Cap.11 | Um problema para ser resolvido

861 135 209
                                    

Não consegui encontrar Noah antes que nossa aula de Cálculo começasse e, por causa da prova passada pelo professor, não consegui me comunicar com o garoto que acabou terminando seu teste primeiro e abandonando a classe cerca de 15 minutos antes de mim. Após também deixar a sala, voltei a procurar pelo ruivo.

Fui até o refeitório, visto que essas eram nossas únicas 2h de tempo livre até a próxima reunião. E, como imaginei, lá estava o garoto, sentado sozinho enquanto comia seu almoço. Andei até ele e me sentei na cadeira fronte à sua, atraindo de imediato sua atenção:

— O que você tá fazendo aqui?

Eu estive te procurando o dia todo! — Anunciei. — Onde caralhos você estava?!

— Desde quando eu te devo qualquer satisfação?

Eu precisava conversar com você, seu idiota!

— Não temos absolutamente nada para conversar. Se você veio apenas para me atormentar, apenas vá emb-...

Você trocou nossos trabalhos! — Interrompi, desarmando-o completamente.

— Do que você está falando...?

Você pegou a minha folha onde continha a parte escrita para o meu projeto de Computação Gráfica!

— Não, eu peguei o meu texto para a aula de Gestão da Informação!

Então, por que infernos eu estaria com a porra do seu texto agora?! — Retirei a folha de dentro do meu caderno e a joguei em cima da mesa.

O garoto apanhou o objeto rapidamente e pude assistir a expressão de angústia tomar conta de seu rosto.

Eu vim devolver o seu trabalho e agora quero o meu de volta! — Voltei a falar, usando um tom mais áspero.

— Eu já entreguei para a professora... — Murmurou com a voz tomada pela tristeza.

Como você pôde fazer algo tão estúpido?!

— Eu estava atrasado e me confundi! Cheguei na sala após a aula ter começado e apenas deixei a droga da folha junto com os outros trabalhos na mesa dela!

Não acredito que você vai prejudicar minha nota pela segunda vez, Noah...

— Eu não fiz de propósito, okay?! Me desculpe! Também vou ficar sem nota. Estou tão fodido quanto você!

Mantive-me o encarando em silêncio, pensando se eu estava delirando quando ouvi ele se desculpando comigo. Com isso, uma fagulha de esperança de consertar o que havia acontecido surgiu em meu ser, dando-me determinação o suficiente para dizer:

Vamos falar com sua professora, vamos resolver toda essa confusão!

— Eu não acho que ela vá colaborar conosco... — Murmurou.

Vamos pelo menos tentar. — Tentei transmitir confiança em minhas palavras. — Pode nos levar até ela?

— O-Okay, eu posso!

Após abandonarmos o refeitório, Noah me guiou pelos corredores do prédio do Campus até a sala onde a professora de Gestão da Informação dava suas aulas. Entretanto, assim que adentramos na mesma, nos deparamos com o ambiente vazio.

Onde ela está? — Perguntei.

— Ela deve ter ido pegar café na sala dos professores. Ela sempre toma uma pequena xícara de café curto antes das aulas. — O garoto explicou.

— Muito bem observado, eu diria. — A voz feminina soou.

O menor e eu nos viramos para trás no mesmo instante, avistando a mulher de aproximadamente 40 anos se aproximando de nós ao segurar a xícara com os dedos finos.

Love  to  hate •  [Suna Rintarou]Onde histórias criam vida. Descubra agora