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Antes

Algumas semanas haviam passado.
Eu passava dias e dias aqui na mansão, sem me preocupar com o mundo lá fora.

Aurélio era um homem bem ocupado, então eu passava a maior parte do tempo no meu quarto assistindo ou estudando.

Saí do banho e coloquei um vestido colado. Fui até a penteadeira e sequei meu cabelo. Aproveitei para me olhar no espelho.

Eu não estava mais com olheiras, nem com marcas do " acidente", já que depois de eu ter fugido da casa da tia, me joguei na frente do carro do senhor Aurélio para morrer. Fiquei com alguns hematomas.

O carto não havia me acertado em cheio. Foi mais um susto mesmo.

Meu corpo estava mais cheio, graças ao tanto que eu havia comido. Saí do quarto com meus materiais de pintura e desci.

Vi Roberto mexendo no celular. Eu mal o via, a última vez que isso aconteceu, ele tombou comigo na cozinha indo pegar água.

Passei por ele e pude jurar que sua cabela virou para me encarar.

Saí indo para a área do jardim. Fui encarando as flores para decidir o que eu podia pintar.

Acabei escolhendo uma roseira perto da fonte. Estiquei o pano para me sentar e coloquei o quadro entre minhas pernas.

Fui fazendo tudo conforme eu me deixava levar.

Pintei até não dar mais e até minha coluna pedir arrego.
Sorri para a pintura, que por sinal havia ficado linda.

Roberto: Parabéns.ㅡ me assustei com a sua voz e bati a mão em um pote de tinta que manchou meu vestido e sujou um pouco meu cabelo longo ㅡ Desculpe. Me deixe ajudar.

Segurou meus cabelo com cuidado levantando pata não sujar mais na poça de tinta e eu me levantei.

Bianca: Tudo bem. Não vi você chegar.ㅡ sorri fraco ajustando a barra do vestido.

Observei a sujeira e acabei rindo.

Bianca: É o terceiro tecido na semana. Ana vai enlouquecer.

Ele soltou meu cabelo observando ele balançar ao longo da minha cintura. Depois me olhou.

Roberto: Mais uma vez, me desculpe. Eu aviso que dessa vez fui eu.

Sorri de lado.

Bianca: Mais uma vez, está tudo bem. ㅡ dessa vez foi em quem sorriu.

E eu corei, porque nunca o tinha visto sorrir. Ele tonha uma covinha do lado direito.
Desviei o olhar para o chão e mexi meus pés nervosa.

Roberto: Você é talentosa. Fez jus à realidade.ㅡ ele foi até a tela e pegou com cuidado ㅡ Posso ficar? Pago por isso.

Arregalei os olhos.

Bianca: Ah... Pode ficar, sim. Mas não precisava pagar.

Ele me ignorou e sorriu para a tela.

Roberto: Bianca gostava desse pé de roseira. ㅡ devia estar falando da sua mãe ㅡ Posso mostrar para Aurélio quando ele chegar?

Fiz que sim com a cabeça e ele suspirou.
Estranho chamar os pais pelo nome.

Bianca: Me desculpe a pergunta, mas onde você estava quando eu cheguei?

Roberto: De férias com meus irmão.

Bianca: Ah. Aurélio não fala muito sobre vocês. Nem sobre o seu irmão.ㅡ ele ficou quieto ㅡ Qual o nome dele?

Ele fechou a cara e respondeu grosso:

Roberto: Não importa. Obrigada pelo quadro.ㅡ saiu esbarrando em mim e eu me assustei.

Mal educado...

Ignorei isso e juntei as minhas coisas voltando para o quarto.

Depois desse dia, eu não falei mais com Roberto, e nem ele comigo.



A Fórmula Perfeita- ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora