Traços do Destino

capítulo 56

Luísa
Sem revisão

Tinha  acordado a algum tempo mas fiquei ali em silêncio observando Fernando dormir em uma poltrona ao lado da cama de forma desconfortável ja que ela era desproporcional ao tamanho dele.  Vez ou outra o único barulho que se ouvia era o apitar dos monitores ligados a mim ou o barulho dos passos do lado de fora do quarto que iam e viam sem parar. Respirei fundo e  voltei meus olhos ao homem que estava ao meu lado que apesar de parecer desconfortável dormia profundamente sem ao menos se mover evidenciando o cansaço. Ao observa-lo direito pude notar os pontos em sua testa quase imperceptíveis rentes ao seu cabelo, ele tinha algumas escoriações e ataduras cobrindo alguns machucados mostrando que não fui a única a me ferir Me recordando de momentos antes do acidente lembro do quão nervoso ele estava e de como aquilo não era algo aleatório o que me faz ecoar o nome do meu pior pesadelo na mente. Será que ele me achou ?  O frio pela espinha subiu me fazendo gelar. Não por medo do que ele faria comigo mas, por medo do que ele faria com Fernando e os outros. Minha mente era traiçoeira e me fazia pensar o pior e agradeci quando uma enfermeira entrou no quarto me tirando dos meus devaneios sombrios.

- Olá querida, sou a enfermeira Anabete.
Disse amigavelmente enquanto anotava algo a prancheta presa a cama. - Como você se sente ? voltou o olhar para mim.

- olá. Respondi com um sorriso. - Dolorida e com sede.

- As dores vão seguir por alguns dias devido a todos os procedimentos que foram feitos, mas, logo a medicação fará efeito. Disse apontando para a bolsa de soro pendurada que estava conectada ao meu braço.

- Oh! Nem tinha percebido.
Ela sorriu

- Vim aqui  antes mas,  nao estava acordada e de acordo com o bonitão ali, você tinha despertado. Ela disse apertando um botão no controle fazendo a cama levantar  me deixando sentada enquanto me entrega um copo de água. - Beba de vagar esta muitas horas sem comer seu estômago pode não aceitar bem se beber apressadamente. Assenti e fiz como ela havia dito.

- A quantas horas estou aqui ? Perguntei depois de um tempo.
Ela olhou no relógio em seu pulso e depois para a prancheta.

- A se eu não estiver enganada a trinta e duas horas. Arregalei os olhos.

- Minha nossa! respondi sem acreditar.

- Você passou algumas horas em cirurgia devido a uma complicação e o efeito da anestesia associado aos medicamentos prolongou seu tempo desacordado  . Explicou. - E seu corpo necessitava de descanso querida.

- Entendi.

- O médico logo vai vir e te explicar tudo. Ele falou com seu namorado mais cedo. Ela se referia a Fernando que permanecia apagado.

- Acho que ele esta cansado. Disse voltando meu olhar para ele.

- Não é pra menos esse rapaz nos deixou louca sabia. Disse dando uma risadinha marota me deixando sem entender. - Bom sem notícias suas ele quase colocou o hospital abaixo, o gênio dele é terrível, ele fez  muitas enfermeiras o odiar e quase enlouqueceu nossos médicos.
Ri de seu jeito ao se referir a ele.
- Ele é uma boa pessoa só quando se estressa que é meio impossível. Tentei defende-lo.

- Foi difícil convence-lo a nos deixar examina-lo se não fosse o amigo de vocês a quase o arrastar para a emergência nem sei o que faríamos mas, ja se redimiu com as enfermeiras pagando almoço e jantar para todos da equipe e bonitão do jeito que é ninguém fica com raiva por muito tempo. Zombou.

- Posso imaginar. Ele ficou aqui o tempo todo ? Perguntei.

- Sim, suas amigas estiveram aqui também mas, foram embora. Quem ficou aqui o tempo todo foi ele e vez ou outra outra  dois rapazes apareceram também. E não é por nada não mas, por acaso sua família saiu de um catálogo de modelos ? Só homens lindos . disse fazendo uma careta engraçada me arrancando uma gargalhada que fez meu peito doer.