Capítulo 11 - Quebrado

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Dexter Morgan disse:
"A vida é tão passageira. Tão frágil. Cada respiração pode ser a última."

Dexter nunca esteve tão certo. Ali estava eu, parada, mal conseguia respirar. A minha frente estava o Julian me olhando fixamente.Ele não se mexia, ele só me encarava. Eu tentei me aproximar da porta mas ele levantou a mão, levou o dedo indicador até a boca pra eu fazer silêncio.
Eu nunca senti tanto medo na minha vida, meu coração estava quase saindo pela boca.

- Julian, o que você está fazendo aqui?

- Você sabia que quando uma uma pessoa sofre uma grande perda, ela pode enlouquecer?

- Julian..

- Anne. Vai ser mais fácil se você não resistir.

Naquele momento eu olhei pra trás do Julian, eu vi uma corda e um saco, ele também estava com um pano nas mãos com certeza com algum produto pra me desmaiar. Pensei que era meu fim, tentei correr até a porta da cozinha mas ele correu atrás de mim e me segurou tapando minha boca com o pano me fazendo cair.

- Não resista Anne, eu não quero machucar você.

- ME SOLTA!!! SOCORROOOO!!!!

Falei já quase sem voz. Tentei me soltar mais foi em vão. Ele me jogou no chão com força ficando por cima de mim me dominando por inteira. Eu estava em Pânico, tentava sair ao mesmo tempo que tentava gritar, já não tinha mais fôlego.

- Eu senti tanto sua falta, tanto. Você não sabe como eu te amo, como eu quero você.

Julian falava coisas sem sentido, tentava expressar um amor doente e totalmente sem nexo. Ele queria que eu acreditasse que ele me amava mas a que custo ele queria isso?
Ele queria me sentir, me usar, me tocar mais eu não queria. Eu queria que ele fosse embora, eu queria que ele sumisse.
Mas ele era homem, ele era mais forte e eu estava sozinha. Ele amarrou minhas mãos com aquela corda e me usou, abusou de mim na sala da minha casa. Suas mãos ainda estavam sobre meu pescoço quando ele acabou.
Eu estava totalmente só, arrasada, eu queria morrer. Eu nunca havia sido violada daquele jeito, Julian transformou amor em doença. Ele não estava bem e estava me matando, acabando com o sobrou dos meus cacos.
Eu acabei desmaiando com o produto, quando ele acabou eu não estava mais sentindo meu corpo, minha mente estava em órbita com tudo aquilo.

**

Antoni me acordou, a casa já estava escura e eu estava sozinha quase nua deitada sobre o chão frio. Ele estava totalmente assustado tentando entender o que havia acontecido.

- Amor,  o que aconteceu com você?

- Ju.. Julian..

- O que ele fez? Não me diz que aquele desgraçado.. 

Antoni nem conseguiu terminar a frase, levantou e deu um soco na parede. Ele queria matar o Julian, estava fora de si.
Ele me ajudou a levantar, soltou minhas mãos e me abraçou.

- Calma meu amor, eu tô aqui. Eu vou cuidar de você.

Ele me levou pro quarto e me fez tomar um banho, me colocou na cama e eu ainda não estava bem sentia muito enjôo e meu estômago revirava.
Antoni abriu a bolsa que estava com ele e tirou uma arma, meu coração acelerou e eu olhei pra ele.

- Amor. Onde você arrumou isso?

- Um amigo me deu, é pra nossa segurança. Na verdade pra sua segurança. Eu vou matar esse cara.

- Amor.. para.. tá tudo bem.

- Não tá tudo bem. Ele abusou de você, isso não vai ficar assim, ele tentou te matar.

- Antoni.. brigar não leva a nada. O Julian está doente, ele quer que eu o ame de todo jeito, mas ele não quer me matar.

- E como você sabe?

- Ele poderia ter me matado hoje. Não matou porque não é isso que ele quer. Ele quer o meu amor. Mas isso não será mais possível. Porque eu amo você.

Antoni sentou do meu lado e me abraçou, ele procurava algum consolo enquanto tentava se acalmar. Eu fiz carinho em seus cabelos e beijei sua testa.
Eu não queria que Antoni fizesse nada de errado, não queria que ele fosse preso ou coisa pior. Não valia apena.

- Vamos nos mudar. Eu não quero esse cara perto de você nunca mais.

- Tudo bem. Vamos nos mudar o mais rápido possível.

- E vamos avisar a polícia sobre o que aconteceu hoje. 

Eu não queria mais chamar a polícia, nas duas vezes quer chamamos eles não fizeram nada além de supor coisas que não existiam.
A polícia foi incapaz desde o começo e eu sabia que seria novamente mas eu queria deixar Antoni tranquilo então eu concordei em dar queixa dele.
No dia seguinte fizemos o BO na delegacia, dei todos os detalhes de como tudo havia acontecido, tentei deixar tudo claro e disse que havia sido o Julian o responsável pelos ataques a minha casa.

Antoni e eu decidimos alugar um apartamento no centro, lugar com maior visibilidade e movimentação. Alugamos no 15° andar. A vista era Incrível e ficamos bem instalados lá, como era prédio eu sabia que e teríamos muita segurança então fiquei tranquila em relação a isso. O novo apartamento era grande, tinha três quartos sendo dois com suite, cozinha ampla, sala de  jantar, área de serviço, varanda e lavanderia. Eu realmente havia gostado daquele lugar e achei que ali estaríamos mas seguros.
De fato estávamos, tudo era monitorado e registrado.

Na primeira noite que dormimos lá eu acordei no meio da noite com pesadelos, gritando, assustada. Antoni sempre me acalmava, com paciência ate eu dormir novamente. Eu não conseguia tocar muito em Antoni e isso me deixava muito mal porque eu estava descontando nele as minhas frustrações e medos. Mas ele deixava claro que tudo estava bem e que não seríamos mais Incomodados pelo Julian.
E assim foi por bons três meses, estávamos tudo indo bem, já estava perdendo o medo quando uma noite o alarme tocou, Antoni e eu corremos pra sala e lá estava ele de pé novamente. Eu senti um arrepio percorrer todo meu corpo, o choro preso na garganta não me deixava falar. Então Antoni começou.

- Como você ousa entrar na nossa casa?

- Eu vim buscar a Anne.

- Você só pode ser louco, ela não vai com você.

- Eu acho que vai.  - Falando isso ele puxou uma faca pra o Antoni.  - Você não vai ficar com ela.

- Quer aposta?

E dizendo isso, Antoni correu pra cima de Julian o derrubando com um soco.
Eu fiquei apavorada, tentei separar os dois mais a briga foi inevitável. Eles se jogaram contra o chão e se socaram com violência, corri pro quarto e peguei a arma de Antoni que estava no criado mudo, voltei correndo e mirei na direção dos dois.

- POR FAVOR... PAREM!

Meu pedido foi ignorado, os dois não paravam de se socar. Eu não sabia mais oque fazer e num momento de susto acabei atirando. O tiro soou alto e seco, um som horrível que nunca esquecerei.  Eu atirei sem saber em quem, mas o sangue escorria e o silêncio reinou.

- O que você fez Anne???

Soou uma voz.. o que eu havia feito?!

*CONTINUA*

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