Quando as coisas acontecem. - Maiara e SN.

Capítulo 14

Maiara narrando.

— Eu não gostei do vídeo que foi postado nas nossas redes sociais. - Falo descendo as escadas.

Assim que a Maraisa ouve minha voz ela se vira no sofá me olhando confusa.

— O que você não gostou no vídeo? É o formato que sempre postamos dos resumos dos nossos shows.

— Não gostei! Acho que devíamos contratar alguém que ficasse encarregada apenas de fazer isso.

Dou a volta no sofá ainda a olhando e me sento ao seu lado um pouco irritada.

— Irmã, vamos lá. Você não gostou do vídeo que foi postado,  mesmo sendo o tipo de vídeo que postamos a ANOS. - Ela me encara. — Você tá de mal humor por causa disso?

Não era bem por causa do vídeo toda a minha irritação e mal humor. Toda a minha semana se resumia a ela. A pessoa que eu costumava chamar de linda a meses atrás, que praticamente convivia comigo e agora eu mal via.

Bom, pessoalmente né. Pois pelas redes sociais vejo o quanto ela tá aproveitando a vida. Sempre diz que tá sem tempo e trabalhando demais, mas nas horas seguintes sempre arranja um tempo pra tá em algum barzinho ou balada aproveitando a noite.

Por que eu tô me importando tanto com isso? Eu devia era nem me importar. Ela é solteira, não me deve satisfação e eu não tenho direito de ficar chateada. Argh.

— É! - Cruzo os braços abaixo do peito e encosto no sofá. — Acho que devíamos da uma inovação, fazer algo mais dinâmico.

— Tá, mas onde vamos encontrar alguém que mexa com isso assim tão rápido? Amanhã já temos show e essa pessoa vai precisar nos acompanhar nesses shows pra poder gerar conteúdo.

— Tem aquela menina la... - Dou uma de esquecida. — Não lembro o nome dela.

— Quem Maiara?

— Quem, gente?

O Bruno diz entrando na sala e nos chamando atenção. Eu olho e logo penso que ele saberá de quem estou falando.

— A Maiara quer um social mídia pra fazer os conteúdos das nossas redes sociais.

— Que? - Ele diz rindo. — Desde quando você se interessa por essas coisas? Nunca te vi reclamar sobre a qualidade do que é postado nas redes sociais.

— Segundo ela temos que dar uma renovada e contratar alguém que trabalhe com isso.

— Sabe que a pessoa que costumava acompanhar a Maiara nas viagem trabalha com isso né?

— Sério? Nem lembrava. - Minto.

Eles me olha e volta a encarar um ao outro e começam a rir.

— Irmã, me diz que você não teria coragem de fazer isso. - Ela me olha incrédula e sorrindo.

— Fazer o que? Eu não estou fazendo nada.

— Por favor Maiara, quem não te conhece que te compre. Já entendi o que você tá querendo fazer. Não sabe como pedir pra ela voltar, né irmã?

— Nossa Maraisa, o que isso tem a ver agora? - A olho seria.

— Concordo Maraisa. - Bruno diz me olhando. — Eu tô vendo ela saindo por aí e pelo jeito muito bem acompanhada. Não tenho visto ela nos shows com certa frequência e nem no camarim ela tem entrado ultimamente, apesar de postar stores em alguns shows de vocês, ela já nem fica na grade mais.

— O nome disso é.. SAUDADE! - Maraisa cantarola e gargalha. — Será que temos mesmo uma Maiara rendida?

— Sem dúvidas, quer até que a menina trabalhe pra ela, pra ela poder ver a menina com frequência. Se isso não é estar rendida eu não sei o que é.

Eu os olho e reviro os olhos. Apesar deles estarem certos eu não preciso afirmar isso pra ninguém. Já basta conviver com isso tudo que estou sentindo todos os dias. Não preciso de ninguém pegando no meu pé e me lembrando da pior burrada que já havia feito: Deixado ir embora quem eu nitidamente queria que ficasse.

— Eu não vou ligar pra ela! - Falo me levantando do sofá.

— Ué, mas não é você que quer, irmã? - Maraisa se vira me olhando.

— Nós queremos, Maraisa. Vocês devem ter o contato dela, liguem e resolvam isso com ela.

Saio da sala indo em direção da cozinha. Pego um copo no  armário e uma garrafa de água na geladeira, me sento nas banquetas que tem ali e fico pensando se realmente foi uma boa ideia propoe um serviço pra ela. Pode da muito certo ou muito errado, não acredito que tenha um meio termo pra isso.

(...)

S/N narrando.

Estou em casa terminando alguns trabalhos de marketing que tinha pra semana quando sou tirada da minha concentração com meu celular tocando.

Não reconheço o número, não tem identificação e nem foto. É simplesmente um número desconhecido. Eu poderia simplesmente ignora, como costumo fazer, mas estou em um dia boa, então resolvi atender.

Ligação on.

— Alô! Quem é?

— Oi, é o Bruno das gêmeas. Te atrapalho?

Devo me preocupar em está recebendo uma ligação do Bruno ou devo simplesmente agir naturalmente?

— Oi Bruno, desculpa. Tudo bem? Estranhei, é que não tenho seu número aqui. Posso te ajudar em alguma coisa?

— Tudo bem! - Ele da risada. — Então, você tá livre esse final de semana? É que estávamos pensando aqui, seria incrível ter alguém da área pra fazer os conteúdos das redes sociais da gêmeas. Elas queriam da uma inovada. Então, acabei pensando em você.

Não é possível, eu realmente estava tentando fazer de tudo pra não ter tanto contato assim com a Maiara. Apesar de está saindo e curtindo, vez ou outro eu ainda lembro dela. Afinal, não é tão fácil esquecer uma mulher como ela.

— B-bom.. - minha voz falha. — Esse final de semana?

— É mulher, esse final de semana. Na verdade amanhã você já teria que ir viajar com a gente. Caso, você fique em dúvida por não saber se as gêmeas estão de acordo, relaxa, que elas estão muito de acordo. Principalmente a Maiara! - Ele da risada.

— Tudo bem, dou um jeito na minha agenda aqui e consigo fazer esse serviço pra vocês.

— Você é incrível! - Ouço ele comemorar do outro lado. — Vou te mandar a localização da onde partiremos amanhã, com horário e tudo.

— Ah, obrigada! Nos vemos amanhã então. Beijo.

— Tchau, beijo!

Finalizo a ligação sem acreditar que aceitei um trabalho com as gêmeas, como as coisas estavam indo, tem grandes chances disso ser realmente uma loucura.

Fazem meses que mal tenho contato com a Maiara e no fundo eu realmente não sei como ao certo vou reagir quando a ver. Eu não faço ideia de como isso vai ser, vou tentar ser a mais profissional possível.