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Não se esqueçam da estrelinha 🌟

Terminei de experimentar todos os vestidos, e de vinte, eu havia gostado de nove.
Haviam justos que marcavam meu meu corpo, e por alguns momentos, eu pensei que Gabriel fosse me devorar ali mesmo.

Depois disso, fomos olhar alguns saltos e ele escolheu todos.

Pegamos os nove vestidos, que de alguma forma ele havia confiado em mim para fazer as escolhas, e os sapatos e Gabriel foi pagar.

Como dito, meu expediente acabou no momento em que eu terminei de atender ele. Eu ia saindo, quando o escutei me chamar.

Gabriel: Eu te levo. Sei que seus carro tá acabado depois do acidente.

Bia: Pego uber.

Gabriel: Não. Está tarde.

Respirei fundo. Mas ele estava sendo gentil, então aceitei. Até ia me oferecer para carregar aquele tanto de sacola, mas ele parecia estar bem.

Então dei de ombros e o segui até o estacionamento.

Gabriel guardou as coisas no porta-malas, e abriu o carro de luxo.
Entrei e em seguida ele também entrou. Assim como qualquer outra coisa de Gabriel, suponho, o carro também estava com seu cheiro amadeirado e ácido. Era um cheiro bom e viciante, o qual eu passaria horas sentindo.

Ele deu partida e o caminho foi em silêncio. Olhando de lado, eu notei o quanto ele era lindo, especialmente dirigindo. Seu perfil muito bem marcado pelas luzes da cidade, o deixavam ainda mais impecável.

Desviei o olhar porque isso me parecia ser errado, mas era impossível não admirá-lo. O carro, de repente, pareceu ter ficado mais quente e apertado, conforme demorava mais para chegar em casa.

Me remexi no banco e ele percebeu o desconforto.

Gabriel: Eu não mordo, Bia.ㅡ soltou me fazendo parar ㅡ A não ser que peça.

Engoli em seco e revirei os olhos para a sua provocação descarada.

Bia: Não, obrigada. Prefiro ter meu corpo intacto.

Ele pareceu sorrir de lado.

Gabriel: Que pena... Eu adoraria tirar um pedaço seu.

Fiz careta e dessa vez olhei pra ele de verdade.

Bia: É assim que você conquista as mulheres, senhor Addams? Arrancado pedaços delas e levando para casa? ㅡ entrei na brincadeira e ele riu.

Gabriel: Não. Apenas você, Clarke.

Não pude evitar o risinho que me escapou da garganta e voltei a olhei para frente.

Bia: Odeio esse sobrenome na sua boca.ㅡ menti.

Gabriel: Odeia, é?ㅡ senti o sorriso em sua voz .

Assenti.

Bia: O que vem depois de Gabriel?ㅡ perguntei e ele parou no semáforo me encarando ㅡ Sei que não é Addams.

Gabriel: Alonso.ㅡ desviou o olhar do meu para a rua ㅡ Não gosto dele.

Franzi o cenho.

Bia: É bonito.ㅡ continuei olhando para o seu perfil, que agora sério, o deixava ainda mais lindo.

Gabriel: Bianca Alonso Addams. Era o nome da minha mãe.

Fiquei quieta por alguns segundos.
Ah, por isso.

Bia: E isso te aflige? Ter o sobrenome da sua mãe?

Vi o pomo de Adão subir e descer rapidamente, como se ele estivesse engolindo em seco.

Bia: Peguei o sobrenome do meu pai.ㅡ mudei de assunto ㅡ Esse sim eu odeio.

Dessa vez ele me encarou, e não foi só uma encarada. Ele me olhou de verdade.
Não queria me obrigar à falar nada, apenas estava me olhando mesmo.

Bia: Bianca Clarke Diniz.ㅡ parecia ainda pior falando em voz alta ㅡ Odeio Diniz. Mas Aurélio conseguiu mudar e apagou meu pai biológico da minha vida de alguma forma.ㅡ silêncio ㅡ Como sabe meu sobrenome?

Gabriel: Aurélio. Ele queria fazer barganha para mudar seu nome, e conseguiu. Eu estava no meio, por isso sei.

Será que Aurélio havia dito alguma coisa do meu passado pra ele? Preferi não saber. Eu não queria viver com essa vergonha.

Desviei o olhar para evitar demonstrar alguma coisa, mas ele percebeu. Sempre percebia.
Parecia tentar me decifrar nos mínimos detalhes, e eu não sabia se isso me incomodava ou não.

Gabriel: Aurélio não me falou nada, Bia.ㅡ fiquei quieta encarando o semáforo que já estava verde, mas Gabriel não saia do lugar ㅡ E eu não ousei perguntar.

Bia: Mas não é como se uma estranha fosse criada pelo sei pai, e você não sentisse nenhuma dúvida de onde ela veio.

Gabriel: Isso ainda não me dá o direito de cutucar a sua vida.ㅡ senti sua mão sobre a minha mas logo ele tirou ㅡ Só quero dizer que não me importo com o seu passado. E só vou saber de você me disser, e se quiser.

Pela visão periférica vi que ele deu partida e continuou a trajetória. O restante do caminho foi em silêncio.

Mas não foi um silêncio constrangedor ou tenso. Foi mais consolador e aconchegante do que eu pudesse imaginar. Ao chegar em casa eu ia abrindo a porta do carro, mas parei.

Bia: Obrigada.ㅡ eu não sabia se era pela carona, mas sabia que não era pela carona, e Gabriel entendeu, como sempre.

Sorriu levemente.

Gabriel: Por nada.

Sorri de volta e saí do carro. Ele só saiu quando eu já estava quase dentro do elevador do prédio.

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A Fórmula Perfeita- ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora