Capítulo Vinte e Nove - O tão esperado reencontro

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Teodoro Assis

Já é noite, está escuro, mas como sou bom condutor (modéstia à parte) conduzo sem dificuldades pelas estradas de Rio de Janeiro.
Meu destino é Petrópolis.
Pensei nisso amanhã e à tarde toda nisso, e no final do dia eu já estava bem decidido no que iria fazer.
Vou ver a Giovanna, falar com ela e abrir o meu coração para ela.
Preciso arriscar, chega de fugir e adiar.
Se ela já estiver comprometida com outro homem, paciência.
Pelo menos, direi no fim que tentei e lutei.
Fiz a minha parte. É bem melhor do que ficar me remoendo em como poderia ter sido, se eu tivesse tentado.

Horas dirigindo finalmente chego a Petrópolis RJ.
Como não sei onde ela mora, estaciono o meu Jeep Cherokee Laredo aqui perto de um supermercado, vou comprar alguma coisa para comer, visto que ainda não jantei.
Ainda é cedo também, são 21:00 horas.

Ops! Pelos vistos o supermercado já está fechado.
Azar o meu por um lado, mas por outro lado foi bom ter vindo até aqui.
Afinal é aqui que Giovanna trabalha, vejo ela sair por uma porta e ajeitar sua bolsa nos ombros, apertar o casaco e começar a andar.
A sigo sem que me veja.
A conversa que quero ter com ela não pode ser no meio da rua a uma hora dessas.
Quero conversar com ela em particular.

Segundos depois a vejo abrir um portão de uma casinha pequena, entrar e abrir a porta com chave.
Assim que ela fecha a porta, sinto a minha coragem se esvaziar.
No começo da viagem eu estava tão confiante, agora vendo-a bem perto, estou com um medo insano.

Quê isso Teodoro Assis? Você nunca teve medo de nada. Se chegaste até onde chegaste foi porque lutastes sem medo.

Minha consciência repreende-me.
Tenho que fazer isso. Coragem Teodoro! Coragem!

(***)

Abro o portão entro e bato na porta.
Segundos depois oiço a voz sedosa da Giovanna responder:

- Quem é?

- Sou eu Teodoro Assis. Digo rapidamente, antes que a minha coragem ouse me deixar nas mãos.

(***)

Giovanna Leite

Hoje o dia no supermercado foi cansativo e para deixar tudo mais bizarro, tenho que lidar com o meu passado e com o fato do meu melhor amigo estar completamente apaixonado por mim.
Não via a hora da noite chegar para fecharmos as portas, graças a Deus ela chegou, fechamos e saio a correr.
Não quero ter que cruzar de novo com o Frederico.

Ando devagar pelas ruas e segundos depois chego a minha casa.
Nada como chegar ao teu lar depois de um dia estressante no trabalho.
Abro o portão entro e a porta que deixo todos os dias fechada na chave cuidadosamente.
Entro e a casa está fria como sempre. Nem sei como ainda não morri congelada aqui dentro.
Nem tenho tempo de despir-me só mesmo de pendurar o casaco e a bolsa, oiço alguém bater na porta.
Só pode ser o Frederico.

Infernos! O que será que ele quer agora?

- Quem é? Pergunto sem muita vontade

- Sou eu Teodoro Assis. Oiço a voz impotente do Teodoro Assis responder do outro lado da porta

Fico paralisada.

Teodoro Assis na minha casa. A uma hora dessas. O que será que ele quer de mim também?

Só abrindo a porta para saber. Chega de fugir. Estou mesmo cansada de fugir.

Não sou covarde.

Abro a porta e sinto minhas pernas bambas assim que meus olhos cruzam  com os dele depois de muito tempo.

Uma Secretária Quase PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora