SINOPSE
O destino nem sempre foi muito benevolente com Clara. Filha de um pai desconhecido e uma mãe viciada que a abandonou no primeiro orfanato que viu. As cicatrizes que a persegue são extensas, mas ela encontrou salvação e amor numa pessoa que t...
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Depois de um excelente café da manhã, diga-se de passagem, cá estou no escritório numa mesa de reunião onde eu escuto a Vivian falar, e pelo visto ela falou bastante, mas estou muito distante para prestar atenção.
Essas reuniões são um saco, nela tratamos de tudo que envolve a empresa, balancetes, clientes em potenciais, planos de carreiras, andamentos de alguns processos e assim por diante. Só volto a minha realidade quando a escuto dizer que por hora era só, imagine só se ela pede mais alguma coisa. Pego a minha agenda sem nenhuma anotação e tento sair da sala, mas ela me impede.
-Clara fique, preciso falar com você.
Eu já falei que não gosto muito dessa frase normalmente ela nunca vem seguida de coisas boas, e ao olhar para Vivian percebo o quão essa mulher é foda. Desculpe-me o palavrão, mas eu não tenho outra palavra para defini-la, uma mulher altiva, perspicaz e no modo CEO dela é ainda mais deslumbrante, e eu tenho muita sorte por tê-la como mentora e mãe.
-Em que posso ser útil? Pergunto.
Ela me olha avaliativa e eu odeio esse olhar dela, é como se ela lesse os meus pensamentos mais obscuros.
-Vivian? Chamo a sua atenção.
-Estive pensando naquela sua ideia, e pensei em aumentar a quantidade de casos pro-bono.
-Isso é ótimo Vivian. Iremos ganhar mais visibilidade e nos engajar em causas sociais. Digo animada.
-Eu sei, mas além de ganhar visibilidade quero fazer o bem. Diz ela.
-Oh claro, disso eu não tenho dúvidas. Então, como posso ajudá-la? Pergunto.
-Eu quero que você chefie este departamento.
Minha boca vai ao chão, fico sem palavras, e a Vivian só me encara esperando uma resposta.
-E então, o que me diz? Pergunta ela.
E então, que eu ainda estou assimilando, como assim a Vivian quer me dar um cargo de chefia? Veja bem, não é porque a Vivian foi a minha mentora que ela facilitou as coisas para mim aqui dentro da empresa, ao contrário, eu entrei como estagiária e nem ganhava para isso, passei um ano trabalhando como voluntária, e fui subindo degrau por degrau sendo reconhecida pelo o meu trabalho. E hoje estou num patamar muito bom, tenho a minha própria carteira de clientes, faço alguns trabalhos pro-bônus, e tento manter o nosso relacionamento o mais profissional aqui dentro possível, não quero ser vista como a filha da chefe.
-Vivian eu não sei... Quer dizer é uma honra, mas eu não me acho a pessoa certa para tal.
-Nem comece Clara! A ideia foi sua, você transita muito bem por todos os públicos e você é a minha filha.
-Talvez esse seja um bom motivo para não me dar essa posição. Digo.
-Não estou lhe dando nada só porque é minha filha, estou lhe dando pelo seu excelente trabalho, afinal, de qualquer forma você também é dona da empresa.
