Capítulo 7

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"Não ter nada que você queira fazer
É realmente uma porcaria
Eu sei que é vergonhoso não ter
Nem mesmo um sonho como todo mundo
"Estará tudo bem se você for para a universidade
E fizer o que te dissermos"
Fui idiota por acreditar nessas palavras
Estou vivendo porque não posso morrer."
- So Far Away

[...]

– Está tudo bem? – Perguntei. Taehyung permanecia estranho e pensativo desde o episódio do celular.

Depois do ocorrido com Jisoo e de termos prometido a ela que não contaríamos a ninguém sobre Dizzy, não voltamos a falar do evento anormal e sem sentido que havíamos presenciado.

Depois de passar a tarde com Jimin e tentar fazê-lo rir com minhas piadas sem graça, pois ele ainda estava sentido pela morte do pai, segui Taehyung até uma pequena ponte levemente escondida e localizada nos fundos do castelo. Ele disse que tinha algo importante para me dizer, confesso que não estava entendendo nada.

Eu nunca sabia o que o mesmo estava pensando. Era algo que me preocupava. Taehyung era complicado demais pra um simples personagem secundário de um livro antigo.

– Não é nada. Eu apenas estava pensando em... – Ele faz uma pausa repentina.

Bom, não é novidade pra ninguém que eu não me importo e nunca me importei com o que saía da boca de Taehyung.

Mas naquele momento chegava a ser cômico o modo como meus olhos começavam a ter total atenção no mesmo.

– Em...? – Repito a última palavra do homem, esperando que o último citado a complete.

– Leila... – Ele novamente faz uma pausa repentina. Porém, antes mesmo que eu pudesse contestar, ele rapidamente continua sua frase. – Eu estava pensando no seu celular.

– Ah. – Expresso. Naquela altura do campeonato, achava que Tae já havia esquecido o acontecido, visto que só conseguia pensar e falar de "sua" amada princesa. – Você tem alguma ideia do por que dele ter desaparecido? Quer dizer, estamos em um livro, mas, além de ser baseado em uma história real, ele não é fantasioso. As coisas não deveriam sumir do nada.

– Acho que sei o que aconteceu. – Ele me olha, mantendo uma expressão séria, porém com um toque de receio.

– Olha, sei que estamos em uma situação complicada, mas por que vocês personagens de livros e filmes sempre fazem essas pausas dramáticas? – Reclamo já cansada de toda essa enrolação. Porém, Taehyung apenas dá de ombros. Poderia entender aquilo como um: "É natural."

Suspiro, em um forçado entendimento, e em seguida peço para que Taehyung continue.

– Leila, estamos em uma história que se passa em 1832, onde as pessoas sequer cogitam a possibilidade de algo assim existir. Aquela máquina sumiu porque ela não pertence a essa história e nem a essa época. Ela não deveria estar aqui. – Ele explica sua lógica.

Pisco os olhos, demonstrando pouco entendimento.

Antes de finalmente entender o porquê de Taehyung ter ficado tão preocupado e inquieto com a suposição.

Eu não deveria estar aqui. – Expresso assustada.

Taehyung assente. É isso? Ele só..."assente" ?

– Você realmente está me dizendo que eu posso simplesmente desaparecer? É isso? E você me diz isso como se estivéssemos falando do tempo? – Esbravejo, indignada.

– Eu não sei, eu não pensei que... – Novamente a pausa dramática. Eu estava prestes a estrangular Taehyung ali mesmo. Isso lá era hora de fazer drama? Concordemos que o homem poderia ter escolhido alguém mais paciente, porque comigo, a história era outra. – Eu não achei que isso fosse acontecer.

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