Capítulo 2

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Droga.

Foi a primeira coisa que eu pensei depois de ver o que estava escrito no guardanapo imaculado. Mas, depois de alguns segundos pensando, eu entendi que ela não estava com raiva. Se estivesse, viria me confrontar e não mandar um papel pra me dizer que não era daqui.

Com esse pensamento, um leve sorriso brotou dos meus lábios. É, mãe, a senhora estava certa. Eu realmente precisava vir pra cá.

Confesso que sou bem tímido na cozinha, onde vários clientes, outros chefs, jornalistas e degustadores iam para parabenizar eu e minha irmã pelo prato. Ela sempre soube lidar com elogios melhor do que eu.

Mas, de uma coisa eu sabia e tinha certeza, eu nunca fui tímido com nenhuma mulher. Óbvio que no início eu era um pouco mais inseguro e indeciso, mas depois de um tempo foi ficando natural. Eu sabia que chamava atenção e quando era recíproco, eu sempre dava a chance.

Decidido a conversar mais com a ruiva, peguei o papel e o dobrei, guardando-o no bolso, mas assim que levantei meus olhos pra coloca-la no meu campo de visão novamente, a dor na minha bunda voltou.

Essa dor se chama James Buchanan Rogers.

— Steve, você não sabe. Papai está furioso comigo. — ele disse antes que chegasse realmente perto de mim, mas eu já queria mata-lo — Mas ele disse que está tudo bem desde que você e a Peggy banquem a comida da festa de aniversário dele, o que acha?

Eu acho uma boa ideia afoga-lo na praia.

— Ei, cara, estou brincando com você, sorria um pouco, faz bem. — ele me deu um soquinho no ombro e eu continuei sem reação — Ele nem se lembrou das meias, só queria saber se estava tudo bem. Ele queria falar com a Peggy, mas você sabe que aquela ali fala demais e ela vai acabar falando mais coisa do que deveria e...

Sim. Peggy claramente sempre foi a mais falante da família, só perdia pra quem tinha dado esse posto a ela.

— Com licença, pode me emprestar seu amigo por uns minutos? — me tirando dos meus pensamentos, a salvadora ruiva tinha aparecido com um sorriso leve e com a mão no ombro do meu irmão mais velho.

Bucky intercalava o olhar entre nós dois, sem pudor nenhum. Ele sempre foi o fora da curva entre os três filhos de Sarah e Joseph Rogers. Ele abriu um sorriso malicioso pra nós dois e eu fiquei com mais vontade do que já estava de socar os dentes perfeitos dele. Então, levantando as mãos em sinal de rendição, ele respondeu.

— Claro, ele é todo seu. Vou procurar a Peggy. — corrigindo: ele ia procurar nossa irmã pra abrir aquela boca de jumento dele e fofocar. O que aconteceria depois disso, eu não tenho a menor ideia.

Fuzilei Bucky com o olhar enquanto ela afastava, mas ele não perderia a chance de me afundar ainda mais no buraco que tinha me jogado.

— Cara, ela está tão na sua! — quis levantar para mata-lo, já que meu olhar não estava funcionando, mas me contive. Não por ele.

Acompanhei os passos dele até sumir  buscando com Peggy. Eu lidaria com ele depois.

Quando olhei pra ruiva novamente, ela estava sentada no lugar que outrora tinha sido do meu irmão, já com outra dose de bebida na frente.

— Me desculpe por ele, Bucky consegue ser incoveniente quando está perto de uma mulher bonita que não esteja dando atenção pra ele. — revirei os olhos, mas não queria focar na minha raiva contra aquele que não deve ser mencionado. Eu estava em outra.

— Não tem problema. — ela diz sorrindo inocente, mas seus olhos não dizem a mesma coisa, já que passearam livremente pelo meu corpo, sem vergonha alguma — Então, acha que sou bonita.

Me Reencontrei Nas Suas CurvasOnde histórias criam vida. Descubra agora