Capítulo 4

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"Nós mantemos este amor numa fotografia

Nós fizemos esta memória para nós mesmos

Onde nossos olhos nunca se fecham

Nossos corações nunca estiveram partidos

E o tempo está congelado para sempre."

- Photograph

[...]

Muito bem, eu preciso me acalmar.

Eu fiz a decisão certa, não fiz? Se eu o ajudar a conquistar a princesa sei lá das quantas, ele me ajudará a voltar pra casa.

Apesar daquele cretino poder fazer isso na simples e boa vontade, e pra início de conversa ele nem deveria ter me trazido pra cá, esse salafrário, idiota, pão que o diabo amassou, imbecil que eu nem sei...

Enfim, tudo ficará bem. Eu espero.

O plano era simples, Taehyung falaria com o príncipe sobre a minha situação atual. Perdida, sozinha e sem rumo, o que, convenhamos, não deixa de ser verdade. Ele contaria a história como se fosse um mal entendido. Eu não roubei nada e fui perseguida injustamente.

Segundo Taehyung, o príncipe tinha um coração mole, logo, ficaria com dó de mim e da minha condição, então o imbecil conseguiria convencê-lo a me abrigar.

Confesso que, no início, achei um plano ridículo. Afinal de contas, em quais circunstancias um nobre abrigaria uma desconhecida em seu castelo por dó? Nenhuma. Mas então eu lembrei que estamos dentro de um conto de fadas. Nada é pra fazer sentido, então vamos apenas seguir o fluxo.

No momento, me encontro inquieta ao ir de um lado para o outro do quarto repetidamente. E se não desse certo? E se o príncipe me expulsasse daqui a pontapés? Taehyung provavelmente me deixaria de lado e eu ficaria presa aqui pra sempre.

Acabei de reparar que eu não sou, nem de longe, a pessoa mais positiva do mundo. Nada deu certo desde que cheguei aqui, é compreensível.

Interrompo meus pensamentos ao escutar o barulho da porta se abrindo e um Taehyung sorridente adentrar o quarto.

- E então? O que ele disse? Ele aceitou? Eu poderei ficar? Você vai cumprir o que prometeu? - Me viro e imediatamente começo a o encher de perguntas.

- Pode se acalmar, doidinha. - Doidinha? - Como o esperado, ele aceitou. A pobre moça perdida que não tem para onde ir amoleceu o coração do jovem príncipe. - Expressa com ironia e cinismo. Argh, típico.

- Que bom, isso é ótimo. - Murmuro tentando ignorar sua ousadia e me concentrando no fato do príncipe ter aceitado minha estadia.

- É mais do que ótimo, é perfeito. Já temos a segunda etapa do plano concluída. - Diz animado como se tivesse acabado de ganhar um brinquedo.

- Segunda? Qual foi a primeira?

- Trazer alguma idiota pra cá que aceitasse minha idei- Argh!! - Grita de dor assim que lhe acerto com o porta retrato localizado em cima da cômoda.

- Sua petulância está me irritando, meu senhor. - Falo com a mesma ironia e cinismo presente nele.

- Digo o mesmo, minha donzela. - Afirma raivoso enquanto massageia o lugar acertado.

Poderia dizer estar com pena, mas mentir é pecado.

- E então? O que fazemos agora?

Scenario - KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora