Capítulo 11.

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O massacre que se pintou no hall de Pedra do Dragão seria dito como uma batalha quase que unilateral.
Pai e filha eram muito mais experientes em batalha do que os meros soldados mal treinados que ficaram na ilha depois da partida da corte de Rhaenyra para Porto Real, e mesmo passando para o lado de Aegon, ainda não eram fortes contra os dois Targaryen que foram o terror durante a guerra.

As duas espadas de aço valiriano cantavam contra os inimigos, cortando membros a rodo, e o sangue pintaria os cabelos prateados dos dois de vermelho escuro, dando um certo ar de loucura para os dois.

O chão de pedra da fortaleza estava em puro vermelho quando a carnificina se encerrou, mas quando foram buscar a rainha e o irmão mais novo Aegon, notaram seu sumiço.

_Merda merda merda!_ Khaenys grita, em coro com Kanax, que voava até eles, descendo das nuvens com Caraxes atrás.

Os dois ficaram agitados juntos, e os dragões também, mas logo Daemon segura o braço de Khaenys com força, a fazendo olha-lo nos olhos.

_Vá buscar sua mãe, cuidarei daqui e depois volto para te ajudar, você é forte, consegue lutar sozinha, e terá Kanax_ ele olhava nos olhos da filha, que assentiu, correndo até o dragão branco, e pulando em seu flanco.

Ela ruge, empinando antes de voar alto, seguindo em linha reta até Porto Real.
Um turbilhão de possibilidades corria na mente de Khaenys, mas nada que fosse prepara-la para o que iria presenciar.

Ninguém esperava a chegada da princesa, ou a corte de Aegon era tão fraca que não tinha guardas suficientes para cobrir o pátio, mas quando as asas de Kanax foram vistas, e o peso do imenso dragão atingiu o solo, todos os poucos cavalariços que estavam do lado de fora correram para se refugiar na Fortaleza Vermelha.

Ela desceu do dragão, desembainhando Terror enquanto corria para dentro, a tempo de ver a cena que mancharia sua memória, e deturparia toda sua moral naquele único momento.

Depois do furioso ataque em Pouso das Gralhas contra Aegon e seu dragão Sunfyre, ambos saíram com feridas permanentes, o rei estava acabado, com queimaduras que cobriam metade de seu rosto e tronco, com pernas tão magras e frágeis que incapacitavam ele de subir até o trono, o forçando a sentar na beira dele, em um banco almofadado, era uma vergonha de se ver.
Mas o que estava em um pior estado era o pobre dragão dourado, considerado o mais belo de todos, agora nem voar conseguia, com as asas arruinadas, com ferimentos tão profundos que jorravam sangue fervente, era triste, e doía o coração de Khae imaginar Kanax naquele estado.

Mas mesmo naquele estado deplorável, o maldito rei e seu dragão miserável conseguiram tirar a vida de Rhaenyra, enquanto seus dois filhos vivos, Khaenys e Aegon, assistiam a assombrosa cena.

Aquele momento ficaria encrustado na mente dela, assombrando ela como um vulto no meio da noite.

O fogo consumindo Rhaenyra, o dragão engolindo os restos dela, tudo parecia fora do normal para a princesa, que ficou paralisada na frente de tudo aquilo.

Enquanto a cena acontecia, ela ficou parada, mas assim que o dragão engoliu o que antes era sua mãe, era como se seus músculos voltassem a funcionar, e ela correu, ela correu não para longe, mas para direto contra o rei, e Khaenys estava tão escondida que ninguém tinha visto a mesma até a ponta de sua espada estar na garganta do rei.

_Como ousas seu monstro?!_ ela estava rouca, talvez de tanta raiva, era como se as palavras rasgassem sua garganta.

Aegon ficou assustado, era tão indefeso e inútil ali que nem conseguiria se defender.

_Acha que tem o direito?! De matar um dragão com outro dragão?!_ ela sempre teve ideais altos quando se tratava de como matar um Targaryen, e era sempre na espada.

KhaenysOnde histórias criam vida. Descubra agora