| epílogo |

672 37 6
                                    

Pov Apollo Wallace

Tiro a máscara de pano que cobria meu rosto, olhando em volta daquele sol ardido, aquela areia seca e amarelada.

Definitivamente pior viagem que havia feito.
Mas o combustivel da Apollo IV havia acabado, (eu era narcisista por chamar minha nave pelo meu nome? talvez) então estava preso em Jakku pelos próximos dias até arrumar combustível e voltar para casa.

Casa... nem sei que palavra é essa.
Pulo tanto de lugar a lugar, que não tenho ninguém á chamar de meu.
Mas vem vindo assim desde meus dois anos.
Desde que meus pais foram mortos, fui separados de tudo e de todos. Nunca tive um lar definitivo, nem alguém para chamar de meu.
Sempre senti que esse mundo havia decidido ser cruel comigo, mas agora, não havia tempo para se lamentar.

A verdade que não gosto de admtir, é que não fico em um lugar tempo demais para não me apegar á ele.
No máximo três meses, depois disso você cria vínculos com algo. Apenas a minha nave, é a única coisa que eu tenho conexão, e dentro dela á apenas o básico.

Sempre fui procurado e ameaçado de morte.
Me diziam quando pequeno, que eu estava em perigo.
O engraçado e melancólico é que só fui entender o que isso signficava com dezesseis anos.
Nunca fui prontamente treinado para ser um Jedi, mas sabia me virar com um sabre de luz. Havia encontrado um quando vasculhei a minha antiga casa.

Antes costumava ir lá com bastante frequência, veja, eu era um garoto sentimental, mas não sou mais assim.
Na primeira vez que havia achado minha casa, ela estava empoeirada e vazia. Parecia que toda a vida do local havia sido morta. Talvez tivesse mesmo.
Porém eu encontrei muitas fotografias, de dois bebês, duas crianças. Assim que descobri que tinha uma irmã gêmea, eu imagino.

Guardei apenas uma foto, que ando no meu peito.
É a única coisa da minha vida passada, á qual as vezes me deixo imaginar, como seria se tudo tivesse sido diferente. Me perguntava porque minha irmã nunca me procurou, talvez ela nem soubesse que eu existia.

Mesmo não lembrando de as ter vivido, pelo menos elas pareciam felizes. Eu parecia feliz.

Gostava de pensar que eu era feliz naquela época.
Mas qual o conceito se felicidade á uma criança que nem sabe o que é felicidade?

O pequeno Apollo que andava de triciclo, brincava de pega-pega com sua irmã, que corria pelado pela casa com seis anos. Ele era feliz, ele não sabia o que estaria por vir.

Balanço a cabeça deixando de lado, e volto a pegar algo em minha mochila.

—Com licença, hm... você seria o Sr. Apolo Wallace?

Uma doce voz me faz arrepiar minha espinha.
Ninguém me chamava de Wallace.
Ninguém sabia sobre meu sobrenome.

A real é que eu era quase como um fantasma, viajando de canto em canto pela galáxia, não chamava atenção, não revelava meu nome.
Esse sobrenome de Jedis, era perigoso. Nunca diria á alguém.
Penso no sabre de luz escondido pela capa em minha cintura, examino o pub que eu estava, quantas pessoas teria que lutar para fugir.
Seria arriscado sem combustível, como iria embora?
Oito pessoas. Não é um ótimo número, mas ja enfretei piores. Talvez eu conseguisse afinal.

Me viro para olhar a garota nos olhos.
Ela tinha cabelos cacheados castanhos escuros presos em um penteado fru-fru.
Usava um vestido branco, com uma capa com capuz azul escuro de veludo.
Analisando pelo tecido, e a custura em dourada, pela pele extremamente limpa e branca, ela não de Jakku.
As roupas de alta custura, não, ela não pertencia aqui.
Talvez ela não fosse me matar, talvez apenas me ameaçar, ou me comprar.

𝘢𝘭𝘸𝘢𝘺𝘴 𝘵𝘰𝘨𝘦𝘵𝘩𝘦𝘳 || skywalkerOnde histórias criam vida. Descubra agora