Droga, eu estou atrasada de novo, parece brincadeira ou uma maldição jogada. O que será agora que fez esse trânsito ficar assim?
Depois de meia hora consigo chegar na casa das minhas mães e assim que eu entro sou recepcionada pela gritaria e euforia dos meus irmãos.
-Claaaaaara. Falam em coro.
-Oi meus amores, abraço coletivo. Digo e eles logo me abraçam e caímos juntos ali no chão e ficamos por lá mesmo brincando feito quatro crianças.
-Eu não sei quem é mais criança dos quatros. Diz a Vivian nos olhando. -Vão limpar as mãos e vamos jantar, e isso serve para você também, dona Clara!
-Eu não gosto muito quando você assume o papel de mãe. Digo alfinetando. Sigo rumo ao banheiro para que possa me limpar e assim que termino vou para sala de jantar onde encontro todos à minha espera.
-Demorou. Diz o Matteo.
-Está morto de fome é?
-Hoje é lasanha. Diz eles juntos e eu acabo rindo.
-Olha quem está por aqui!
-Oi vó. Digo abraçando e deixando um beijo em sua testa.
-Pensei que não viria. Diz ela.
-O trânsito está contra mim hoje, mais cedo perdi uma reunião no trabalho por conta de um acidente, e quando estava vindo para cá o semáforo estava com defeito, aí já sabe né.
-Nossa, que dia atribulado, Clara.
-Cadê a Mia? Pergunto.
-Estou aqui. Eu não entendo, a Vivian ela chama de mãe e a mim é apenas Mia.
-Nem sempre ela me chama de mãe tá, se serve de consolo. A Vivian responde.
-Mamães, vamos comer? Falam meus irmãos.
-Vamos sim, meus amores!
E seguimos o nosso jantar entre risadas e muitas brincadeiras. Depois de termos terminado, sigo com os trigêmeos para vermos um filme antes deles dormirem, era algo que a gente fazia juntos, como eles gostavam de dizer era algo de irmãos. Depois que eles pegaram no sono, coloquei cada um no seu respectivo quarto e voltei para onde estava a Mia junto à Vivian com a minha avó.
-Eles dormiram? Pergunta a Vivian.
-Sim. Digo.
-Vou por eles na cama. Diz ela já se levantando.
-Relaxa já coloquei eles na cama, e antes que pergunte todos escovaram os dentes antes de dormir.
-Que lindo, merece até um prêmio. Ela diz a fim de me perturbar.
-Tem o que para beber por aqui? Pergunto indo atrás de um licor maravilhoso que eu sei que elas têm.
-Tem água. Diz a Vivian.
-Isso é culpa sua. Diz a minha avó.
-Minha, mãe?
-Sim, foi uma péssima influência para a menina, você vivia bebendo. Diz a minha avó mostrando a sua insatisfação.
-Eu já era maior de idade. Responde a Vivian à minha avó que olha para ela com cara de poucos amigos.
-Ei eu também sou, e cadê o meu avô? Pergunto tentando mudar de assunto.
-Está na Grécia ajudando um amigo que levou um pé na bunda.
-Ta aí um lugar onde quero me aventurar, Grécia. Penso alto.
-Quando você vai tomar juízo, Clara? Pergunta a minha avó.
-Lá vem a mesma história de sempre. Diz a minha mãe revirando os olhos.
-Eu tenho juízo, vó, trabalho e tô com as contas em dias.
-Eu quero saber quando vai arrumar alguém, se casar, ter filhos, uma família? Pergunta ela.
-Eu estou bem sozinha, e vocês são a minha família. Digo.
-A sua mãe também dizia isso!
-E me casei, tenho filhos, tudo como manda o figurino. Me tirem fora dessa. Diz a Vivian.
-Isso não é para mim. Mas gosto do fato de saber que vocês têm isso.
-Você precisa...
-Deixem ela, quando menos esperarmos a Clara vai aparecer aqui com o amor da vida dela. Diz a Mia.
-Deus me livre dessa praga!
Elas riem de mim e seguimos ali conversando as quatro sobre amenidades Eu me sinto feliz ao lado dessas pessoas e serei eternamente grata a elas por tudo, mas ainda assim as vezes me sinto deslocada como se não pertencesse a este lugar. Droga, eu preciso marcar uma consulta com a minha psicóloga, urgente!
#Compartilhe#Indique#Comente#Estrelinhanocapítulo#PERMITAMETEAMAR
VOCÊ ESTÁ LENDO
PERMITA-ME TE AMAR (Romance Lésbico) - Vol. 3
RomansaSINOPSE O destino nem sempre foi muito benevolente com Clara. Filha de um pai desconhecido e uma mãe viciada que a abandonou no primeiro orfanato que viu. As cicatrizes que a persegue são extensas, mas ela encontrou salvação e amor numa pessoa que t...