SINOPSE
O destino nem sempre foi muito benevolente com Clara. Filha de um pai desconhecido e uma mãe viciada que a abandonou no primeiro orfanato que viu. As cicatrizes que a persegue são extensas, mas ela encontrou salvação e amor numa pessoa que t...
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O final de semana finalmente chegou, e eu estava ansiosa para ver a Thalia. Depois do encontro no PUB não nos vimos mais, fiquei atolada de trabalho e ela a mesma coisa.
Eu decidi fazer uma surpresa para Thalia, ela está saindo de um plantão de 36 horas nem imagino o quanto ela deve estar exausta, e por esse motivo vou buscá-la no trabalho, mas antes passei num restaurante japonês maravilhoso e pedi um combo para a gente e comprei uma torta de chocolate da delicatessen que eu sei que ela adora.
Devo confessar que também estou cansada, mas estou com saudades dela, me sinto estranha, acho que ainda não consegui lidar 100% com os meus sentimentos, sinto falta dela o tempo todo e isso me assusta demais, tenho medo de estar me entregando e tudo dá errado.
Espanto tais pensamentos e sigo rumo ao hospital, quero chegar antes que ela saia. Faço mais parada e compro umas flores para agradá-la, eu juro que não me reconheço, com certeza a minha avó jogou praga em mim.
Mesmo com medo estou tentando não me afastar ou sair correndo dos meus sentimentos, estou tentando controlá-los, e viver como a minha terapeuta me indicou.
Cheguei uns 10 minutos antes do horário dela sair, e assim que ela me vê, me olha um tanto surpresa. Sigo em sua direção com o buquê em mãos.
-Oi, bom te ver! Ela diz sorrindo para mim.
-Oi minha deusa. Falo. -São para você! Digo estendendo o buquê de flores e ela pega das minhas mãos e inspira o cheiro delas.
-São lindas, obrigada. Diz ela que logo em seguida me beija, e fico surpresa com tal atitude.
-Vamos? Pergunto a ela que me olha desconfiada e fala:
-Posso saber para onde?
-Podemos ir para minha casa ou para sua, estava com saudades.
-Eu também estava com saudades. Responde ela.
E depois de mais algumas palavras trocadas seguimos viagem até ao seu apê, que era modesto, mas muito aconchegante. Me lembro da última vez que estive aqui e percebo que algumas coisas mudaram, talvez ela tenha redecorado ou mudado alguns móveis de lugar.
Peço para que ela vá tomar um banho e quando vou começar a arrumar a mesa para o nosso jantar sinto o meu celular vibrar insistentemente e dou atenção ao mesmo. Não sei por quanto tempo me perdi ali que quando dou por mim a Thalia está de volta com os cabelos molhados e envolvida em um roupão, e devo confessar, não deveria, mas fiquei a imaginar o que ela esconde dentro desse roupão mesmo já sabendo bem.
Nosso jantar foi tranquilo, conversamos amenidades e sobre como foram os nossos dias. Ela estava arrumando a cozinha, mas a minha mente ainda divagava sobre o trabalho, então peguei o meu celular e comecei a fazer algumas anotações importantes.
-O que você faria se eu roubasse esse celular da sua mão? Pergunta ela se aproximando.
Acabo sorrindo e deixo o celular de lado para lhe dar atenção, afinal eu estava com saudades de estar com ela, e o trabalho poderia esperar.
