Capítulo Treze - Desenterrando defuntos

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Giovanna Leite

Estou encolhida no banco de trás do luxuoso carro do meu chefe.
Qual o problema dele afinal com carros? É cada um mais luxuoso do que o outro.
Ele está dirigindo (não sei para onde) em silêncio.
Nem perguntei, também não interessa. Estou traumatizada.
Nem sei o que seria de mim agora se ele não tivesse aparecido e impedido o verme de ir mais além.
Fecho meus olhos com força. Apetece-me gritar.
Estou revoltada.

Quando eu tinha 6 anos de idade, eu era uma criança indefesa. Eu não tinha a noção que eu tenho hoje. Eu só sabia que o que aquele traste nojento fazia era errado.
Hoje em dia já adulta, causa-me uma repulsa tão grande saber que as mulheres sempre estão e estarão sujeitas a sujeitos covardes como aquele que queria abusar de mim sexualmente agora há poucos.
É difícil ser mulher no mundo em que vivemos. Poxa!
Chega a ser frustrante e desgastante.

Temos que ter cuidado com o que vestimos, porque a nossa roupa pode soar como um convite.
Temos que ter atenção ao que falamos, para que o mesmo não seja mal interpretado.
Caramba é muito complicado ser mulher.

Corremos perigo em todo o lado, até andar de autocarro é perigoso, os olhares maldosos que recebemos da parte dos homens.
Nascer mulher no mundo que estamos hoje é uma luta constante e cada batalha vencida por nós é motivo de louvar e agradecer ao ser superior, que teve a bondade de nos criar.
Limpo as lágrimas que insistem em cair sem parar dos meus olhos.

- Não chores por favor Giovanna. Eu lido muito mal com mulheres a chorar. Damn it!

Fungo. - Vou ficar bem Teodoro. Só preciso de um tempo. Limpo o nariz no lenço de papel que ele me oferece.

- Obrigada.

- Não estás sozinha. Estou aqui. Vai ficar tudo bem. Prometo. Chegamos. Ele entra numa garagem de um luxuoso apartamento.

Definitivamente meu poderoso chefe tem problema com itens luxuosos.

- Posso saber onde estamos?

- Na minha cobertura. E sei que depois do que passaste agora há poucos a última coisa que queres é estar perto de um homem, sozinha no apartamento dele.

- Teodoro.

Ele me interrompe. - Não espera, deixa eu terminar. Eu juro que jamais iria fazer alguma coisa contigo. Você pode confiar em mim. Só quero cuidar de você. Não quero te deixar sozinha nesse estado.

- Teodoro eu sei. Foi tudo o que eu consegui dizer. Para falar a verdade estou sem forças para discutir com ele nesse exato momento.
Estou cansada física, mental e emocionalmente.

Descemos do carro em silêncio, entramos no elevador, ele aperta o botão para a cobertura e o mesmo começa a subir.

Assim que chegamos o elevador para, saímos e ele usa o seu cartão para destrancar sua porta (enorme).
Dentro da cobertura levo um susto. Ele é enorme e esbanja charme e requinte.

- Teodoro qual o teu problema afinal?

- O quê? Ele franze a testa sem entender.

- Não é possível. Minha boca está aberta. - Você definitivamente tem problema com luxo. Meu Deus do céu! Olha o tamanho deste apartamento.

Ele gargalha alto. - Ah! Isso! Entra Giovanna e fique à vontade. A casa é sua. Senta. Queres beber alguma coisa?

- Eu queria tomar um banho Teodoro se não for pedir muito e nem abusar da tua hospitalidade. Não quero incomodar.

- Imagina. Incomodado nenhum, você é minha convidada. Vem vou te mostrar o teu quarto. Tomas o teu banho descansada, enquanto isso vou preparar algo para comermos, não sei você mas eu estou faminto.

Uma Secretária Quase PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora