Capítulo 3

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"Por favor, me dê um remédio

Um remédio que fará meu coração bater novamente

O que eu deveria fazer agora?

Estou correndo

Mas continuo caindo novamente."

- Jamais Vu

[...]

Deixa eu ver se entendi: Aparentemente eu encontrei um livro esquisito com uma chave mais esquisita ainda, fui tele transportada "magicamente" pra um lugar que eu não conheço sem ter ideia de como e se posso voltar, cai de uma ladeira, fui presa por pegar um pão, tratada com zero delicadeza e colocada em uma cela horrível e imunda. E agora descubro que, aparentemente, tudo isso só está acontecendo por causa desse...Moço?

Me segura que eu vou agredir alguém.

Pelo visto, o rapaz deve ter se aproveitado do meu surto momentâneo silencioso e reflexivo, para me tirar da cela e arrastar-me para outro lugar, pois assim que desperto do transe, vejo que estamos em outro cômodo. Um quarto.

- Espera, deixa eu ver se entendi. Eu só estou aqui porque você me trouxe? Você mesmo? - Lhe pergunto ainda desacreditada com a situação.

- Exato. - Ele pronuncia com certo tédio. Parecia cansado de ter que repetir a mesma coisa várias vezes.

Ora, quem deveria estar irritada era eu.

No dia que ele for transportada pra um lugar desconhecido por um livro esquisito a gente começa a conversar.

- Isso...Não pode ser. Não faz sentido eu estar aqui, não faz sentido você ter me trazido. Nada disso tem sentido. - Eu praticamente gritava de desespero. Parecia mais que eu estava tentando me convencer de que aquilo era só um sonho estranho e que logo iria acordar em casa.

- Se você parasse de tagarelar e me deixasse falar, as coisas fariam mais sentido. - Exibiu um sorriso cínico. Era só o que me faltava, ter que lidar com um grosseiro. Parece que todos os homens daqui são farinha do mesmo saco.

Resolvo, por fim, encerrar meu ataque de histeria e cruzar meus braços, indicando que ele já poderia começar a falar.

- Sei que deve estar confusa. Não sei a quanto tempo está aqui, mas acredito que já tenha percebido que esse não é o lugar que você vivia. - Assinto. - É um pouco mais complicado do que parece. Mas saiba que eu tenho um plano e que, pra ele dar certo, vou precisar da sua ajuda. É algo bem importante pra mim, por isso peço que escute até o final. - Seu tom sério me arrepiou e gelou-me a espinha. Ele precisa da minha ajuda? O que?

Se eu disser que estou entendendo alguma coisa, vou estar mentindo descaradamente.

Decido não interrompe-lo, apesar de querer fazê-lo, e peço que continue.

- Isto é um castelo. - Ele abre seus braços e olha para os lados, abrangendo tudo ao redor. - Tudo que está lá fora, é o reino. O reino Persona. - Ele me olha, parecendo esperar alguma reação.

Muito bem, eu poderia jurar que já ouvi esse nome em algum lugar, mas daí lembrar já é pedir demais para minha pobre cabecinha.

- O reino é governado por um rei e uma rainha muito queridos. Mas, o rei está doente e está prestes a deixar Persona nas mãos de seu único filho e primogénito. - Ele cita com frieza.

Abaixo minha cabeça, imersa em pensamentos.

- Porém, há um problema. O reino está prestes a entrar em guerra com o reino vizinho. - Finalmente o olho.

Scenario - KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora