༺IX - BLAIR༻

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ஜீ፝͜͜͡͡Os olhos de Sofia voltaram ao normal.

Pude ver a expressão que outrora fora de uma caçadora, virando uma presa assustada. Sua visão percorreu pelas vítimas que estavam no chão diante de si e suas mãos manchadas com o sangue deles, assim como suas vestes. Ela voltou seu olhar para mim em primeiro lugar e depois para Sebastian. Ela piscou algumas vezes, tentando assimilar tudo aquilo, mas logo seus olhos começaram a juntar cargas de lágrimas que escorreram pelas laterais das suas bochechas e notei toda a culpa, remorso e arrependimento vindo de uma só vez quando seu choro tomou conta daquele lugar. Me partiu o coração vê-la naquele estado, mas já havia visto Sebastian naquelas condições também logo quando o conheci.

Olhei para ele que estava ao meu lado, lançando à ela o seu olhar de compaixão, pois ele sabia bem mais do que eu o que aquilo significava. Respirei fundo sem saber ao certo o que fazer naquela situação, pois ela parecia inconformada sentada naquele chão sujo e frio daquele beco mal cheiroso. Sebastian deu os primeiros passos na direção dela, estendendo a mão para ela, fazendo com que ela recuasse quase que institivamente, balançando a cabeça negativamente, enquanto se agarrava as próprias pernas, escondendo seu rosto do nosso campo de visão.

Sebastian se agachou ao lado dela sem tocá-la apenas a observou por alguns segundos, ouvindo o seu choro com a testa franzida. Ele contraiu os lábios tentando decidir se levava a mão até ela ou não, pois não queria ser invasivo demais. Mordisquei o meu lábio inferior tamborilando os dedos nos meus braços que estavam cruzados.

Me perguntava o porquê de não ter feito o procedimento que era correto e ter mantido ela dentro do domo mágico, assim teria a certeza de que ela não machucaria nenhum efêmero. Me sentia como uma idiota e poderia me bater por horas até que eu tivesse sido punida o suficiente, mas nenhum a punição seria o suficiente para o peso que aquelas mortes iriam me assombrar pelo resto da vida. Todos eles estavam mortos por minha culpa e eu não teria nunca mais como apagar aquilo.

― Por que a fome não passa? ― queixou-se Sofia entre berros, tirando finalmente o rosto dentre os seus joelhos, voltando a nos fitar.

― Essa fome nunca vai passar Sofia ― disse Sebastian finalmente levando uma de suas mãos até o ombro dela que dessa vez não recusou o seu toque. ― Você apenas tem que aprender a conviver melhor com ela.

― Eu matei dez caras e não senti a fome ir embora nem por um minuto ― retrucou ela limpando as lágrimas em seu rosto. ― Me sinto como um recipiente vazio.

― Mas realmente é como se fôssemos um recipiente com um buraco bem embaixo de maneira que nunca vai permanecer saciado.

― Droga! ― ela voltou a chorar novamente coçando a cabeça.

― Eu sei que você deve estar muito arrependida de ter matado esses homens, lembro que também foi difícil para mim quando cometi as minha primeiras mortes de efêmeros.

― Arrependida? ― demandou ela cerrando as sobrancelhas. ― Não, não, não, não estou arrependida de matar esses homens. Eles eram estupradores, estavam tentando estuprar uma garota nesse beco, mas eu a salvei matando-os um por um sugando todo o sangue de seus corpos miseráveis.

― E o pobre rapaz que você raptou na boate, onde ele está? ― questionei preocupada com o jovem que não tinha nenhum motivo aparente para ser assassinado brutalmente daquela forma.

― Eu estava o trazendo para o mais longe possível para poder sugar todo o seu sangue em paz, quando ouvi os gritos de uma garota, então fui até lá para ver o que estava acontecendo e vi esses porcos imundos abaixando a calcinha dela com os membros de fora, prontos para se aproveitar dela, então hipnotizei o garoto para esquecer o que viu e corri para salvar a moça. Abati todos eles e mandei que ela corresse sem olhar para trás, foi então que ataquei os seus pescoços e suguei tudo até não restar mais nada e nem ninguém para contar história. 

Entre Maldições [Livro 02]Onde histórias criam vida. Descubra agora