The grave

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Os olhos embaçados pela chuva. Respiração pesada. Quantos metros já havia corrido? Seu coração saia pela boca.

Olhava para trás na tentativa de ter certeza de que ele não estava atrás dela, mas quem confirma isso? Estava tudo tão escuro. No meio de uma floresta, onde mal sabia para onde estava indo, tudo parecia perigoso. Era como se ele fosse aparecer bem na sua frente e a matar.

Do que adiantou fugir de cidade tantas vezes, se no fim acabou se ferrando do mesmo jeito? Sem contar que os outros patetas eram muito mais fáceis de enganar, mas esse...o que caralhos esse filho da puta tinha?

Ela fazia muito barulho. Pensava que não, mas fazia. A chuva batia forte na terra e nas folhas, fazendo ela pensar que ele estava junto dela, mas ela estava correndo rápido demais para perceber que era apenas as folhas. Ela gritava quando sentia algo em seus pés, mas era apenas galhos. Ela respirava alto demais, sem saber controlar a própria respiração.

Corria olhando mais para trás do que para frente, e foi esse seu erro. Quando estava chegando na beira da estrada, seu corpo bateu em algo forte. Ela tentou se levantar, mas foi jogada pro lado, de cabeça na lama.

— sua filha da puta, como pode!? — uma voz gritou. Era ele.

Todo seu esforço jogado no lixo. Correu tanto, e pra que?

— eu mandei você sair? Eu disse que você poderia ir embora? — ele gritou. Ela sentiu seu corpo tremer.

O frio, o vento forte, os gritos e berros. Tudo em um só. Um inferno de gelo.

— é por isso que todas tem o mesmo fim patético. — ele diz, se abaixando e a pegando pelos braços. Mesmo se debatendo ela não conseguiu se soltar dele.

— seu desgraçado, o que vocês quer de mim!? — ela tentou o morder.

— sua cachorra maldita, cale a boca! — ele a deu uma cabeçada.

Sua vista ficou cinza, sua cabeça rodando e sua garganta ardendo. E lá vamos nós, mas que tal começarmos por hoje de manhã? Assim você, querido leitor, poderá entender tudinho desde o começo. E então? Vamos lá?

5 de setembro. 07:00 da manhã.

Izzy version.

O táxi disse que precisaria de um local exato para parar, apesar de eu ter dito que poderoa ser em qualquer rua.
Ele parecia um idiota. Qual parte de "foda-se o lugar" ele não entendeu?

Seu rosto tatuado era abominável, tirando a cara já feia por si só.

Respirei fundo, entregando o dinheiro.

— pare aí e me deixe descer. Não me importa se pode estacionar ou não. Se quiser parar no meio da rua, por mim tudo bem. — digo. Ele revira os olhos.

— não posso fazer isso. É tecnicamente proibido. — ele diz.

— e eu com isso? Preciso descer imediatamente, só pare em algum lugar e pronto. — digo, arrumando minha mochila.

— tem noção de que a polícia já está me caçando? Se eu paro em lugar não permitido, é mais um mês de trabalho comunitário. — arregalo os olhos.

Meu estômago roda.

— que, como assim? — pergunto. Nem fiz questão de disfarçar o desespero na voz.

— como assim o que, madame? — ele me pergunta. O sinal fecha.

— como assim trabalho comunitário? Do que você está falando?

Kills and Kisses - Tate Langdon Onde histórias criam vida. Descubra agora