Capítulo 15 - Amanhã

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Foi tudo muito rápido, quando eu menos notei o pior aconteceu.
As vezes fizemos que não a nada ruim que não possa piorar e esse ditado nunca esteve tão certo. No dia em que eu quase morri, Julian foi a última pessoa que eu vi antes de desmaiar. Eu tive um sonho maluco e nesse sonho eu me encontrava com aquele Julian de meses atrás. Aquele rapaz doce e intenso que jurou me amar. Aquele Julian infelizmente não existia mais. Havia ido embora.

Quando Antoni puxou o gatilho naquele dia, o doce Julian se foi. Ele caiu em posição de medo, me olhando como no início, como no dia em que nos conhecemos. Eu sentei ao seu lado e coloquei sua cabeça no meu colo. Não sentia mais medo, só uma tristeza enorme por não ter conseguido salva-lo.

Antoni só quis me proteger, Julian não estava bem. O amor foi cruel com ele, ele nunca soube amar.

- Me desculpe. Eu só queria ficar com você pra sempre.

- Porque você mudou assim, Julian?

- Eu não sei.. me perdoe. Eu quero que viva, que seja feliz. Eu fui só uma parte da sua vida, mas você foi a minha vida inteira. Eu amo você anne e vou amar pra sempre.

Julian se foi naquele dia. Seu corpo se foi, sua alma partiu. Julian estava doente, precisa de ajuda.. ajuda essa que não seria fácil pra ele aceitar.
Antoni e eu fomos pra delegacia, demos o nosso depoimento e Antoni respondeu por homicídio culposo. Ele não foi preso já que Julian já havia tentando me matar outras vezes e a polícia sabia do seu grau de periculosidade.
O pai de Julian, apesar de abalado, não culpou Antoni. Ele sabia que Julian não desistiria até tirar minha vida. Ele também se sentia culpado por tudo que Julian se tornou.
O seu garotinho havia virado um homem adulto incontrolável e ele tinha medo que o pior ocorresse.

No dia do enterro, eu estava lá. Prometi a ele que iria, que estaria lá no fim. Olhei pra eu seu corpo pálido e sem vida, parecia finalmente ter encontrado a paz.
Coloquei uma foto nossa próxima a sua lápide, uma que tiramos num dia qualquer em que ele foi até o café. E comecei a me lembrar de quando Julian me fez sorrir pela primeira vez, do nosso primeiro esbarrão naquele dia chuvoso.

Eu sentiria sua falta, parece loucura falar isso, mas eu sentiria sim a falta do primeiro cara que eu amei.
Porque eu sabia que a sua essência era boa, que no fundo ele não era assim. Mas a vida havia sido cruel e tudo estava acabado.

Uma semana após o ocorrido nos mudamos, a decisão foi mútua.
Carregamos o carro e fomos rumo ao norte, seria um novo recomeço, uma nova vida pra mim e pra Antoni. Coisas boas iriam acontecer eu conseguia sentir.

Seis meses se passariam desde a morte de Julian, eu estava seguindo a vida. Eu, Antoni e nosso bebê.
A vida me deu uma segunda chance e eu não iria desperdiçar.
Eu e Antônia seriamos papais em poucos dias e nosso filho seria a continuação do nosso legado, do nosso amor.

Estávamos ansiosos e esperançosos que a vida seria boa dali pra frente.
Antoni e eu casamos, tivemos nosso filho e aquele passado turbulento ficou pra trás, finalmente encontramos o que sempre quisemos.
Amor e mais amor.

O amanhã nunca foi tão lindo!

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