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★彡[ꜱᴛʀᴀʏ ᴋɪᴅꜱ]彡★

O gatinho balançava de um lado para o outro no carro, ansioso por estar saindo de casa, mas tristinho por ter que ficar longe de seu dono.

— Se acalma aí atrás, Hyunjin – Jim já estava irritado com a agitação do felino.

— Dicupa —ele voltou a forma humana e ficou paradinho, olhando para fora da janela enquanto arranhava as unhas fininhas nas coxas — Por que eu não posso ir na frente com você?

— Bons meninos não questionam, Hyunjin. Não me faça perguntas toscas.

Um bolinho se fazia em seu estômago e ele não sabia dizer o por quê.

Ele nem sabia direito o motivo de estar indo passar alguns dias na casa de alguém que ele nem conhece, mas seu dono disse que era necessário. Jim dissera, e Hyunjin acreditava.

— Hyunjin — chamou.

— Hm?

— Me escuta, ok? — o gatinho concordou — Seja um bom gatinho e se comporte quando chegar na casa do titio. Escute bem ele ou ele não vai gostar de você, tá?

Hwang engoliu em seco, estava nervoso. E se a pessoa não gostasse dele? Aquilo seria horrível.

— Vá até aquela porta — apontou para a casinha amarela e pequena, porém com alguns andares — e bata na porta, diga que você é o gatinho que mandaram, ok?

Ele congelou.

— V-você não vai comigo? — o gatinho não gostava nadinha de se apresentar sozinho...

— Não. Estou atrasado — suspirou, revirando os olhos — Vá logo, e pegue suas malas.

Hyunjin saiu do carro puxando sua mochila e uma mala pequena. Suas perninhas tremiam e ele sentia que ficaria pequeno logo, logo. Aquilo não era um bom sinal.

Além do carro arrancando e desaparecendo no fim da rua, não havia muitos barulhos por ali. Era calmo.

Ir até a porta parecia algo demorado demais, mas por fim chegou e parou ali, incerto sobre fazer aquilo. Mas o que ele poderia fazer? Seu papai tinha mandado e ele deveria ser um bom menino e obedecer, não é?

~Ding Dong~

Ele esperou, escutando passos e alguns resmungos do outro lado.

Um menino loiro apareceu, os cabelos bagunçados e algumas migalhas de salgadinho grudadas no moletom verdinho.

– Uh- oi?

— Ahm... eu sou o gatinho. Papai me mandou aqui — suas bochechas se encheram de ar, enquanto um biquinho nervoso aparecia em seus lábios.

O loiro parecia confuso.

— Você é um híbrido?

— Hm, gatinho - concordou, mexendo o nariz com o desconforto de estar ali — Papai não te avisou? — sua voz era fofa e delicada, como a de uma criança, mas sem parecer irritante.

— Olha, eu não faço ideia de quem seja quem você chama de papai, mas eu não fiquei sabendo de nada sobre ninguém que viria aqui. Então, acho que você está no lugar errado, gatinho — a última palavra saiu carinhosa. Felix estava sentidinho pela confusão dos olhos do garoto-gato na sua frente.

Mas então sua expressão confusa foi se tornando numa de desespero, até os lábios se curvarem demais e os olhos começarem a jorrar água; ele chorava.

— Ai meu Deus... — o Lee não sabia o que fazer.

Tinha um homem mais alto que ele, um híbrido infantil que estava chorando horrores na frente da sua porta. Ele não estava preparado pra esse tipo de situação, ah não, não mesmo.

— Puta merda.

— N-não fale palavr-as feias — soluçou, esfregando os olhinhos e sem parar de chorar.

— Ei, gatinho. Qual o seu nome? — chegou mais perto, segurando as mãos do mais alto e as afastando do rosto — Consegue me dizer?

Hyunjin acenou, o biquinho triste e os cabelinhos balançando.

— Hyunjin — ele tinha alguns espasmos, parando para respirar fundo — Hwang Hyunjin — ele parecia não conseguir aguentar o choro.

Felix queria que ele parasse, o menino parecia tão frágil.

Olhando para a rua, não havia nenhum carro. Estava praticamente vazia, com apenas uns dois ciclistas e alguns pedestres.

— Hyun, posso te chamar assim? — o gatinho fungou e concordou, gostando do apelido. Ele nunca tinha sido chamado assim pelo seu papai... — Ok. Hyun, tudo bem se entrarmos? Você pode ficar aqui mais um pouquinho até seu papai voltar, não é?

Os olhinhos felinos brilhavam quando ele levantou a cabeça.

— Uhum — o biquinho voltou, tentando segurar o choro enquanto entrava na casinha com suas poucas coisas.

Logo à frente havia a escada, ao lado uma porta dava na cozinha e logo na sala, ambas pequenas, mas aconchegantes. Felix o levou até o sofá e depois voltou com um copo de água para o menino.

— Aqui, toma aguinha — sorriu fofo para o menino que sorriu de volta e limpou outra lágrima que escorria pela bochecha — Me conta o que aconteceu, pode ser?

Hyun concordou, tomando um gole de água e pensando no que tinha acontecido.

— Ontem papai disse que ia ficar fora uns dias e que eu ia ficar com um titio legal enquanto isso. Hoje quando acordei todas as minhas coisas estavam nas malas e papai me trouxe aqui.

Ok. Felix não queria dizer ao menino, mas ele tinha sido abandonado pelo cara que ele chama de pai. Puta merda. É, puta merda mesmo, Felix.

𝘚𝘵𝘢𝘺 ●︿●

𝐠𝐚𝐭𝐢𝐧𝐡𝐨 ♥ 𝐡𝐲𝐮𝐧𝐥𝐢𝐱Onde histórias criam vida. Descubra agora