𝑴𝒊 𝑪𝒊𝒆𝒍𝒐..?⇞ 𝑹𝒐𝒃𝒊𝒏 𝑨𝒓𝒆𝒍𝒍𝒂𝒏𝒐

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Minha saida do hospital acabou acontecendo no final da tarde, eu ja estava menos fraca do que antes e até mesmo conseguia andar sozinha mesmo que fosse um pouco devagar. Chegar em casa depois de tudo aquilo me fazia sentir melhor, saber que aqueles dias de pesadelo haviam acabado e que eu finalmente podia respirar aliviada outra vez me deixava bem.
Porém em alguns momentos eu sentia como se estivesse sendo observada da mesma forma que me sentia no porão, mesmo sabendo que Robin havia acabado com aquele homem.. meus pesadelos com ele não pararam.

Eu gostaria que Robin tivesse ficado comigo naquela noite, mas não quis pedir e nem dar a entender aquilo, sabia que ele não havia dormido tão bem por ter ficado no hospital comigo na noite passada, então pedi que ele voltasse pra casa para descansar e também que dissesse a sua mãe o quão eu havia sentido falta dela, que a visitaria assim que me recuperasse melhor de tudo. Poder dormir em minha cama outra vez era reconfortante, mas não o suficiente pra me impedir de ter pesadelos com o que havia acontecido. Tentei deixar aquilo de lado, talvez fosse normal por conta do estresse pós traumático do qual o medico alertou.

No dia seguinte, recebi visitas desde o começo da manhã, vizinhos e amigos da escola iam até lá para me desejar melhoras e para dizer o quão felizes estavam por eu estar de volta. A aquela altura eu e os outros ja estavamos nas capas dos jornais, nos noticiarios e até mesmo nos rádios, mas nenhum de nós havia aceitado conversar com a imprensa até o presente momento por orientação da polícia, aquelas noticias haviam se espalhado rapido demais e agora éramos conhecidos como os adolescentes que acabaram com um Serial Killer, por sorte não haviam conseguido nenhuma foto dos outros, até então eu era a unica com a imagem explicitamente exposta.

A policia ainda tinha algo a conversar conosco e eu sabia exatamente do que se tratava mesmo que nem se quer tivessem dito sobre o que seria, queriam saber onde estariam os corpos dos outros garotos.. a questão é que não haviam corpos a serem encontrados.

"Eles nos mantem vivos, só não acordados."

Aquela frase de Bruce ecoava em minha cabeça sempre que eu pensava sobre isso e até tinha algumas teorias do que poderia estar acontecendo mas não tinha certeza de nenhuma, por isso era essencial que conversassemos sobre aquele assunto. Porém, não era como se eu tivesse planos de dizer tudo a polícia.. não confiava no trabalho deles para expor tudo daquela forma, visto que eles levaram meses para fazer algo que um grupo de adolescentes fez em alguns dias.

Assim que a tarde se iniciou, eu estava sentada no sofá da sala ao lado de Sra. Blake, liamos livros enquanto Finney e Gwen assistiam a algum programa de que gostavam na tv. Eu estava evitando falar sobre aquele assunto com eles, gostaria de conversar sobre aquilo apenas quando todos estivessem juntos e sabia que começariam a chegar daqui a pouco, no horário em que foi marcado.

- Isso é tão bom, você precisa ver Sky. - Gwen comentou rindo enquanto pegava um pouco da pipoca da tigela que Finney segurava.

- É melhor você não comer toda a pipoca antes do filme acabar. - Finn disse divertido e negou com a cabeça.

- São dois bobos.. - sorri enquanto olhava os mesmos com suas leves implicâncias.

A campainha acabou tocando e Finney se levantou deixando a tigela com Gwen, dizendo que atenderia a porta e caminhando até a mesma. Voltei a atenção outra vez para meu livro, talvez fosse o carteiro ja que aquele horário era o que ele sempre aparecia, só estranhei que aquele não era o dia da semana que ele vinha. Foi quando ouvi uma voz conhecida..

-  Hey Finn! - falou e minha atenção saiu do livro, indo parar na porta.

Reconheci quase que de imediato e um sorriso enorme surgiu em meu rosto, baixei o livro em minha coxa e encarei a porta esperando que entrasse. Para minha surpresa, Robin não entrou sozinho, sua mãe estava junto a ele e assim que me viu um sorriso se fez presente em seu rosto. Aos poucos me levantei e assim que chegou perto o suficiente senti me puxar para um abraço, aquele abraço caloroso e carinhoso que sempre me dava todas as vezes que ia em sua casa, assim pude perceber o quão havia sentido falta daquilo também.