shot in the heart

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— caralho, o que a gente faz? — pergunto baixo. Eu estava começando a me desesperar.

— eu não faço ideia! — ele exclama nervoso. — eu não sei quem são.

Olho para ele atordoada.
— não sabe quem são!?

— mas é claro que não, não seja idiota! Por acaso você sabe quem são? — ele me pergunta. Nego com a cabeça. — então!

— mas você deveria ao menos saber se são ladrões ou se vieram nos matar!

— olha, você está aqui, então talvez alguém tenha te localizado e mandado seus assassinos pra cá. — ele diz. Mas ele estava errado, porque aqueles não eram meus assassinos.

— não tem como. Meus assassinos não se vestem assim, muito menos são inteligentes. Eles ainda estão na minha antiga cidade, nem devem fazer ideia de que eu estou aqui! — digo. Estava sentindo meu ar sumindo aos poucos.

Ele bufa irritado.
— droga...— ele murmura. — talvez sejam ladrões ou algo do tipo, mas não vamos ficar parados aqui esperando o pior. — ele diz, engatinhando até a porta do quarto.

— o que diabos você está fazendo!? — sussurro estressada.

— vou apagar a luz para eles não nos verem. — ele diz, indicando o interruptor.

— você está maluco, porra!?? — exclamo desesperada, mas falando baixo.

— por quê? Você quer que eles nos vejam?

— claro que não, mas como vamos nos enxergar!? — pergunto. Ele coloca os dedos no interruptor.

— confia em mim. — ele diz, e assim tudo se torna uma escuridão.

Passos começam a ser ouvidos no corredor, e isso só faz meu coração bater mais rápido. Sinto mãos me segurarem forte, e quase solto um grito, até sentir uma mão tampando minha boca.
Seus lábios sopram em meus ouvidos.
— sou eu, fique calma. — ele sussurram. Sinto meus pelos se arrepiarem. — eu vou te carregar, só para você não cair nos degraus, então não faça barulho e nem se desespere.

— mas e os passos? — pergunto baixo, tentando controlar minha respiração.

— ele vai vasculhar os outros quartos. Se for um ladrão, irá demorar procurando coisas valiosas, mas se for alguém procurando a gente... não irá demorar para chegar aqui. — ele diz, e assim sinto suas mãos rodeando minha cintura e minhas coxas. Ele me coloca em seus braços, e ouço um barulho estranho saindo do telhado.

Não sei para onde ele me levou, para onde me carregou, mas quando chegamos consegui sentir o cheiro doce do local. Ele me colocou no chão. Um barulho estranho novamente, e um baque no chão.
Uma luz se acendeu depois de alguns segundos, e nós estávamos em um quarto lindo e totalmente diferente dos outros quartos da mansão.

Olhei-o espantada e confusa.
— onde...estamos? — pergunto ainda baixo.

— em um lugar onde eles não irão nos encontrar. — Tate diz, se sentando no chão ao meu lado. — bem, se forem ladrões, talvez tentem abrir a porta, mas não irão conseguir.

— como assim? Eu não entendi. — digo ainda confusa. Ele bufa.

— foi aqui que eu me escondi 7 anos atrás, enquanto todos eram mortos no andar de baixo. — ele diz suspirando.

— mas e agora? Eles irão destruir tudo lá embaixo, não? Se forem assassinos procurando a gente, eles poderão nos achar? — pergunto analisando o lugar. Era lindo demais.

— a portinha no teto não é qualquer porta. Só se consegue abrir se tiver sua digital nela. É muito provável que morram com o choque que irão tomar, caso tentem abrir a porta. — ele diz calmamente. Arregalo os olhos.

Kills and Kisses - Tate Langdon Onde histórias criam vida. Descubra agora