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Gabriel pov;
- Nem sei se tá gravando, mas deve tá porque eu já testei uma porrada de vezes... — não sei pra que eu fui inventar de gravar nessa câmera que a s/n usa, minha paciência tava se esgotando, mas só esse gostinho de vingança que eu vou fazer contra aquela safada já tá valendo a pena.
- Pois é galera cês viram no último vídeo a s/n me trollando com aquela merda de chupão, e a maquiagem ainda ficou horrível. — comecei a rir, mas aí lembrei do ciúmes que eu fiquei na hora e voltei com a expressão séria.
- Não vou enrolar muito até porque não sirvo pra ser YouTuber, seguinte... — vou até o corredor do apartamento e escuto s/n cantar lá do banheiro.
Começo a rir baixo pra câmera porque o jeito que ela cantava toda desafinada parecendo um disco arranhado a música da "Turma do pagode" era muito engraçado.
- Vou ignorar ela por vinte e quatro horas, aproveitar que a gata também tá de TPM e tinha me pedido pra comprar chocolate mais cedo e eu não fui.
Adoro brincar com a morte.
Hoje cedo s/n acordou com um humor insuportável, eu falava com ela e ela fingia que não escutava. Nem sei quem sofre mais nessa casa quando essa mulher fica de TPM, se é ela com as dores ou eu que tenho que cuidar dela reclamando de mim e do mundo.
Depois do almoço ela me pediu pra comprar chocolate no mercado e eu não fui, começou a chorar e se trancou no quarto um tempo depois.
Tudo isso pra eu ficar arrependido e ir fazer as vontades dela - oque geralmente eu faço - só que me veio a idéia da vingança pela trollagem que ela fez e ignorar ela seria perfeito.
Como eu esperava ela veio toda manhosa ficar do meu lado depois do banho... já tinha deixado a câmera escondida e fiquei no sofá prestando atenção na Tv.
- Vida você não vai acreditar... — ela sentou do meu lado com o celular na mão e eu continuava olhando a televisão — chegou um e-mail pra mim ainda agora e eu consegui passar pra UFRJ!
Foi aí nesse momento que eu quis esquecer essa trollagem e abraçar e beijar ela.
S/n fazia faculdade de medicina veterinária na Estácio, mas seu sonho sempre foi passar pra uma federal. Eu acompanhei todo o esforço dela nos estudos desde o começo e ver que ela conseguiu passar era como se fosse eu, porque a felicidade dela era a minha.
Mas eu ignorei totalmente o quão alegre e eufórica ela estava do meu lado, desviei do seu beijo e empurrei seu corpo quando ela veio me abraçar.
- O que foi amor?
- Me deixa quieto s/n
- Eu passei pra UFRJ amor, você não tá feliz?
Estou.
- Sei lá mano, isso é coisa sua eu não sei de nada — bufei e peguei meu celular do bolso da bermuda.
- Não tô entendendo...
Entrei numa conversa aleatória do wpp e fingi escrever alguma coisa enquanto sorria pra tela.
- Gabriel! — me chama pegando meu celular, porém consegui pegar de volta.
- CARALHO S/N QUAL SEU PROBLEMA MANO? — me repreendi internamente quando percebi que gritei com ela sem necessidade, s/n me olhou sem entender aquela minha reação porque ela sabe que eu não sou assim.
- Tá gritando comigo porque?
Revirei os olhos e voltei a pegar meu celular sentando mais afastado dela.
- Amor me desculpa pelo jeito que eu te tratei mais cedo, é que você sabe que de manhã eu fico de mal humor e também a vontade de comer chocolate já passou você não precisa ir lá comprar.
Ela falou tudo isso com a vozinha mais triste e desanimada do mundo.
Me deu pena.
Mas aí eu lembrei do chupão.
- Porque você não consegue parar de falar um segundo?
Encarei ela que suspirou e voltou a atenção pra televisão.
Foi a tarde inteira assim, ignorei ela todas as vezes que vinha falar comigo. Quando eu estava no quarto e ela ia pra lá eu saía, quando ela ia na cozinha e eu estava lá eu saía.
Agora era de noite e eu já não aguentava mais essa tortura de não poder ficar agarradinho na minha gata...
- Amor... — peguei a câmera e eu ia me gravando enquanto andava até o quarto.
Abri a porta e paralisei quando vi ela toda encolhida na cama chorando de soluçar.
Deixei a câmera em cima da cama que gravava ela deitadinha e subi em cima dela abraçando seu corpo fazendo ela esconder o rosto no meu pescoço.
- Amor é só trollagem não precisa chorar minha princesa — dei risada.
- Vai tomar no seu cu Gabriel! — me deu um tapa e eu reclamei pela dor.
- É bom trollar os outros né?
- Eu te odeio sério mesmo.
- Odeia nada que eu sei que cê ama seu preto
Ela levantou tirando o óculos e eu me sentei na beirada da cama puxando ela pela cintura e em pé no meio das minhas pernas.
- Já sabe que eu vou ficar de greve né?
Calma aí.
Acho que eu não ouvi direito.
Greve???
G.r.e.v.e???
Eu tenho trauma dessa palavra, a última vez que a s/n resolveu fazer uma "greve" a gente ficou 1 mês sem transar e eu tinha que bater punheta no banheiro toda noite antes de dormir porque ver ela vestida com esses pijamas curtinhos me deixavam/deixam maluco.
- Não começa
- Começo sim senhor, agora são 2 meses sem sexo só pelo jeito que você gritou comigo lá na sala!
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