Capítulo Dez - Viagem II

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Teodoro Assis

- Vem senhorita Leite acompanha-me. Digo para a Giovanna assim que chegamos perto do meu jatinho particular.

- O senhor tem um jato privado? Vamos viajar de jato? Ela pergunta-me boquiaberta. Olho para ela sem entender.

- Sim, a ambas as perguntas. Porquê? Algum problema com viajar de jato?

- Não.

- Ótimo. Quer ajuda?

- Não obrigada. Ainda sou capaz de subir uma escada de um jatinho sozinha. Ela diz irónica

- Tenho certeza que sim. Retruco.

Assim que entramos e nos acomodamos nas poltronas. Uma assistente de bordo vem nos atender. Esta nem lembro-me dela.

- Bem-vindos a bordo senhor Assis. Querem beber ou comer alguma coisa? Ela pergunta olhando só para mim. Não gosto dessa parte, mas resolvo deixar passar. É bem capaz da minha assistente nervosa pensar que rola algum lance entre nós. 
E nem sei o porquê de eu não querer que ela pense isso.

- Eu quero uma dose de whisky Jack Daniels por favor. Obrigado. Senhorita Giovanna vai querer o quê?

- Uma água com gás por favor.
Obrigada.

A assistente some do nosso campo de visão.

- Coitada. Oiço ela murmurar alguma coisa bem baixo.

- O que disse?

- Nada. Falei com os meus botões.

- Não fique nervosa senhorita. Já já estaremos pousando.

- Certo. Vejo ela colocar seus fones de ouvido e fechar os olhos. Eu fico admirando-a. Ela é linda. Cada traço. Não só o exterior como o interior.
Nesse pouco espaço de tempo consegui observa-la e pude reparar que ela tem um coração enorme e puro.
E é muito inteligente. Nenhuma secretária desempenhou tão bem o seu papel como ela tem feito.
Minha vida mudou muito depois que ela passou a trabalhar para mim. Minha agenda toda organizada e os meus compromissos todos em dia.

Até o meu pai elogiou-me um dia desses. Acha que fez-me um bem tremendo (coitado sabe de nada).
O Samuel acha que estou com algum problema, porque quase não tenho ido a festas e nem saindo por aí a pegar nenhuma mulher.
Eu simplesmente ando sem vontade.
Quem eu queria que caísse de quatro por mim, não dá-me a menor bola. Vive a ignorar-me.

Após algumas horas finalmente chegamos ao nosso destino.
A Giovanna dormiu durante toda a viagem, nem a acordei pois calculei que devia estar cansada.
A última semana foi puxado.

- Giovanna. Acorda. Balanço ela um pouquinho.

Ela logo abre os olhos. E é ainda mais bonita ao acordar, cabelos bagunçados, olhos meio fechados, lábios pedindo para serem provados. E só Deus sabe da insana vontade que tenho de provar os mesmos.

- Oi. Chegamos? Ela pergunta sonolenta

- Sim.

- Apaguei.

- Vi. Mas estás cansada. Anda, um carro vem nos buscar para irmos para o nosso hotel.

- Ok.

(***)

Giovanna Leite

Estou sentada aqui nas poltronas da receção do hotel, enquanto o senhor gostoso resolve a questão da nossa hospedagem.

Ele caminha na minha direção e parece chateado.

- Temos um problema.

- Que problema? Pergunto já sabendo que não irei gostar de ouvir a resposta

Uma Secretária Quase PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora