Uma Secretária Quase Perfeita

Capítulo Doze - Donzela em apuros

Giovanna Leite

Eu devo ter algum problema só pode. Onde é que eu estava com a cabeça quando aceitei vir para um encontro com o rapaz da RH. Como é mesmo o nome dele?
Não me lembro agora, sou péssima em fixar o nome das pessoas e tenho um sentido de orientação horrível.
O número de vezes que eu já perdi na empresa onde trabalho há mais de dois meses é insano.
Sou mesmo um perigo ambulante.
Eu + confusão = problema.

Enfim. É cada roubada, deuma mais pior do que a outra.
Mexo no celular rapidamente e mando uma mensagem para a desmazelada vulgo minha melhor amiga:

- Júlia você está lascada. Escrevo chateada

- Agora não posso falar, digo escrever. Você meio que está interrompendo uma foda gostosa com o barman da boate que eu fui ontem.

Faço cara de nojo. - Eca! Para Júlia. Me poupe dos teus detalhes sórdidos.

- Adeus Gio.

- Você me paga sua maluca.

- Também te amo amiga.

Por culpa dela, estou nesse encontro, eu não queria vir, detesto encontros amorosos e tenho aversão à palavra amor.
Eu não quero e nem vou me apaixonar. Na minha vida não há espaço para homem nenhum.

É normal as mulheres atrasarem para um encontro certo? Agora o homem atrasar não é tão normal assim.

- Moça vais beber o quê? Pergunta o barman batucando os dedos no balcão. Cara chato, já é a terceira vez que me pergunta o que vou beber.
Qual é a parte de eu estar à espera de alguém ele ainda não entendeu?

Essa era a resposta que eu queria ter dado para ele, mas como sou educada digo: - daqui a pouco eu peço.

- Já é a terceira vez que me dizes isso.

- Jura? Pergunto irónica.

Ele faz cara de quem não entendeu. Nem me surpreende. O coitado é meio lerdo. É a primeira vez que cá venho e já cheguei a esta conclusão. Como? Simples, o cara parece que vive no mundo da lua.

Um exemplo prático agora a poucos trocou a bebida de uma senhora ao meu lado. A senhora gritou e chamou de todos os nomes esse rapaz.

Se bem que ele só pode estar tendo um dia difícil (espero que assim seja). Se assim for tudo bem. Agora se não for assim tenho pena de quem trabalha ao lado dele.

Vejo o rapaz da RH me cumprimentar de longe e fazer sinal para o fundo da boate. Ótimo além de atrasado o cara é sem educação. Desceu dois pontos na minha escala de avaliação (não que eu esteja o avaliando para um futuro e provável engate, isso não tem a menor chance de acontecer). Eu gosto de avaliar a todos.
Meu chefe por exemplo está no topo da escala dos babacas de plantão.
Desde da nossa última viagem ele vive me infernizando a vida.

Trabalhar com ele nem é tão difícil, o quase impossível é ter que lidar com a pessoa dele. IN-SU-POR-TÁ-VEL.

Levanto do banquinho e vou em busca do cara da RH.

- Olá. Digo assim que o encontro sentado

- Olá princesa. Ele levanta me cumprimenta com dois beijos na minha bochecha, um de cada lado. - Estás absurdamente linda.

- Obrigada.
Dou uma rápida puxada no vestido e sento no sofá ao lado dele.
No meu corpo está meu vestido vermelho curto e colado ao corpo (culpa da Júlia, ela que o escolheu para mim), nos pés tenho minha bota de cano baixo e os cabelos tenho-os soltos.

- Giovanna não é?

- Sim. Seu nome é?

- Artur. Muito prazer.