Apesar de eu achar que ficaria um clima estranho desde a manhã de sábado onde transamos como se não houvesse amanhã.
Tudo ia bem entre nós, apesar dela sempre fazer uma brincadeira de duplo sentido que no final eu só dou risada e nada além disso.
Hoje é domingo e último show que estava agendado pra eu acompanhá-la nessa semana já havia chegado ao fim.
E como sei que não seria diferente dos outros dias e ainda mais por estarmos em Goiânia era nítido que sairíamos pra aproveitar o começo das folgas.
A balada de sempre, com os amigos e a as pessoas de sempre. Já estamos a caminho a menos de cinco minutos da balada que costumávamos ir. Bom, eu sempre venho quando estou com meus amigos e por incrível que pareça é uma das baladas que as gêmeas mais gostam aqui também.
Chegamos e logo fomos direcionados a área vip do local. Não sabia ainda se meus amigos viriam, já que a bateria do meu celular fez questão de acabar antes mesmo deles responderem.
— A noite é uma criança! - Maraisa diz toda animada trazendo uma rodada de shot de tequila. — Bora!
Ela pega um copo e espera que todos peguem o seu. Começou com tequila sei que provavelmente todos aqui sairão pelo menos arrastado desse lugar hoje.
Pego meu copo e logo viro e todos fazem o mesmo. Como sempre a música é extremamente boa e animada. A vontade de dançar toma conta de mim, tequila sempre foi meu ponto fraco. Não tem vergonha alguma que permaneça no meu corpo depois de quarto doses de tequila.
— Vamos, Bruno? - Falo apontando pra pista de dança.
Eu sei que a Mai adora dançar, mas ela tá envolvida em uma conversa com seus amigos que não quero a tirar dali e outra, levar ela pra dançar é meio que assinar a sentencia de que pararei em sua cama sem dúvidas.
— Vamos! - Ele diz saindo em minha frente em direção da pista de dança.
Segui ele até a mesma e começamos a dançar. Tudo em mim é tomado pelo ritmo da música que estava tocando. Não existe se quer uma parte do meu corpo que não está se mexendo agora.
Ficamos ali por longos minutos, estou tão envolvida que mal me dou conta de que o Bruno já não está ao meu lado. Mas não paro por isso, continuo dançando como se a minha vida dependesse disso.
Até que sinto dois braços envolverem a minha cintura e me virar me deixando de frente pra ela.
— Júlia! - Falo animada. — Não achei que viria. Cada o restante do pessoal?
— Estão por aí perdidos! - Ela diz animada.
Continuo dançando com ela até que começamos a nos beijar, o beijo é bom, mas não preciso lembrar que não é como o da Maiara. Mas dane-se, não preciso comparar qualquer pessoa que eu beije a ela. Foi-se o tempo, tenho que entender que ninguém será como ninguém, tudo é diferente.
Dançamos super animadas e ligadas uma a outra. Entre uma música e outra nos beijamos, sorrimos, gritamos. A vibe entre nós é incrível eu não posso negar, mas somos interrompidas quando sinto alguém segurar em meu braço e me arrastar dali pra algum lugar que eu mal consigo ver.
— Meu, o que você tá fazendo? - Falo a olhando assim que ela praticamente me joga pra dentro do banheiro. — Porra Maiara, você tá doida? Não viu que eu estava curtindo?
— Curtindo com aquelazinha? Você já escolheu pessoas melhores pra curtir com você. - Ela diz com raiva.
— Tá se referindo a quem? Você? - A encaro.
— Exatamente!
Solto uma gargalhada olhando em teus olhos e vejo eles serem tomado pela raiva.
— O que você acha que te dá o direito de me arrastar de lá pra cá?
— Você veio comigo! - Ela diz me encarrando.
— E? - Dou de ombros. — Eu vim com você, mas eu não sou sua!
— Como você consegue? - Ela diz irritada. — Você estava na minha cama ontem e hoje já está beijando outra pessoa hoje.
— Maiara, você conhece a palavra solteira? - Eu a olho com um sorriso irônico no rosto. — Eu estava na sua cama ontem, e você quer que eu faça o que? Eu realmente estava na sua cama mas nem por isso eu me torno sua. Eu NÃO SOU SUA, continuo solteira e disposta a curtir a minha vida, beijando quem eu bem entender. Não era isso que você queria?
— Disse certo, era o que eu queria.. - Ela fica em silencia e me olha.
— Então pronto! Pra mim está ótimo assim, ninguém se machuca e fica perfeito pra todo mundo.
— As vezes eu acho que você se faz de tonta pra não entender o que está bem na sua cara.
— Não me faço! Mas talvez você deveria cogitar a possibilidade de que certas coisas no momento já não me interessa e caso você esteja falando do que eu imagino que esteja, eu estou bem sozinha nesse momento, fazendo o que quero e curtindo da forma que eu julgar ser melhor.
— Está me dizendo que o melhor pra você é aproveitar suas noites e seus dias livres com aquela mulher na pista de dança?
— Não só com ela, mas com quantas eu julgar necessário!
Ela respira fundo e se afasta de mim, passa a mão pelos seus cabelos e vira de costa. Eu fico parada encostada na pia apenas a olhando, até ela voltar sua atenção pra mim de novo.
— Me diz o que você quer.. o que você quer de mim? O que você quer que eu faça pra você?
— No momento eu não quero nada! Eu estou levemente bebada, você também, nada que a gente converse aqui vai valer de alguma coisa. Eu só estou seguindo o que você me disse pra fazer a meses atrás. Não era o que você queria?! Então pronto!
— NÃO ERA! Eu estava enganada, eu só tinha medo de me entrega essa é a verdade. E sabe de uma coisa, te ver beijando outras pessoas por aí me mata aos poucos, acaba comigo e com tudo que eu construir no decorrer desses meses. Você não tem noção mas fode com meu psicológico, emocional.. tudo. Que porra você fez comigo? Eu nem me lembro ao certo a última vez que me senti assim por alguém.
Eu paro e a olho com atenção. Me lembro de quantas vezes eu desejei ouvir tudo isso dela, quantas noites em claro eu passei imaginando como seria diferente se ela aceitasse se arriscar comigo.
Ouvi-la agora confessando tudo isso, me deixa mexida, não tem como eu negar que ela mexe comigo. Mas não tem como eu ignorar o fato de que ela também está levemente tomada pelo álcool.
Não posso e nem vou me entregar agora, não tenho certeza de seus sentimentos, mesmo aparentando ser sincera todas as suas palavras.
— Maiara, eu não vou conversar com você sobre isso agora e nem aqui. Você está bebada e pode simplesmente mudar de ideia quando acordar. E eu não vou cair nisso de novo.
— Eu estou sendo sincera! Eu não aguenta te ver em outros braços, beijando outras bocas é demais pra mim.
— Não é tão simples assim, eu sofri por você e tive que aprender a seguir depois de tudo isso. - Me viro indo em direção da porta. — Eu vou voltar pra onde eu estava, faça o mesmo e volte pra ficar com a sua irmã e seus amigos. Não vou voltar com vocês, quando você tiver certeza do que sente e do que quer, voltamos a conversar sobre isso. Mas até lá, faça por onde pois não será tão simples assim me fazer acreditar que dessa vez é realmente real.
Passo pela porta e volta pra pista de dança, assim que chego encontro todos os meus amigos ali. Resolvo não falar sobre e só aproveitar o resto da madrugada. Poderia simplesmente voltar pra casa e pensar sobre isso, mas não vou me submeter a isso novamente.
Ela sempre aparece e da um jeito de bagunçar a minha vida, se ela quer, se ela sente o que diz sentir, saberá o que fazer pra me fazer acreditar.
Continuo curtindo com meus amigos e bebendo tudo que tenho direito até já não aguentar mais e voltar pra casa.
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Quando as coisas acontecem. - Maiara e SN.
FanfictionMaiara Carla, atualmente tem uma dupla com sua irmã gêmea. Uma vida inteira almejou conquistar o mundo, ser conhecido por seu talento e dedicação. Maiara sempre sonhou em viver um amor real, sincero, companheiro e leal. Mas suas experiências passad...