Os alunos e professores da Goode nunca conseguiram entender Percy Jackson. Tudo bem que os antigos colegas dele já haviam se formado e, portanto, eles nunca tinham sido colegas antes, mas todos conseguiam ver que o rapaz tem algo de indomável nele, não apenas pelo déficit de atenção e hiperatividade, mas por sua própria personalidade imprevisível.
Para começar, durante seus primeiros anos na Goode, ele aparentava tranquilidade, mas seus olhos sempre estavam examinando o ambiente como se estivesse esperando um ataque a qualquer momento. Qualquer pessoa poderia confundir com o comportamento inquieto de quem tem TDH, mas um observador mais atento saberia que, por baixo da superfície, ele estava tenso, preocupado e parecia carregar o peso do mundo em seus ombros. Era o mar calmo antes de uma tempestade.
Já nos meses antes de seu sequestro, ele estava visivelmente mais relaxado, porém bastante triste. Sua mão frequentemente segurando o estranho colar de contas que ele sempre usa. O sr. Blófis era sempre visto olhando preocupado para o enteado, como se para garantir que ele estava bem.
Porém, em qualquer um dos cenários, Percy Jackson, apesar da aparência de rebelde sem causa e bagunceiro, era um cara genuinamente legal, simpático e fácil de gostar. Com tolerância zero para bullying e sempre ajudando as vítimas e jogando comentários sarcásticos para o valentão. O rapaz, por isso, era bastante popular e muitas garotas gostavam dele, entretanto, ninguém sabia muito sobre ele.
Ele não tinha amigos próximos na escola, com exceção de Rachel que depois saiu da escola, e nunca falava sobre sua família, sobre seus amigos fora da escola, o que ele fazia nas férias ou nos fins de semana em que ele dizia estar ocupado e por isso não poderia sair com a turma. É claro, ele conversava com seus colegas de turma e os membros da equipe de natação, e era simpático com todo mundo que não pisasse no seu calo, mas havia uma distância. Uma barreira impenetrável que fazia as garotas, e alguns garotos, quererem ser aquela (ou aquele) que conseguiria fazê-lo se abrir e os garotos quererem descobrir mais sobre o rapaz.
Tudo o que os outros alunos sabiam é que Percy é o enteado do professor de inglês, tem um poodle chamado "Sra. O'Leary", é incrivelmente bom em natação e tem uma namorada. Este último foi descoberto pouco antes do sequestro, quebrando o coração de todos, garotas e garotos que queriam algo mais que amizade, quando uma menina se declarou para ele e foi respondida com essa informação.
Quando Percy desapareceu, um dos alunos se lembrou de que alguns anos antes, Percy tinha estado nas notícias acusado de sequestrar a mãe e explodir o Arco, mas que tinha sido descoberto que ele era, na verdade, uma vítima de sequestro. A mesma pessoa sendo sequestrada duas vezes em apenas cinco anos gerou muitas perguntas, mas o Sr. Blófis apenas desconversou, disse algo sobre "ser assunto da família paterna do Percy" e se recusou a dizer mais.
E então, Percy Jackson volta à escola, desta vez acompanhado da namorada, uma moça muito bonita e assustadoramente inteligente chamada Annabeth. Ele voltou ao posto de capitão do time de natação e ela ingressou no time da Decathlon.
Os dois logo no primeiro dia chamaram a atenção, não apenas por ambos serem muito bonitos, a ponto de parecerem deuses gregos, ou ambos terem TDH e dislexia. Também não foi porque os dois apresentam sinais de TEPT, com olhos assombrados de quem sobreviveu ao inimaginável. Ou mesmo o fato dos dois nunca se distanciam mais do que o necessário, sempre de mãos dadas ou olhando na direção um do outro para garantir que o parceiro está bem. Ou o estranho fato de a qualquer som diferente os dois se assustam e Percy segura a caneta que leva para todo lado (chegando a fazer bolsos no uniforme de educação física e guardá-la na touca de natação) mas nunca usa, enquanto Annabeth leva a mão para sua pulseira.
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Assustando os mortais
FanficDepois da guerra contra Gaia, Percy volta para cursar seu último ano no ensino médio na Goode e Annabeth o acompanha, já que depois do Tártaro os dois não conseguem se separar por muito tempo sem terem uma crise de ansiedade. A justificativa dada p...