Capítulo 5.

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As ruas estavam escuras, mas a clara movimentação da rua da seda fazia com que Khaenys e Daemon se disfarçassem em meio as prostitutas e lutadores ilegais na baixada das pulgas.

A lua estava alta, e esperando fora dos limites de Porto Real, junto de mais cinco guardas a cavalo estavam Caraxes e Kanax, esperando seus montadores terminarem o serviço sujo.

_Tem certeza do caminho Khaenys?_ Daemon segura o braço dela com força, fazendo-o latejar.

_Sim pai, tenho certeza_ ela puxa seu braço de volta, olhando-o com firmeza_ agora me siga se não pretende parar com algumas mulheres em uma dessas casas.

Eles seguem pelos becos estreitos, Khae sempre os guiando, com  capuz cobrindo seus cabelos trançados.
Quando chegaram aos altos muros do castelo, ela rodeou a pedra, procurando a porta de madeira que usava para ir aos clubes ilegais quando mais nova com Aemond e Aegon, não se orgulhava disso.

_Aqui_ ela empurra a porta, que range antes de abrir em um impulso forte, dando espaço para um longo e escuro túnel que passava por dentro do muro do castelo, e entrava direto no fosso dos dragões_ Tocha_ ela pega o bastão com um pano ensopado em piche e seu guarda acende a chama, iluminando o espaço que ocupavam_ entrem, sem barulho_ Daemon e mais três guardas se juntam no estreito corredor, Khae fecha a porta, e os guia pela escuridão.

Eles passam pelo percurso do muro, chegando a mais uma porta velha, que precisam se espremer e andar de lado, até chegarem no fosso, onde se ouvia os rugidos dos dragões que estavam por lá.
A essa altura da noite, ninguém estaria acordado em sã consciência, pelo menos não quem eles queriam.

Eles entram pelo caminho que Khaenys e Jacaerys usavam para entrar no fosso, subindo as escadas em espiral até a cozinha, e se embrenhando no castelo.
Ela apaga a luz da tocha em um balde d'água, deixando o bastão ali mesmo, e todos juntos sobem as escadas da fortaleza vermelha, passando pelos montes de quartos, todos silenciosos, vazios provavelmente depois da saída de Rhaenyra, Daemon, seus filhos e Rhaenys.

O quarto de Helaena era no final do segundo andar, em uma espécie de torre com vista para o mar, os rumores era de que ela não suportava dividir o quarto com Aegon, e aquele era o quarto mais próximo de Aemond, seu suposto amante, isso irritava Khaenys.

_Fique aqui_ ela diz para somente um dos guardas_ só eu e Daemon entramos_ o guarda confirma, se postando em frente a porta, e Khae abre a mesma com cuidado, vasculhando o quarto com o olhar, e sorri ao ver as três crianças de Helaena na cama com ela.

Khaenys, Daemon e mais dois guardas passam pela porta, os guardas ficam em frente a ela, e Khae, vai direto para as crianças, agarrando o pequeno Maelor, e Daemon segura Jaehaerys, tampando suas bocas, mas já era tarde, Helaena e Jaehaera acordaram.

_O que está acontecendo?_ Helaena fala sonolenta, mas logo voltando aos seus sentidos quando vê o rosto de Khaenys iluminado apenas por um fino fio de luz da lua_ Khaenys?!_ ela olha para suas mãos, vendo seu filho nos braços dela, assustado e espernando_ Maelor?!

Helaena tenta alcançar o filho, mas Khae anda para trás, fazendo-a cair no chão.

_Não tente toca-lo, querida Helaena, será pior para ele_ ela vê o reflexo de Terror na mão de Khaenys, brilhando como se desejasse sangue Targaryen.

_Não faça nada com ele, por favor Khaenys..._ ela então se lembrou de Jaehaerys, se virando para Daemon, e entrando em um pânico maior, segurando a filha com força, como uma leoa sobre seu filhote.

_Não pretendemos fazer mal a suas crianças_ Khaenys e Daemon se juntam, os jovens garotos, de não mais que seis e dois anos, desesperados nos braços deles, mas não tinham forças, principalmente o pequeno Maelor, que chorava com a visão de Terror ao seu lado.

KhaenysOnde histórias criam vida. Descubra agora