Ｌｏｖｅ ｔｏ ｈａｔｅ • [Suna Rintarou]

Cap.33 | Uma conversa semi-fraternal

Ú L T I M O S
C A P Í T U L O S

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Assim que a aula complementar acabou, não despendei de muito tempo para voltar ao dormitório. A ansiedade de finalmente poder passar as horas seguintes com meu namorado preenchia todo o meu ser, por isso, foi decepcionante para mim quando abri a porta do quarto e avistei o garoto bem vestido e cheiroso perto da entrada, abaixado para calçar seu sapato. Ele ergueu sua cabeça para me olhar e eu acabei pronunciando impulsivamente:

— Vai pra onde?

— Rin, oi! Bem-vindo de volta. — Disse ao puxar o cadarço do all star para finalizar o laço e se levantar. — Eu vou sair com o Adam...

Franzi o cenho ao ouví-lo mencionar tal nome. Fechei a porta atrás de mim, mas permaneci na frente dela, guardando-a como se isso fosse impedir ele de ir.

Eu tinha esquecido de avisar Adam sobre o retorno de Katsuo e, com certeza, acabei perdendo mais alguns pontos de afinidade com meu "querido cunhado".

— O que ele quer?

— Conversar comigo. Estava preocupado desde que sumi.

— Certo. — Falei, mesmo que tudo parecesse muito errado. — Posso ir junto?

— Eu gostaria, mas... — Ele apanhou seu casaco no cabideiro, hesitando em prosseguir: — Ele disse que não quer ver você.

Minha expressão se fechou mais um pouco, eu não estava nada satisfeito com o ocorrido.

— Não faça essa cara, você não confia em mim? — Disse ao se aproximar.

— Eu confio em você! — Falei sem pestanejar. — Mas eu não confio nele.

— Fique tranquilo... — Suas doces mãos descansaram sobre meus ombros e ele grudou seu corpo ao meu para prosseguir o diálogo: — Nós só vamos tomar café e conversar um pouco.

— Tomar café e conversar...?

— Isso mesmo. — Ergueu-se na ponta dos pés para deixar um beijo suave sobre meus lábios. — Até logo, meu amor.

O jeito como me chamou me desarmou completamente. Dei um passo para o lado e ele abriu a porta, sorrindo docemente antes de passar por ela.

Me mantive pensativo nos segundos subsequentes a sua ausência, ainda preocupado com a influência que Adam poderia ter sobre Katsuo e do que este cara poderia dizer para o meu namorado, visto que, diante a situação, não seriam coisas boas.

Dado às circunstâncias, tomei a decisão de ir atrás deles. Hesitando por um breve momento quando me questionei: "Katsuo ficaria bravo comigo se descobrisse?". Porém, algo me dizia que, se alguém fosse ficar irritado, essa pessoa não seria ele.

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Assim como imaginei, os dois homens haviam combinado de se encontrar na cafeteria temática. Estavam sentados nas mesas de cadeiras acolchoadas, então me acomodei num local próximo, atrás de uma pilastra para que eu conseguisse me esconder enquanto escutava a conversa de ambos.

Contudo, o diálogo entre eles não parecia fluir bem e um silêncio constrangedor preenchia frequentemente o tempo longo entre uma fala e outra. Tal situação se estendeu por um tempo, até que Adam se manifestou:

— É sério isso? Você some de repente, sem dar qualquer tipo de notícia. Depois, reaparece do nada! E, agora que te chamo pra conversar, você só fica murmurando coisas sem sentido e dizendo como o café daqui é gostoso!