starting over again?

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London, 06:00

Meu primeiro dia "nascendo" de novo.
Eu falo isso, porque sem eles, eu não sou nada. Sem eles, algo em mim mim morre.
E para algo nascer, outra coisa tem que morrer.

Enfim, eu acordo com esse hábito que pode ser bom para alguns e ruins para outros. Eu olhei para ver se tinha alguém acordado, mas a casa estava em completo silêncio e imersa na escuridão. Então eu simplesmente fiquei olhando para o teto do meu quarto até ouvir algum sinal de vida.

Eu juro que tentei dormir várias vezes, mas sempre que eu lembrava deles três, eu abria meu olho imediatamente e começava a suar frio, como se fosse uma maldita crise. Se Murdoc me visse assim, ou ele ficaria extremamente preocupado e me ajudaria o mais rápido possível, como se fosse uma mulher em trabalho de parto. Ou ele ficaria apático e... É melhor eu parar de pensar nele.

London, 07:10

Finalmente eu ouço alguns barulhos vindo da cozinha e me levanto para ver o que era e quem era.

— Qual era o lanche favorito dele mesmo? Panquecas ou sanduíche? Na dúvida, eu vou fazer os doi- — Minha mãe paralisa ao me ver, será que eu estava tão feio assim?

— Bom dia, a senhora está bem? — Ela me responde balançando a cabeça em forma de sim, do mesmo jeito quando eu e o Murdoc fizemos- melhor eu parar de pensar nisso de novo!

— Como foi sua noite aqui meu amor? Espero que você goste e relembre daqui! — Ela me entrega dois pratos de comida e de coisas que eu gostava, eu a agradeço e respondo com um sorriso simpático.

— Quando você terminar, eu vou te levar  para ver os lugares que você gostava de ir quando era pequeno, vai que você lembre de como eram as coisas por aqui antigamente — Até que poderia ser uma boa idéia, se eu não estivesse indisposto para fazer qualquer coisa.

— Obrigado mãe! Eu até iria, se não estivesse só com uma roupa e tão cansado, sabe como é viajar não é? — Eu realmente queria ir, mas também não queria ir, isso me confudia muito.

— Você pode descansar a manhã inteira que, até de tarde eu arrumo roupas novas para você, está bem? — Bom, acho que eu não teria outra escolha a não ser aceitar né.

— Tudo bem, obrigado por estar fazendo isso por mim. — Agora não havia mais escolhas, ou eu iria ou eu também iria do mesmo jeito.

London, 15:30

Ela estranhamente consegue providenciar roupas que eu gostava de usar e me entregou. Confesso que ainda estava indisposto, mas o que eu poderia fazer? Ligar para Mur- para ninguém, é claro!

Nós saímos de casa cedo para o horário dela, porém para mim estava ótimo, eu não queria ficar indo por ai mesmo.

Ela me amostrou várias coisas que eu conseguia me lembrar, como um bosque que havia atrás da nossa casa que eu morria de medo mas também brincava lá, um parque em ruínas que nós frequentávamos, alguns lugares comerciais e dentre outros.

Estava indo tudo bem, até ela parar para falar com uma parente nossa que eu nem sabia que existia, só soube pois ela disse que me carregou no colo, como se eu fosse lembrar.

Enquanto as duas papeavam, eu fiquei escorado no posto próximo dali, entretanto queria sair correndo ao ver aquele demônio de novo.

— Você não morre cedo não é Stuart? Já estava ficando com saudades de te encontrar por ai — Era Paula mais uma vez e atrevida como sempre, colocando uma de suas mãos na minha nuca.

— O mesmo para você. O que veio fazer agora? Ficar comigo? — Eu me livro de suas mãos e tento sair de perto dela.

— Relaxa Stu. Eu só quero conversar — Ela pega em uma de minhas mãos e as entrelaçam.

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