Vigésimo nono capítulo

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Me esgueiro pelos corredores do castelo sombrio até chegar onde Aiko está presa. Entro com a mesma facilidade da primeira vez, mas quando a vejo tomo um susto. Ela está fraca, provavelmente precisando de sangue, mas isso não é dado a ela.

Ao invés da sua animação de sempre, ela só me encara rapidamente e depois desvia o olhar.

- Sabe, Bryanna - Começa, eu fico olhando para ela através das grades. - Eu sempre confiei tanto em você que acabei esquecendo de me proteger. Faz um tempo desde a floresta, não faz? Você preferiu lutar com aquela vampira ao invés de me procurar, e agora estou aqui.

- Aiko... - Me encosto nas barras, tanto chamar sua atenção.

- Não precisa dizer nada. Você sumiu por tanto tempo que eu só... Desisti. Se nenhum caçador me matar, então eu viverei assim eternamente.

- Não - Afirmo, com certeza. - Isso não ficará assim.

Então eu a deixo, planejando a maior loucura da minha vida até agora.

Vou desafiar Wera.

Sem espada. Sem proteção. Sem nada. Tudo que quero é que ela deixe Aiko livre. Quero que pague de algum jeito pelo que fez em Ivory.

Ando pelos corredores, procurando por seus aposentos. Não me importo de ser vista pelos criados ou outros vampiros, e sigo caminhando pelo lugar extenso e mal iluminado. As janelas aqui não permitem que a iluminação entre, as tochas estão apagadas, e eu ando decidida sob a escuridão, os punhos cerrados. Eu deveria ter dito isso para Lilith, mas preferi deixar ela descansar em sua cama confortável enquanto me arrisco por aqui, mas a raiva é tão forte que não penso em como tenho medo de Wera.

Ouço risadas vindo de um cômodo, e quando me aproximo da porta entreaberta, veja Lady Wera com uma taça. Talvez seja sangue, a julgar pela cor. Ela ri enquanto conversa com o espelho, e eu entro no cômodo em hesitar.

Quando se vira para averiguar o que fez a porta ranger, Lady Wera solta a taça e eu vejo o sangue que estava ali dentro. Ela me encara com uma fúria no olhar, e cerra seus punhos.

- O que... Você... - Ela pergunta entre dentes.

- Eu irei provar a você que nem sempre os vampiros vencem, Wera.

Suas garras aparecem, eu percebo que esse é um momento onde não posso vacilar.

- O que eu mais desejo nesse momento é a sua morte, humana infeliz - A vampira caminha até mim, mas não recuo. - Entretanto, há alguém que ficará honrado em ver você.

Ela faz um gesto, e assim que sinto mãos frias se fechando ao redor do meu antebraço, eu me viro com tudo e dou um cotovelada na cara do vampiro atrás de mim. O ódio de Lady Wera se intensifica, nós duas olhamos para o vampiro caído

- Corine! - Wera chama a vampira que vi mais cedo. Seu rosto esboça maldade. - Quero que cuide dessa humana e a leve até o salão principal.

- Como desejar, Lady Wera. - Ela diz, e quando chega perto eu não me rendo simplesmente.

Quando tenta segurar meus pulsos e começo a movimentar eles, enquanto ela fica com mais raiva e tenta agarrar a todo custo. Eu paro quando chego até uma parede e não tenho mais como recuar, e a vampira expõe suas garras.

- Eu desobedeceria Lady Wera se fosse preciso. Tudo para ver você morta, caçadora.

- O meu nome é Bryanna! - Digo, e acerto seu rosto, o que faz ela mostrar as garras para mim.

- Não acredito que Lilith se encantou por uma humana como você! - Diz, e cospe em meu rosto. A maldita aproveita minha breve distração e segura meus pulsos, me prendendo.

- Lide com essas questões mais tarde, minha querida Corine - Wera aparece no corredor e põe as mãos em seus ombros. - Você é tão fácil de enganar, ratinha...

- E você é fácil de matar. Ser do inferno.

Ela sorri com desprezo.

- Eu não teria tanta certeza.

Seu olhar se volta para Corine, que está a postos.

- Traga essa escória humana, querida. Há alguém que aguarda ansiosamente por ela.

Your Blood On My LipsOnde histórias criam vida. Descubra agora