Preparativos

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Amy

Encaro a parede enquanto colocam meus braços para trás e os prendem em algemas, ignoro a dor no meu braço machucado ao apertarem mais apenas para me sentir desconfortável. Apenas mantenho a cabeça erguida enquanto a mesma mulher de ontem começa a me guiar pelos corredores.

Tive tempo de fazer uma trança antes de ela voltar, minhas mãos estavam tremendo e eu não conseguia parar de morder a parte interna da bochecha. Não sei quanto tempo demorou para chegarmos lá, não sei se ela falou algo para mim antes de entrarmos em um salão completamente vazio, como se fosse...palco.

-Bem vinda, Amelia.- Weber aparece com um sorriso enorme.- Gostou das suas roupas, acho que são seu tamanho.

-Um pouco grandes.- murmuro.

-Ah, que pena.- ele afasta algumas mechas do meu rosto e o tiro das mãos dele.- Você está dando uma oportunidade única para nós.

-Sim, sim, vai ser única.- o encaro.

-Por isso, quero ter s chance de apresentar você aos sócios.- ele aponta para uma parede e franzo as sobrancelhas.

O vidro fumê fica mais claro e vejo umas dez pessoas lá dentro sentadas em cadeiras e tomando champanhe, consigo reconhecer Richard Fox das fotos dos arquivos e travo o maxilar ao ver cada um deles ali como se fosse um espetáculo.

-Senhoras e senhores, Amelia Ballard-Hunt deve estar super animada por estar aqui essa noite e servir de lição de que todos os Ballard-Hunt podem ser derrotados.- ele segura meu rosto entre as mãos e bufo.- Obrigado, querida.

-Quero ouvir você dizer obrigado depois.- sussurro.

-Bom, você é muito arisca.- ele suspira e me solta.- Como vocês podem não se lembrar, vou dizer como tratamos Nathan desde o começo.

Olho para os sócios e eles parecem interessados na história, apesar de achar que eles estão mesmo é esperando o que vai acontecer mais para frente. Olho envolta e não vejo Nathan, será que eles conseguiram o que queriam com ele ou Nathan conseguiu enganar eles como fez da última vez em que tentaram?

Preciso saber onde ele está e se ainda é ele mesmo, preciso saber disso antes de começar a surtar por coisas que não aconteceram ainda. Respiro fundo e Weber dá um passo a frente se preparando para contar a história.

-Nathan foi achado em uma cidade pequena da Filadélfia.- começa.- Como sabem, tiramos crianças de pais que não tem condição para criar os filhos que tem.- ele me encara e desvio o olhar para os sócios.- Nathan foi obrigado a assistir a morte dos pais, crianças que presenciam isso são mais concludentes em seus testes.

Ele começa a se aproximar dos sócios.

-Nathan foi o primeiro na sua turma, dos seis aos treze anos ele era o melhor, mais rápido e mais forte de todos que eu já tinha treinado.- informa.- Porém, isso foi interrompido quando Dakota acabou com o Sr.Blue e a verba foi cortada, assim como os assassinos também caçaram quem vinha fazendo esses testes e roubaram as cobaia.

-Eles salvaram as crianças que você roubou dos pais.- digo com raiva.- Crianças que você não tinha o direito de pegar.

-Os testes foram suspensos, mas nem por isso Nathan deixou de ser o melhor, treinou com a própria Dakota e cresceu forte.- ele sorri.- Provando que os nossos resultados dão duradouros e eficientes. E mesmo depois de todo esse tempo, ele continuou produzindo as células que permitem que controlemos o seu corpo e sua mente.

Junta as mãos na frente do corpo.

-E hoje, finalmente conseguimos completar os testes no nosso cobaia mais avançado.- Weber fala e fico paralisada.- Nathan passou pelo controle essa manhã e está respondendo bem às ordens que são lhes dadas.

Weber vira para mim e controlo minha respiração quando ele fica atrás de mim, então tira a trança do meu ombro e me sinto exposta com todos aqueles sócios me olhando como se me odiassem, como se odiassem o que toda a minha família fez com eles. A primeira coisa que eu faria quando voltasse para LA seria provar que minha família não é nem um pouco fraca.

Eu vou acabar com casa um deles.

-E oara provar isso para vocês, que não são bobos de investir em algo que não viram.- ele fala e alguns riem.- Amelia vai servir de fase teste para Nathan, ainda precisamos fazer uns ajustes, mas ele será mais que perfeito.

-Ele era perfeito do jeito dele.- digo baixo.

-Sempre há mais perfeição.- sussurra no meu ouvido.

-Foi bom ter conhecido Amelia Ballard-Hunt e ter sabido como exatamente ela morreu.- ele aperta meus ombros e me sacode.- Ela é filha de uma das melhores assassinas do nosso tempo, pena que não tenha herdado o título da mãe para se proteger.

Ele não sabia do que eu era capaz.

-Podem começar a gravar.- ele esfrega meus braços e ignoro a dor que isso provoca.- Devo avisar que a isca está com ferimentos a bala no bíceps esquerdo e na coxa direita, então podemos ter uma demostração fria e rápida.

-Nos seus sonhos.- murmuro.

-Não vou sentir sua falta.- ele beija minha cabeça e faço careta.

Então vai para frente do vidro e a mulher que estava com as chaves da minha algema me solta, respiro mais aliviada por não ter que me soltar sozinha e esfrego os pulsos enquanto ouço algo atrás da porta do outro lado.

A luz falha por um momento e Weber parece achar estranho, mas não se abala. Suas mãos se mexem de animação e ele assente para o cara que está guardando a outra porta. Mordo o lábio quando a porta abre e Nathan aparece de uma forma que quebra meu coração em milhões de pedaços.

Nathan está no típico uniforme preto que os assassinos usam, seu olhas está frio e longe e seu rosto parece de pedra. Ele anda até mim como se eu fosse nada e para na frente de Weber, me seguro para ficar no lugar em que estou e vejo Weber sorrindo para mim.

-A cobaia só obedece ao som da minha voz.- ele explica para os sócios e minha espinha gela.

-Nathan.- o chamo e ele nem pisca, fazendo Weber sorrir.

-Nathan.- Weber chama e Nathan pisca oara mostrar que está ouvindo.- Você só sai daqui quando um dos dois estiver morto, entendeu?

-Sim, senhor.- o gelo na voz dele me faz querer desabar.

-Não poupe nas investidas, se hesitar vai ser punido.- ele vira Nathan para mim e os olhos dele parecem estar analisando um alvo.- Olhe para ela. Mate ela quando eu autorizar.

Nathan fica completamente parado enquanto Weber sai e logo o vidro dos sócios volta a ficar escuro. Tomo coragem e caminho até Nathan com passos rápidos, seguro seus ombros e o sacudo enquanto tento pensar em alguma coisa para trazer ele de volta.

-Nathan.- sussurro.- Sou eu, Amelia.- toco a bochecha da cicatriz dele.- Por favor, você não pode fazer isso comigo.- franzo as sobrancelhas.- Você sabe que eu não vou vencer, sabe disso. Por favor, por favor, não faça isso comigo. Por favor, acorde...

-Nathan....- Weber diz em um microfone e ws sobrancelhas dele se levantam como se estivessem esperando um comando.- Mate ela.

O primeiro golpe é o mais doloroso.

O Primeiro Erro - 5° Geração Onde histórias criam vida. Descubra agora