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Acordei sentindo um peso em minha barriga, olhei pra baixo e vi Bob me encarando.
Resmunguei empurrando ele para o outro lado do colchão e me sentei na cama, coçando os olhos.

Olhei para ele.

Bia: Tá com fome?ㅡ ele abanou o rabo ㅡ Tá, espera.

Levantei e fui tomar banho e fazer minha higienização matinal. Voltei e peguei meu celular, lendo alguma mensagem de Ludovico.
Eu precisava entregar os quadros.

Resmunguei sentindo meu corpo inteiro doer. Me vesti e desci sendo acompanhando por um Bob bem ansioso. Ao descer, encarei o sofá e algumas memórias da madrugada me vieram.

Senti minha alma abandonar o corpo e minha pressão pareceu sumir.

Que merda...
Por favor, sem climão! Foi um ato impensado. Foi o fogo do momento, nada demais.

Tentei me convencer.

Andei até a cozinha e fui até a bolsa que eu havia separado para Bob. Peguei um sachê e abri, colocando no pote dele; enchi tudo e coloquei no chão.

Bia: Vou comprar sua ração.ㅡ fiz carinho em sua cabeça enquanto comia.

Me levantei olhando ao redor.

Nenhum sinal de Gabriel.

Escutei meu estômago roncar. Eu precisava comer antes de começar a pintar. Resolvi cozinhar alguma coisa para comer, mas me senti muito perdida na enorme cozinha..

Suspirei e tentei criar coragem. Pedir um lanche me parecia ser o caminho mas fácil, mas eu precisava aprender a me virar.

Comecei a vasculhar as coisas e no final, consegui fazer panquecas. Comi e limpei tudo, colocando no mesmo lugar. Saí da cozinha, e antes de ir pintar, escovei os dentes.

**

Assim que cheguei na enorme sala, e depois de ter o maior sufoco de mover as coisas até lá, me sentei e comecei.

Antes, tirei minha blusa branca e limpa. Aquilo era dificil de limpar.

Essa era a minha parte favorita, o começo; onde a euforia engolia qualquer dor nas costas ou qualquer barulho da mente desgorvenada.

Era apenas eu e a tela.

Pintei até meus braços doerem, e até dar o horário de ir na Galeria. Deixei os recentes secando e saí do cômodo, ao passar pela sala escutei uma voz masculina conhecida, mas apenas subi e fui tomar outro banho.

**

Desci e vi um dos ajudantes de Gabriel passar.

Bia: Ei!ㅡ ele me olhou ㅡ Preciso ir até a Galeria, por favor.

ㅡ Claro, vou preparar o carro.

Sorri agradecida e ele saiu. Peguei os quadros e saí indo em direção ao carro preto.

Confesso que uma pontada de medo me atingiu, assim que pisei os pés na galeria e entreguei meu trabalho a Ludovico. Conversei sobre o leilão e sobre os negócios do nosso acordo.

Antes de ir embora, me virei e chamei a atenção de Ludovico.

Bia: O homem que comprou meu último quadro... A quanto tempo ele tem contato com a galeria?

Ludovico parou para pensar.

Ludovico: Ele já estava interessado em comprar... Mas o último leilão, foi a primeira vez em que o vi pessoalmente.

Mordi minhas bochechas.

Bia: Ele falou ou perguntou alguma coisa sobre mim?

Ludovico: Não muito, só ficou sabendo seu bome por causa do quadro.

Estranho... E como ele sabia que eu trabalhava aqui? Roberto nunca se interessou por quadro ou arte.

Suspirei. Eu não podia mais fazer perguntas, ia ficar muito suspeito.
Sorri forçado.

Bia: Obrigada, Ludovico. Até mais.

Ludovico: Disponha. Até mais, senhorita Bianca!

Dito isso, saí.
Meus pensamentos ainda estavam a mil... Era impossível de Sofie ter contato com Roberto, e. Gabriel não falava com o irmão. Já Juliana... Ele havia arrancado informações de que eu estava em. Londres dela? A única que sabia disso era ela.
Eu sempre comentei minhas conquista com Ju.

Ela poderia ter dito para se safar das ameaças dele. E o pior era que eu não duvidava que ele houvesse chegado em um nível tão baixo.

A Fórmula Perfeita- ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora