Havíamos entrado no avião e eu estava sentada ao lado de minha mãe, segurando firme a mão dela. Tio Ben e Cal estavam logo ao lado, e podíamos ouvir a conversa deles mesmo com o barulho dos motores.
Minha mãe havia sido pedida em casamento por meu pai. (Bom, isso é uma longa história). Ela estava em dúvida se aceitava ou não, a cada segundo que passava, uma foto nova era arrastada em seu celular, refletindo um misto de saudade e incerteza em seus olhos.
— Amendoim? - a aeromoça pergunta, interrompendo meus pensamentos.
— Não, obrigada! - digo com um sorriso tímido.
— Mamãe está certa, Jared não vai esperar para sempre. - tio Ben diz, com um tom de preocupação misturado com carinho.
— Adorei o papo motivacional. Obrigada! - minha mãe responde, sendo irônica, mas havia uma nota de cansaço em sua voz.
— Por que está lutando contra isso se só vai fazer vocês felizes? - tio Ben pergunta. - Você merece ser feliz!
— Está gentil hoje... deve estar bêbado! - mamãe diz, e eu dou um pisão no pé dela para que parasse de implicar.
— Mãe!
— Desculpa. - ela ri, tentando aliviar a tensão.
— Diga sim a ele. Tenha um casamento e uma lua de mel, eu fico com Liv, ela vai adorar passar um tempo com os tios e os primos. Vire a página, está na hora. E sim, você merece isso. - Tio Ben insiste, com uma seriedade que eu raramente via.
Mamãe olha para ele, talvez realmente considerando suas palavras. Eu podia ver uma mistura de emoções em seu rosto – amor, medo, esperança. Antes que ela pudesse responder, um estrondo ecoa pelo avião e ele começa a balançar violentamente. Vários gritos ecoam pelo interior do avião, aumentando meu medo.
— Está tudo bem. - minha mãe diz para mim e para Cal, segurando nossas mãos com força. - Vai ficar tudo bem.
— Continuem sentados! Por favor! - a aeromoça repete, tentando manter a calma.
— Mil desculpas, pessoal. Passamos por uma turbulência extrema devido a uma mudança de tempo repentina que não estava no radar. Fiquem tranquilos, está tudo certo com os controles do motor. Mas, por favor, mantenham os cintos afivelados. - diz o piloto, tentando nos tranquilizar.
Respiro aliviada, embora meu coração ainda esteja acelerado.
— Estamos desviando para o Aeroporto Stewart em Newburgh. Bem perto da cidade, mas para aqueles que querem fazer um voo de conexão, nós pagaremos um. Tripulação, preparar para pouso. - o piloto completa.
Após pousarmos, a aeromoça diz: - Nós conseguimos, pessoal. Bem-vindos a Nova York. A hora local é 23h49. Em nome da nossa tripulação, agradecemos por escolherem a Montego Air.
— Sério? Sem serviço? - minha mãe diz, frustrada, logo após ligar o celular.
— Também estou sem. - tio Ben responde, franzindo a testa.
— Legal! - Cal exclama quando olha pela janela.
Na janela do avião, consigo ver várias viaturas de polícia e bombeiros. A situação parecia estranha e preocupante.
Quando descemos do avião, fomos instruídos a ficarmos no local. A tensão no ar era palpável.
— O que será que aconteceu? - pergunto, olhando ao redor em busca de respostas.
— Não sei. Parece que aconteceu algo de errado. - tio Ben responde, também confuso.
— Com licença, tem pessoas passando mal aqui. Qual é o problema? - minha mãe aumenta o tom de voz para que escutem, tentando obter alguma informação.
— O problema, senhoras e senhores, é que o voo de vocês partiu de Montego Bay, Jamaica, em sete de Abril de 2013. Hoje é quatro de novembro de 2018. - um homem responde, com um tom grave. - Vocês estavam desaparecidos, dados como mortos, por cinco anos e meio.
Um coral de "como assim?" preenche o local, e eu apenas olho para Cal, sem entender nada. O que isso significava para nós? Estávamos realmente desaparecidos por cinco anos? Como isso era possível? As perguntas enchiam minha mente, e o medo do desconhecido me apertava o peito.
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All Things Work Together For Good !
Ciencia FicciónUm avião aterrissa misteriosamente cinco anos depois da decolagem. Assim, os passageiros precisam aprender a lidar com a estranheza de um mundo que seguiu a vida sem eles.