algumas para suas filhas, outras para seus irmãos, outras para seus sobrinhos, e principalmente para os membros do conselho, com comandos exatos do que fazer após sua morte.

Durante o primeiro dia ela se dedicou a ter certeza que o reino ficaria seguro depois de sua partida, e deixando cartas para cada membro do pequeno e grande conselho, garantindo a continuidade pacífica do governo.

Sua febre era forte, e tudo que ela fazia era com um esforço tremendo.
Até comer era uma tortura, sua cabeça martelava, mas ela comia com vontade, para se manter de pé pelo máximo de tempo possível.

Visenya perguntava pela mãe, a única das três meninas que realmente podia se comunicar de forma correta, mas não conseguia nenhuma resposta satisfatória das amas que também não tinham ideia da situação da rainha, visto que também estavam em isolamento.

Quando a epidemia se acalmou por completo na cidade, Khaenys permitiu que as filhas e irmãos fossem libertos, mas ela se trancou em seus aposentos, e só recebia notícias de um mensageiro que vinha de hora em hora pegar e levar cartas para a rainha.

A pequena princesa andava pelo castelo preocupada, esperando que a mãe saia para acudi-la, mas nada, ela passou a dormir na porta do quarto.


No segundo dia, a febre da rainha era tanta que foi necessário um meistre ao seu lado o dia todo, mas Khaenys reclamava de um frio absurdo, mesmo queimando em febre, mas as criadas fecharam as janelas, deixando o quarto abafado, mas a rainha ainda reclamava de frio.

Visenya conseguiu ver um pouco de sua mãe pela porta entreaberta, e quase chorou ao vê-la suando, gritando com os criados e desmaiando de dor.

A rainha ficou horas na cama, até arranjar forças para levantar.

Era já tarde da noite, e ela sentiu que precisava de um ar, então conseguiu descer até o pátio, onde Kanax acordou ao sentir sua aproximação, rugindo para ela, que andava com muita dificuldade até ela, queimando.

Khaenys se escorou na dragão, sentindo seu frio com alívio, a dragão parecia preocupada, pois se enrolou na montadora, deixando que todo seu corpo fosse esfriado por ela, isso inacreditavelmente aliviou a febre da rainha segundo os meistres.

Ela passou a noite ali, dormindo ao lado de seu dragão, e de manhã foi encontrada pelas criadas, que a levaram com cuidado para não acordar Kanax.

Na manhã do terceiro dia a febre da rainha tinha se amenizado pouco, talvez pela noite em frio extremo, mas ela conseguiu terminar todas as cartas, e manteve somente as que iriam para a família consigo, e incluiu cartas para Rhaena e Baela, mesmo não sendo próxima delas.

As criadas levavam todo tipo de comida para ela, que ficava na varanda de seu quarto, sentindo a brisa nos cabelos soltos, com Terror sempre ao lado.
Levaram-lhe sopa, bolo, torta, carne de porco, carne de veado, carne de boi, tudo que podia ser comido foi levado a rainha, que estava fraca, e começando a ter os delírios comuns da doença.

Ela jurava ver Kanax voando no céu, com suas longas asas cobrindo a cidade, mas as criadas a diziam que o dragão estava repousando no pátio durante todo o dia, e não teria chances de estar no céu.
Ou ela começava a tremer, quase chorando, dizendo ver Jace, Luke e Joff em sua frente.

_Meus meninos..._ ela sussurrava, segurando o vento, como se seus rosto estivessem ali_ me perdoem por não tê-los salvo.

Nessas horas onde as ilusões eram fortes, os meistres lhe davam leite de papoula para dormir, e a colocavam em banheiras de gelo para aliviar o calor do corpo, mas de nada adiantava.

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