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Acordei sentindo minha cabeça latejar.
Não era fácil manter os olhos aberto quando se leva duas cacetadas na cabeça.

Olhei ao redor, e vi alguns curativos com sangue espalhados no chão, os quais deveriam ser do meu ferimento.

Ele queria me matar?!

Respirei fundo e me forcei à gravar tudo da casa.
Parecia ser estilo bangalô, e pelo som dos passarinhos lá fora, não estávamos na cidade.
Eu estava em um quarto, com uma cama branca, guarda-roupa artesanal de madeira. Havia algumas plantinhas na escrivaninha... Seria o tipo de casa que eu moraria, caso não fosse minha situação.

Olhei para trás dando de cara com uma varanda. Haviam árvores lá fora, que tapavam a minha visão do outro lado.

Tentei sair da cama mas notei que meus braços estavam presos por uma tira branca. Minha boca também estava com uma fita.

Escutei a porta sendo aberta e Roberto entrar com uma bandeja.

Roberto: Me desculpe.ㅡ foi a primeira coisa que disse.

Se sentou na cama, e colocou meu café da manhã na mesinha ao lado. Ele me olhou e levantou a mão para tocar em meu rosto.

Eu não podia demonstrar medo... Eu tinha que ter um plano para conseguir fugir. Sem dúvidas, Roberto era influenciável, eu poderia usar isso como desculpa. Talvez, fingir querer ficar com ele, até conseguir sua confiança para ele me soltar.

Não importavam quanto tempo, o importante era sair com vida.

Senti nojo, e tive que me esforçar para não afastar o rosto quando seus dedos mexeram em minha bochecha.

Roberto: Sabe o quanto eu te procurei? ㅡ pisquei alguma vezes ㅡ Eu me meti em enrascada pra ter você aqui.

Onde estavam as pessoas com quem ele tinha se aliado?

Roberto: Vou tirar a fita, e você vai comer quietinha. Tudo bem? ㅡ tinha um tom de ameaça em sua voz.

Fiz que sim com a cabeça. Roberto puxou a fita me causando dor, pegou o prato e colocou ao meu lado.

Ele se esticou e desamarrou uma das minhas mãos. Comecei à comer quieta, meu estimado estava roncando de fome.

Olhei para a minha mão, não vendo mais os anéis de Gabriel.

Roberto: Me renderam um bom dinheiro.ㅡ murmurou. Eu queria esmurrá-lo por ter vendido meus anéis. ㅡ Aliás, vocês não passavam de uma farsa para me irritar... Né?

Fiz que sim com a cabeça e senti seus dedos levantarem meu queixo para encará-lo.

Roberto: Ele te obrigou a fingir isso? Juliana me falou que vocês não eram um casal... Embora Gabriel investisse.

Bia: Ele precisou de uma esposa.ㅡ respondi baixo ㅡ Mas não somos casados.

Isso tirou um sorriso de Roberto.

Roberto: Você sabe que ele só estava te usando? ㅡ Achei uma brecha para mentir.

Bia: Ele disse que você tinha roubado a noiva dele... Só estava retribuindo o favor.ㅡ Roberto sorriu ㅡ Ele não me ama. E nem eu o amo.

A Fórmula Perfeita- ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora