Capítulo 11

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"Me diga se está tudo na minha cabeça
Me diga que, de alguma forma, eu entendi errado
Eu sei que o meu amor deveria ser celebrado
Mas você o tolera."
- Tolerate It

[...]

Ferrado.

Taehyung estava completamente ferrado.

Embora ele soubesse que o ideal era não entrar em pânico, não conseguia evitar surtar. Não conseguia evitar dar voltas e voltas no centro de seu quarto como um maluco.

Ele apenas queria não pensar nisso, mas era inevitável não lembrar. Pra tudo que Tae olhava, havia algo que o lembrava dela.

Sempre havia algo que o fizesse lembrar da forma que estavam juntos, grudados com os braços ao redor um do outro. Seu cheiro doce, seus lábios macios, seus olhos brilhantes que o faziam...

"Argh! Que raiva!" Pensou.

"Não pense nisso. Não pense nisso. Não pense nisso."

- Já faz um tempo que eu tenho te observado e notei coisas que provavelmente as outras pessoas não devem dar muita importância, mas ao meu ver, são as mais lindas em você.

"Não pense nisso. Não pense nisso. Não pense nisso."

- É, é uma...péssima idéia. - Leila soltou em uma fio de voz. A testa de Taehyung se pendeu na sua e seus lábios rosados se entreabriram.

"Sai. Sai. Sai. Sai."

Taehyung levou uma das mãos à bochecha da mulher e, após seu polegar percorrer em círculos lentos a parte específica de sua pele, ele lentamente desceu sua mão, percorrendo o pescoço alheio e agora, puxando sua nuca para si.

Suspirou.

Estava apaixonado, seria burrice negar isso a essa altura do campeonato.

Mas ainda sim...Sabia que não era simples. Não podia agir como se fossem duas pessoas comuns e apaixonadas, ou como se fossem o casal principal de uma história que terminaria com os dois juntos de qualquer forma. Eles sequer eram os protagonistas, para início de conversa.

Ele lembrava com clareza de tudo que haviam dito naquela noite, inclusive do que ele próprio havia deixado claro. O lugar dela não era aqui.

Leila tinha uma família, tinha uma vida que foi deixada para trás por causa do egoísmo dele. Que tipo de monstro seria se simplesmente ignorasse tudo isso e, num ato de zero empatia, pedisse pra ela ficar?

Ele não conseguiria ser egoísta assim. Não com ela.

Tinha medo. Medo dela pensar que ele não queria correr até ela, lutar pelos sentimentos recém descobertos por ambos. Tudo que ele queria era pegá-la em seus braços e nunca mais soltar.

Naquela noite, no jardim, seus planos com Leila com certeza não envolviam beijá-la e se declarar. Ele iria falar com ela sobre a situação com a rainha, que ela precisava ir embora o quanto antes e muito antes do previsto. Mas tinham tantos assuntos e sentimentos mal resolvidos, que não conseguia simplismente agir como se nada estivesse acontecendo.

E mesmo depois de tudo que foi dito e feito, não conseguia deixar sua preocupação de lado.

E agora, ele não tinha escolha. Só tinha uma pessoa que poderia o ajudar naquelas circunstâncias, a única pessoa que conseguiria bater de frente com Park Shin.

[...]

- Ai quando o Seokjin espirrou na minha cara, ele ficou desesperado achando que ia ser demitido. - Jimin gargalhou ao lembrar da cena.

Scenario - KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora