Capítulo 13

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Apesar de as vezes sentir saudade dos momentos que tinha com a Maiara eu resolvi seguir, já que pra ela não parece fazer tanta diferença assim.

Agora eu vejo seus store, mas não os comento, ela também segue vendo meus stores e chega a ser doido isso, pois num passado não tão distante quem reagia à stores era eu e eu apenas torcia pra que ele notasse, mas ultimamente ela tem curtido bastante meus stores.

Eu resolvi viver e seguir como seguia antes de ter tido algo com ela. O sentimento não mudou, mas voltou a ser do jeito que era antes, quando eu era apenas uma fãs anônima apaixonada por seu ídolo e nada mais que isso.

Já estávamos próximos do fim de semana, um dia tranquilo em casa sem serviço pra fazer pois já havia adiantado tudo que tinha pra esse dia.

Pego meu celular e resolvo fazer uns stores com a música que estava tocando na tv de casa.

Abro o Instagram e já abro os stores e começo a gravar. Ao fundo estava tocando: Porque tá reagindo meu stories? Cobrando explicação que eu não te devo. Não é da sua conta onde eu ando. O que eu faço, quem eu beijo.

Finalizo o stores mostrando o drink em minha mão como se fosse fazer um brinde e dou um sorriso.

Sigo curtindo a minha companhia e uns bons drinks por longas horas, até que o porteiro do prédio liga avisando que eu tinha visita.

Júlia, talvez não tenho falado sobre o que estava rolando entre nós, mas não era nada de muito espetacular, estamos apenas nos curtindo, quando rola é incrível, mas não passa disso. Quem não está pronta pra se relacionar agora sou eu.

Ouço a campainha de casa tocar e logo me levanto de sofá e sigo até a porta. A abro e vejo a Júlia, como sempre linda.  Ela veste um short branco calado em seu corpo cintura alta e um cropped.

— Começou a festa sem mim? - Ela diz entrando e me cumprimentando.

— Se soubesse que viria eu teria esperado.

Volto a sentar no sofá ela faz o mesmo. É incrível está com ela, dividir um momento com ela, mas não é nada além disso. A parte boa disso tudo é que ela sabe muito bem disso. Eu só espero que ela não seja como eu.

Ofereço  drink pra ela e começamos a beber juntas. Entre uma bebida e outra é óbvio que rolaria uma beijo e tudo mais. Fora todos os stores que estávamos gravando. Quando comecei a viajar com as gêmeas acabei pegando esse costume de gravas stores com mais frequência, então não mudou mesmo que eu tenha deixado de ter tantos conteúdos assim, no fundo eu ainda gosto de registrar momentos que me deixam felizes e que eu estou com pessoas queridas. E esse era um deles.

O álcool já estava fazendo parte do nosso corpo, as risadas já estavam frouxas. Os sentidos um pouco confuso e a música ao fundo tocando. Já havíamos passado pelo sertanejo, forró, samba, pagode e agora estamos no axé.

O pouco que conheço a Júlia sei que ela curtir dançar, não importa o ritmo, ela da um jeito de envolver uma dança e isso a deixa ainda mais engraçada.

Registro todas as danças estranhas que ela faz e que me arrancar várias gargalhadas. Por um momento eu realmente esqueci que tinha tanta coisa em meu coração e em minha mente que precisava mesmo dar uma pausa.

Gravamos vários stores, acredito que quem vê de fora imagina que estávamos em um relacionamento incrivelmente perfeito e que fomos feitas uma pra outra.

Mas a verdade é que nem chegamos perto disso. O beijo, a companhia, o jeito, a leveza, tudo com ela é realmente bom, mas não é o que quero.. não é quem eu quero.

As horas passaram e eu me dei conta de que já era quase onze da noite. Já estávamos alterada, a Júlia muito mais que eu, mal se aguentava em pé.

— Vamos deitar? - Falo a olhando.

— Preciso ir embora!

— Você deve tá louca. Não vai sair daqui assim, amanhã você vai.

Arrasto ela até o quarto e a deito na cama. Eu como estava mais tranquila, resolvi ir tomar um banho antes de me deitar.

Tomo um banho rápido, troco de roupa e me junto a Júlia na cama. Não estava com tanto sono assim, então resolvi dar uma olhada nas redes sociais.

Abro o Instagram e vejo os stores e o feed, curto e comento algumas coisas mas não dou muita importância.

Abro meus stores pra da uma verificada e vejo que todos que eu havia publicado a Maiara tinha visto. Se fosse a uns dois meses atrás eu acharia bem estranho, mas de um tempo pra cá, ela anda vendo tudo que eu posto. As vezes reage a um e outro, mas só fica nisso.

Bloquei meu celular e deixo de lado, quando me viro pra tentar pegar no sono o mesmo começa a tocar. Rapidamente o alcanço e até do sem nem ao menos olhar quem estava ligando.

Ligação on.

Te acordei?

Mesmo se eu tivesse no meio de uma multidão eu reconheceria aquela voz.

— Maiara.. - Falo surpresa. — Tá tudo bem?

— Desculpa, devo ter te acordado.

— Estava indo dormir agora.

— Sinto saudade de você.

— QUE?

— Já faz um tempo que não te vejo, eu te dei um tempo pra não te fazer sofrer ou te deixar sem jeito. Mas pelo que vejo nas suas redes sociais, você parece ter me esquecido. - Ela da uma pequena risada.

— Você ligou pra falar o que afinal? Você quer saber alguma coisa? - Falo confusa.

— Nossa, tá com raiva de mim?

— Não..

Linda, tá falando com quem? Vem dormir! - Júlia diz com voz de sono.

Ouço do outro lado da linha a Maiara rindo, mas não por ter achado graça de algo, ironicamente, como se tivesse ouvido algum absurdo.

— Linda.. sério?

— O que tem de mais?

— Estava sem sono e com saudade queria conversar com você, pois você sempre me ajudava de alguma forma ouvindo as minhas loucuras. Mas acho que me precipitei quando pensei em te ligar. Pelo jeito você está muito bem acompanhada e eu não quero te atrapalhar.

— É, talvez tenha sido um momento ruim. Mas fiquei preocupada, fazia tempo que não nos falávamos, achei que havia acontecido algo.

— Não!

Ela fica em silêncio do outro lado da linha, a única coisa que consigo ouvir e sua respiração pesada.

— Mai.. tá aí? Se não for dizer mais nada eu vou desligar.

— Boa noite, lind.. boa noite!

Ela desliga e eu continua da mesma forma que fiquei quando atendi, perdida, sem entender muito bem a finalidade da ligação. De primeira ela parecia animada mas com receio, depois tudo que deu pra sentir em sua voz foi uma chateação, um desapontamento. Não consigo afirmar, mas nitidamente ela não parecia feliz.

Volto a me deitar e esperar que o sono tome conta do meu corpo e eu então adormeça.

Quando as coisas acontecem. - Maiara e SN. Onde histórias criam vida. Descubra agora