capítulo 59

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Luísa
Sem revisão

Obvervar a fluides que Alex e Fernando tinham ao conversar era algo estigante, iam de um assunto monótono a cômico em instantes desde que Nando havia acordado tentava fazer com ele fosse para casa mas, estava irredutível.
Quando Alex saiu por uns instantes nos deixando a sós então aproveitei para reforçar a ideia que ele havia proposto.

- Deveria ir com ele descansar, esta aqui a horas. Disse assim que ele se aproximou lentamente.

- Estou bem pequena. Me fitava com um sorriso singelo no rosto. Sua mão alcançou a minha sobre a cama e fiz carinho.
- Sei que está bem contudo, ficar dormindo nessa poltronas desconfortável e se alimentando mal vai acabar te deixando doente. Suspirou e concordou com um gesto de cabeça. 
Seus olhos ainda tinham um sombra que os entorpecia como se algo incomodasse. Analisei cada pedacinho da sua face decorando cada parte, cada traço porque, assim que ele saísse seria a oportunidade que eu teria de ir embora sem que ele impedisse. Isso fez meu peito doer como se uma lâmina afiada o atravessasse. Sua mão foi de encontro ao meu rosto me fazendo ofegante e seus olhos fixarem nos meus.

- Seus olhos sempre me dizem tanta coisa. Mordi os lábios e travei meus olhos em sua boca.

- o que eles dizem agora ? Perguntei oscilante sentindo a brasa dos seus olhos no meu. Seu peito subia e descia lentamente e um sorriso no canto de seus lábios foi tomando forma. Ele não respondeu o que perguntei apenas aproximou nossos rostos ficando a milímetros da minha boca, me fazendo ansiar por seu toque e meu corpo arder em desejo. Seus labios eram quentes e macios sempre me fazendo querer mais e mais. Sua língua entrelaçou a minha  de forma hábil  e provocante. Levei minha mão ate seus cabelos e sentindo sua maciez e  lentamente o ritmo e a intensidade do nosso beijo aumentar. Todos eles eram como ter um vislumbre do paraíso por sempre estigar o melhor de mim e esse ainda mais pois, nossos lábios  juntaram-se cheios de clamores não ditos em voz alta que me faziam desejar nunca sair de seus braços. Parecíamos dois amantes desesperados de saudade e paixão. Quando nos desgrudamos por falta de ar contive a vontade de chorar por saber que talvez esse fosse nosso último beijo. Apenas permaneci ali de olhos fechados, respiração ofegante e coração acelerado, sentindo seu toque na lateral do meu pescoço formando linhas carinhosas.

- Volto em algumas horas anjo. Disse ainda ofegante na mesma posição. Não respondi nada mas, quis gritar quando ele se levantou. Olhei em seus olhos brilhantes tentando não transparecer a dor que meu peito carregava. - Alex vai ficar aqui com você se precisar peça para ele me ligar que venho no mesmo instante.
Droga! E agora ? Com Alex aqui tudo se complica.
- pode deixar. Respondi. Vi sua sobrancelha se arquear e ele formar uma linha reta com os lábios. - Se precisar eu peço a ele vá tranquilo e descanse com calma vou ficar bem. Sorri tentando parecer confiante.

- Eu sei que vai. Depositou um beijo em minha testa e outro em meus lábios de forma demorada e se virou saindo pela porta me deixando só. 
Tinha que pensar em como faria para despistar de Alex e como sairia do hospital. Mesmo que meu subconsciente gritasse que era uma péssima ideia eu não via outra saída para tudo isso, por mais que eu quisesse permanecer aqui tinha o fato de que Carlos poderia me achar a qualquer momento e de verdade eu preferiria a morte à ver alguém que amo sofrer. 
Aos poucos fui arquitetando algumas coisas que poderiam dar certo o grande empecilho era um loiro de um e noventa que provavelmente impediria minha saída daqui.

- Olá tampinha trouxe algo pra você comer. Alex adentrou o quarto com uma bandeja na mão a Colocando no meu colo.

- Pelo visto vou sair desse hospital com alguns quilos a mais. Disse pegando o sanduíche.

- Se depender do Fernando vai, me deixou instruções claras. Disse se sentando na cadeira ao meu lado.

- posso imaginar. Como está a Paula? Perguntei dando uma mordida no meu lanche.

- Está bem! louca para vir te visitar mas, teve que voltar pra casa ela não conseguiu liberação da escola então tem que dar aula amanhã.

- Vocês não tem que parar a vida por minha causa. Disse olhando para ele que estava olhando para o nada.

- Você faz parte da nossa vida tampinha, cuidamos uns dos outros. Seus olhos agora estavam me fitando.  Sorri em resposta a ele.
- A Paula ama dar aula né?
- É a grande paixão da vida dela. Seus olhos semprem ficam brilhantes rodeados daquelas crianças.
- Igual os seus ficam ao falar dela ? Perguntei arracando um sorriso dele.
- Pode ter certeza. Ela é o amor da minha vida.
- Da pra se notar você fica todo melosinho. Sorri.
- Eu também noto você e o Fernando em ? Comentou com a voz sugestiva.
- Nem começa. Respondi risonha.
- tá namorando, tá namorando . Disse batendo palma e cantarolando.
- você é ridículo garoto.
- Isso aqui é glamour querida, você não entenderia. Zombou.
Ficamos conversando e zombando um do outro até sentir o cansaço bater e notar que não era só eu que estava quase me entregando o sono. Alex também demonstrava que estava quase apagando.
- Alex pode apagar a luz? Disse bocejando falsamente.  Prontamente fez o que pedi e se ajeitou na cadeira parecendo querer dormir também.

- Boa noite Alex, obrigada por cuidar de mim. Disse baixo não querendo acordá-lo mas alguns segundos depois pude ouvir sua resposta.
- Conta comigo sempre tampinha, sempre estarei aqui pra você. Boa noite!
Não respondi porque provavelmente a emoção transpareceria na minha fala então, apenas me contive em olhar para o teto e respirar fundo. Tinha que focar acordada e esperar Alex dormir pesadamente pois, me lembrei de Paula falando que quando ele apagava não era fácil acorda- lo e era com isso que eu estava contando. A cafa tic tac  que o relógio preso na parede dava eu repassava novamente o que tinha que fazer e alguns minutos depois quando vi Alex se remexer e parecer realmente dormir me sentei na cama. Dei graças a Deus por por ter conseguido desligar o monitor ligado  a mim sem fazer barulho, arranquei o soro do meu braço e senti certa ardência, vagarosamente coloquei os pés  no chão e desci da cama sentindo uma pressão muito grande no peito e minha perna arder pela dor. Fechei os olhos respirando fundo e olhei novamente para Alex que parecia imóvel. Dei alguns passos e tentei assimilar a dor que sentia ao andar, fui até a bolsa que tinha alguns dos meus pertences onde havia um vestido me arrastei até o banheiro e o vesti rapidamente junto a um moletom que aparentemente era de Fernando. Respirei fundo antes de sair só quarto e olhei novamente para Alex que ainda dormia com a respiração tranquila, fechei a porta atrás de mim e coloquei o capuz na cabeça, olhei para as placas que indicavam para onde ir. Mesmo mancando continuei sentindo minhas costelas doerem pelos ferimentos que ainda não haviam se curado.  As pessoas iam e viam passando por mim permaneci com a cabeça baixa tentando esconder o rosto com o capuz para não ter perigo de alguma das enfermeiras me identificarem o que fiz com sucesso até chegar no elevador. As portas se abriram e exitei por alguns instantes antes de entrar mas puxei o ar para os pulmões tomando coragem e adentrei. Senti meu peito arder e dessa vez não era pela dor física e sim pela dor causada na minha alma por deixar todos.  Fechei os olhos e senti as lágrimas se formarem e descerem pela minha face. Quando as portas do elevador se abriram dando passagem para o estacionamento senti toda a dor acumulada no meu peito querer explodir em choro porém,  respirei fundo e tomei coragem saindo do elevador. Sem olhar para trás segui andando e ajeitei a blusa de Fernando que era respectivamente algumas medidas maior do que as minhas. Sentia o ardor no peito na mesma, fração que minha perna doía a cada passo  e mesmo assim segui firme no meu objetivo até avistar a placa de saída a alguns passos de onde eu estava. Não contive as lágrimas que insistiam em rolar pelo meu rosto e segui andando e a cada passo meu cérebro não exitava em me lembrar cada fato que vivi ao lado das pessoas que amo, cada risada que dei com Alex, cada momento único que vivi com as meninas e se eu fechasse meus olhos podia ver nitidamente o rosto de Fernando, seus olhos castanhos  me encarando juntamente a seu sorriso. Parei um pouco e enxuguei as lágrimas, voltei  a caminhar saindo do estacionamento e dando de cara com a rua contudo, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa uma voz preencheu meus ouvidos fazendo um calafrio subir por toda minha espinha até chegar a nuca.

- Pensa que vai aonde?

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Voltamos com todo.
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Bjs da Ray 🥰🤩

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