The Devil Wears Tartan - Sheibi (Adaptação)

Capítulo 3

POV SHEILLA

– Aih meu Deus, você é um anjo.

Eu tiro o copo de papel das mãos da minha melhor amiga Carol e abro a tampa para poder inalar o cheiro picante do chá chai. É uma das minhas misturas de outono favoritas, com um toque de maçã doce e açúcar mascavo. Quando Carol disse que estava esperando no saguão com um copo, não pude resistir a sair da academia de aquecimento para encontrá-la.

– Eu sei que estou adiantada – ela diz enquanto eu sopro o líquido fumegante – mas se eu esperasse mais para te dizer que eu estava aqui, eu teria acabado bebendo os dois.

Ela mora ao lado da nossa loja de chá favorita em Sandy Hill, e não podemos sair sem tomar uma xícara. A competição está terminando agora, e o chá deve ser nosso combustível para uma caminhada e um bate-papo depois.

– Eles vão entregar as medalhas em breve de qualquer maneira – digo a ela. – Você deveria vir ver minhas crianças ganharem coisas!

– Alguma delas está vestindo fantasias de marinheiro? – ela pergunta com um bufo. – Essas coisas são hilárias.

Eu balanço minha cabeça e empurro a tampa de volta para baixo depois de decidir que o chá ainda está quente demais para beber.

– Nada de Hornpipe hoje.

O hornpipe é uma dança de traje especial que só acontece em algumas competições. Requer uma roupa muito distinta: ou seja, um pequeno chapéu de marinheiro com uma camisa de gola e calças combinando. Carol sempre morre de rir quando vê. Ela bufa novamente.

– Você sabe que me mata que exista uma dança chamada hornpipe.

Eu desisto e rio junto com ela. Carol muitas vezes serve como uma verificação da realidade para me lembrar o quão estranha a dança das terras altas pode ser, mas honestamente, a estranheza me faz amá-la ainda mais.

Mesmo no saguão vazio, Carol se destaca da multidão de dança das terras altas. Ela está vestindo uma jaqueta jeans decorada com alguns bottons coloridos que têm slogans políticos e frases engraçadas impressas neles. Seu jeans com estampa camuflada está preso acima de seus tênis Converse pretos, e seu cabelo liso está preso em um pequeno rabo de cavalo.

Já pensei em cortar meu cabelo, que é na altura da cintura, algumas vezes, mas até minha mãe, que sempre apoiou a mim e meus irmãos fazendo o que quisermos com nossa aparência, provavelmente surtaria se eu fosse com algo muito curto para fazer um coque. Os ideais de dança das terras altas não são exatamente progressivos quando se trata de penteados.

– Devo comprar um novo bottom? – Carol brinca, apontando para a mesa de um vendedor próximo, onde são exibidos alguns bottons de xadrez com diferentes brasões de famílias escocesas. – Qual desses mais grita “Na verdade, eu não sou da Escócia” para você?

Eu rio e balanço a cabeça.

– Eu não sei por que eles vendem isso. Quase ninguém aqui tem um sobrenome escocês. Qualquer um pode dançar as danças das terras altas. –

– Você está me dizendo que eu não tenho que ser uma menina bonnie para dançar ao som da gaita? – ela diz com uma voz que mal consigo distinguir como uma terrível tentativa de sotaque escocês. Ela estende a mão para puxar a ponta do meu laço de cabelo xadrez para dar ênfase.

– Sua tonta – eu digo enquanto afasto a mão dela. – Vamos, vamos perder os prêmios.

Eu começo a liderar o caminho para o auditório, mas faço uma pausa quando passamos pela mesa de informações da ODEO, onde uma mãe voluntária de aparência entediada está absorta em seu telefone. Existem alguns cartazes sobre associações e alguns panfletos informativos, mas o que me chama a atenção é o pequeno cavalete que foi adicionado à exibição desde esta manhã. O papel azul claro encostado nele explica os detalhes da bolsa de estudos.