14 | surely to the sea |

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Pov Alya

Quatro semanas.
Um mês que mal vejo Anakin.

Apenas o encontro quando vamos jantar, e temos conversas bobas sobre nosso dia a dia.

Nos deitamos, e quando acordo ele já foi.
Não me conta mais sobre mais nada, e nem Obi-Wan sabe de algo.
Inclusive ele veio me perguntar algo, mesmo dizendo que não sabia.

Era quase como se ele tivesse se afastado, e mudado um pouco também.
Sua presença era estranha.

Havia tentando me comunicar com ele, já que Jedis conseguem se comunicar por pensamento mas nenhuma das vezes ele me respondia.

—Está tudo bem, Mestre? Você parece um pouco distraída— Mart corta minha linha de pensamento me trazendo de volta a realidade.

—São muitas coisas na cabeça— afirmo.

Hoje era o dia de treinarmos com nossos bastões.
Havia ensinado ao Padwan que não bastava ser bom com o sabre de luz, a arma mais poderosa do universo, tinha que ser bom em luta também.

Luta de corpo já haviamos revisado, e agora era hora da luta de bastão.

—Feche seus olhos, e se concentre no seu redor— falo tão baixo que sai quase como um suspiro, mas sabia que o ruivo havia me ouvido.

Ele respira fundo, fechando os olhos e começamos a lutar, e o garoto havia feito um grande avanço.
Mas ainda escorregava em alguns pontos.

—Use a força Mart!— o derroto, encostando a ponta amadeirada de meu bastão em seu peito.

—Você poderia ter me machucado serio!

Ele massageia o peito com rapidez assim que afasto o bastão.

—Eu sei que esta de colete— sorrio de lado, mas vejo suas feições tensas —Eu disse que toda aula deve se usar coletes!

Aumento o tom de voz que diminuí assim que o vejo rir.

Ele ergue a camiseta mostrando o colete ali por baixo.

—Idiota!

Xingo, mas sem tirar o sorriso do rosto.

—Vamos, está no toque de recolher. É melhor ir deitar— olho ao relógio do pulso, pegando o bastão dele com a força.

O menino revira os olhos e vai embora.
Guardo os bastões, e vou pegar uma garrafinha de água.

—Aly?

Uma voz familiar entra no quarto.
Minha respiração fica tensa.

—O que quer?— cuspo.

Soa bem rude, mas eu não estava no mood para ser educada.

—Obi-Wan falou com você? Porque disse que estava preucupada comigo?— o tom dele é acusador, mas de forma educada, como estava acostumado a fazer.

—Talvez porque não te vejo direito faz um mês Anakin?— rebato, meu tom de voz agudo e extremamente irritado —Simplesmente sumiu. Apenas me diz que está em missões com esse tal do 'Chanceler'

Ele respira fundo e se aproxima de mim

—Estou em um novo treinamento, para ficar melhor para você. E te salvar— ele sorri de lado, colocando as mãos em meus braços.

—Não diga desculpas— balanço a cabeça negativamente. —Eu já te disse o que acho sobre Palpatine.

O suspiro dele não é de ódio, nem de raiva e sim de cansaço.

—Olha eu-...

—Quase não te vejo mais Ani. Cade o garoto que dizia me amava todo dia? Que me lia poemas para mim, ou que simplesmente gostava de passar tempo comigo?— pergunto retoricamente.

Ele abaixa a cabeça concordando.

—Tenho que ir, amanhã será um grande dia— arrumo meus cabelos, e caminho até a saída.

—O que vai ter amanhã?

Solto uma risada seca, me virando para olhá-lo.

—Não sabe, não é? Quase nem mais anda por aqui...— faço uma pausa, suspirando e coçando a testa —Chegaram a nova geração se Younglings, doze no total. E eu serei encarregada de ser a Mestre Jedi deles pelos próximos anos.

As palavras soam doloridas até para mim.
Sabia dos planos de Anakin e eu para morarmos naquele planeta, e eu nem sabia se queria aceitar essa proposta. Mas ele mal vem conversando comigo, que já não sei mais.

Deixo ele sozinho.

[...]

Sorrio á todas as crianças, e me retiro da sala.

Hoje foi o dia com apresentações e as habilidades de cada um.
Ver a pureza e a beleza de cada criança com seus dons é maravilhoso.

Caminho até a sacada, com um café na mão para poder assistir o por do sol.
Aquela paisagem era de tirar o fôlego.

—Aly, posso me juntar á você?— a calma voz de Anakin invade meus ouvidos.

Aceno que sim, e ele se senta na poltrona ao meu lado.
Continuo á admirar a vista.

—Me desculpe por estar fora por esse último mês. Saiba que eu te amo, e você é a coisa mais importante da minha vida. Faria de tudo por você, andaria no fogo, se lembra?— ele sussura, me fazendo rir.

Aquele idiota sabia me fazer sorrir.

—Claro que me lembro, mon amour.

Sorrio e ele também, acaricia minha bochecha de leve, puxando para dar um selinho que retribuo.

—Mas para compensar, um jantar, com todos nossos amigos— ele diz amigos de uma forma engraçada, ensinuando que na verdade são apenas colegas.

—Quando?

—Daqui uma hora, então vamos nos arrumar— ele puxa minha mão, e é impossível não rir.

[...]

Ao chegar no salão principal, avisto Yoda, Obi-Wan, Padmé, os droids e alguns Jedis que não conhecia bem.

Sorrio a todos, e pego na mão de Ani, a acariciando.

Comemos, e conversamos em si, e é como se tudo, tanto a guerra como nosso problemas pessoais dessem um tempo e ficasse apenas as conversas e as piadas.

Pego minha taça e dou um gole, mas sinto algo em minha garganta, acabo tossindo por impulso, e quando afasto vejo na taça sangue.

Sinto meus lábios ressecarem, minha visão piscar, e ficar levemente turva. Não ouço mais ninguém, apenas seus murmurinhos e a vibração de cada voz.

Levo minha mão até o peito, aonde mais doia.
Mas na verdade sentia que todos meus músculos acabaram de ser pisoteados.

Tento me levantar mas caio da cadeira, me sentindo fraca. Olho á Anakin, que grita para alguém, enquanto olha em minha direção.

Ele sussura que ficara tudo bem, mas isso não soa verdadeiro para nenhum de nós dois.
E de repente tudo fica preto.

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alya meu amor oq te passa?
fica para os próximos caps...

𝘢𝘭𝘸𝘢𝘺𝘴 𝘵𝘰𝘨𝘦𝘵𝘩𝘦𝘳 || skywalkerOnde histórias criam vida. Descubra agora