The Devil Wears Tartan - Sheibi (Adaptação)

Capítulo 10

POV SHEILLA

O resto de Novembro e Dezembro são tão cheios de terminar papeladas, fazer exames e passar pelos feriados que eu não tive um único dia para ter meu encontro com Gabriela até o meio de Janeiro.

Com base em suas mensagens, Gabriela tem estado tão ocupada, mas isso não nos impediu de enviar uma mensagem provocativa ocasional. Eu tive que parar e me perguntar o que diabos eu estava fazendo quando percebi que estava prestes a enviar para ela uma selfie de biquíni cheio de decote na casa de campo equipada com banheira de hidromassagem com Carol e sua eternamente confusa equipe de amigas, colegas de apartamento e amantes alugados para Véspera de Ano Novo.

Eu pensei sobre isso por aproximadamente um segundo antes de enviar a foto com a legenda “Pronta para implorar?”

Eu nunca enviei fotos a Mari assim. Quando se tratava de sexo, sempre parecia que eu não era exatamente o que ela queria. Eu estava perto, mas era como se algo estivesse faltando e se eu pudesse descobrir o que era, nós passaríamos de “muito bom” para “fodidamente incrível”.

Quando conversamos sobre isso, ela disse que morar juntas ajudaria. Quando me mudei, ela disse que esse poderia ser o problema. Na época, eu achava que tinha vergonha de mandar nudes, mas agora vejo que tinha muito medo de rejeição. Não há vestígios de rejeição de Gabriela. Ela respondeu à foto com um texto cheio de palavrões e, em seguida, enviou uma foto de si mesma de “pijama” na cama.

Aparentemente, o pijama de Gabriela consiste em uma regata branca acanhada que dá uma excelente prévia de seus mamilos e um par de “shorts” pretos que tenho certeza que são apenas roupas íntimas.

Eu me forço a parar de olhar para aquela foto em particular e desligo o telefone para terminar de me arrumar para o encontro. Eu tenho um álbum do Arctic Monkeys passando pelo meu alto-falante, e giro meus quadris para a reverberação sensual do baixo enquanto coloco uma camiseta branca sobre minha cabeça. Tudo o que estamos fazendo é nos encontrar em um bar no centro da cidade, mas depois que olho no meu espelho de corpo inteiro, começo a me preocupar que minha roupa não seja suficiente. Os jeans pretos que eu uso são os que eu gosto de chamar de minha “calça mágica”, ou seja, porque ela abraça minha cintura e coxas muito bem. Encontrar calças como esta não é pouca coisa quando você tem minha combinação de pernas deliciosas e músculos de dança tonificados.

A camiseta tem um ajuste relaxado e um decote profundo o suficiente para mostrar um pouco da renda roxa do meu sutiã quando me inclino para frente, o que pretendo fazer muito esta noite. Meu cabelo está solto e ondulado.

Eu sinto que estou vestindo um kilt, visualizando exatamente como vou ofuscar Gabriela durante uma dança de espada, só que neste caso, a “dança” em questão é ainda mais divertida, e minha roupa envolve muito menos tartã.

Eu caio em um assento no banco em frente à minha penteadeira, que também serve como minha escrivaninha. Afasto meu laptop e alguns livros para dar espaço para meus cotovelos enquanto alcanço o pote de vidro com os produtos de maquiagem que possuo. Um pouco de sombra para os olhos, brilho labial e um pouco de rímel depois, estou pronta para ir.

Minha mãe sabe que vou sair hoje à noite, mas ainda faço o meu melhor para descer silenciosamente as escadas na tentativa de sair de casa sem que ela pervceba. De jeito nenhum eu serei capaz de manter minha mentira sobre “encontrar amigos” se ela me ver toda arrumada assim.

Posso ouvi-la batendo na cozinha, limpando a lasanha que comemos no jantar. Meu pai está no porão assistindo a sua última mania de TV, e meu irmão está dormindo na casa de um amigo esta noite. Coloco meu casaco e minhas botas, e estou prestes a chegar à porta sem ser detectada quando o som do meu nome ecoando pela casa me faz estremecer.