30- Silêncio

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|Sofia Campbell|

Depois do beijo nos encaramos em silêncio por momentos silenciosos, a situação poderia ser sentida do outro lado da cidade de tão pesada que estava, Elijah parecia envergonhado e preocupado, Damon, surpreso e pensativo, o tempo todo olhando para o chão e nada além, enquanto eu, fiquei ereta, cabeça erguida, com os lábios úmidos e olhos fixos, em algo que eu nem sei dizer o que era, minha mente estava dispersa, meus pensamentos paralisados assim como meu corpo. 

Foi um beijo bom, senti coisas inexplicáveis, diferente de tudo que já havia sentido antes, por algum motivo que não sei decifrar; eu não consigo continuar, explicar ou sentir, é como se todas as vozes que escuto por toda a vida "se sente assim" "boas garotas não falam dessa maneira" "nunca diga palavras como 'caralho', é feio para garotas" tudo aquilo, engolindo minha mente, pensamentos e vozes segurando cada pulso meu, como se fossem amarras, meus movimentos e sentidos contidos através de linhas de fantoches. 

 — Niklaus não poderá saber disso — o original sussurra, seus lábios se comprimiram em uma linha fina, ele fechava e abria seus punhos repetidas vezes mostrando quão preocupado está. 

— Se depender de mim, fique tranquilo, minha boca é um túmulo — esse sentimento, eu deveria realmente está assim? Ele não quer que o irmão saiba que ele beijou Damon e eu, nada mais, é comum, mas, por que me afeta tanto? Parece errado, eu não queria contar, só não queria que precisasse ser um segredo. Sorri amarelo e me levantei — Eu prometi pra minha mãe que chegaria antes das seis hoje em casa, ela vai chegar mais tarde e tenho que ajeitar umas coisas pra viagem amanhã. Tchau — me retirei, segurando minha bolsa com alguns materiais. 

Caroline e Klaus estavam discutindo como sempre, quando a loira me viu andando as pressas enquanto apertava a alça da bolsa de couro, ela apenas revira os olhos e si vira me chamando. 

 — Sofia, eu te levo, espera só um minuto — ela diz, doce como sempre, sendo atenciosa escondendo a fúria direcionada a Niklaus que lhe corrói. Pegando alguns cadernos parecendo desajeitada Klaus ajuda a mesma a equilibrar os mesmos. 

— Eu vou sozinha, não tem problema Care — Ela me olha apreensiva, mas como Caroline nunca deixa uma amiga sozinha insisti. primeiro nega com a cabeça e logo em seguida volta a dizer. 

— Vou te levar, quero falar algumas coisas com você, sozinha, e você precisa de alguém por hoje. E minha mãe me liberou para uma noite das garotas, e eu chamei a Bonnie, amanhã você vai acordar com vários parabéns e um café da manhã delicioso na cama. Você vai amar. — Fica parada enquanto diz tudo isso esperando minha aprovação e terminando com um mini sorriso. 

— Chamou a Bonnie, só a Bonnie? — Pergunto, tudo pode acontecer hoje, menos ter que passar a noite ao lado de Elena Gilbert. Ela concorda com a cabeça. Fico feliz, eu não terei que dispensar as duas por conta de Elena, elas são amigas da duplicata e sei disso, porém eu não consigo me aproximar dela, já tentei mas a sensação de insuficiência que me atinge toda vez que me aproximo dela — Posso chamar mais uma pessoa?  — A garota Forbes alarga novamente seu sorriso, animando-me mais um pouco. 

— Claro, a noite é sua — afirmou. 

Começou a andar desajeitada pelo peso de seus livros em minha direção para irmos embora. 

 — Tem certeza que não quer ajuda Caroline? — 

— Vá se ferrar Klaus — a mesma sobrepõe o mesmo com palavras ácidas. 

História Quebrada- TVDUOnde histórias criam vida. Descubra agora