Capítulo 12

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Maiara narrando.

— Que cara é essa Maiara? - Paulinha fala assim que volto pro camarim. — Alguma coisa saiu errado?

— Nada, Paulinha. Tudo perfeito como sempre! - Falo um pouco chateada.

— Irmã, não é o que parece. Você estava super animada no começo e no meio do show, depois pareceu mudar de humor. Eu não entendi foi nada.

— Estou apenas cansada.

— Esse cansaço tem nome? - Bruno falo rindo.

— Que nome Bruno? - Maraisa diz o olhando.

— Talvez alguém que tem o costume de beijar sem querer. Conhece, Maraisa?

— Beijoqueira, talvez?

— Vocês são ridículo! - Me sento no sofá que tem e respiro fundo. — Paulinha, pode me trazer uma dose de whiskey.

Todos me olham, pois sabe que eu mal tenho o costume de beber whiskey, mas estava chateada e eu mal estava entendendo o porque. Eu só queria beber e ir pra casa.

Não demora até que a Paulinha volta com o que eu havia pedido. Bebo uma, duas, três doses até a Maraisa me breca e simplesmente me proibir de continuar.

— Hora de ir embora! - Ela diz segurando em meu braço. — Você já bebeu demais.

Dou uma leve resmungada mas concordo. Apesar de não se sentir completamente bebada, eu tenho noção de que não estou no meu melhor estado agora.

Não demora pra que chegamos em casa e a Maraisa me leva direto pro banho pra tentar fazer com que o efeito do álcool passe pelo menos um pouco.

— Porra irmã, não podia ser água quente?

— Não Maaiara, água quente não iria resolver nada. Toma banho sem reclamar.

— Argh!

Termino meu banho e saio enrolada na toalha, Maraisa já havia separado um pijama pra mim. Não preciso dizer que era um potiguar né?! Me troco e me deito na cama. Vejo a Maraisa ir em direção da porta pra poder sair do meu quarto.

— Irmã, fica comigo! - Faço biquinho. — Por favorzinho!

— Eu fico! Mas posso pelos menos ir até meu quarto tomar banho?

— Pode! Mas não demora!

Ela sai do quarto fechando a porta e me deixando sozinha. Na hora me lembro da cena que havia visto no show. Na hora peguei meu celular pois queria saber se ela realmente estava com alguém, que seguiu a vida.

Abro o Instagram e vou pulando os stores até parar no dela. Vejo algumas gravações do nosso show, a amiga que ela vive junta e a tal menina que eu nunca havia visto na vida em todo esse tempo em que passamos juntas.

Passa mais alguns stores até um em que ela aparentemente parece está super bem e feliz. Curtindo a balando com sua amiga, dançando incrivelmente linda. E no mesmo instante eu me xingo por ter aberto mão de alguém tão incrível assim.

Conforme os stores vai passando, chega em um que eu desejei do fundo do meu coração nunca ter visto. A amiga dela está na frente da câmera gravando tudo que está rolando ao redor e bem no fundo da pra ver ela beijando a menina que estava com elas no show. Que merda! Volto o store algumas vezes pra ter certeza do que tô vendo e o próximo só piora. Elas dançando como nós costumávamos dançar, juntas, coladas de uma forma que mal dava pra saber onde uma começava e a outra terminava e aquilo de alguma forma me deixou extremamente chateada, com raiva e todos os outros sentimentos.

— Que merda! - Falo jogando o celular na cama.

A Maraisa entra bem na hora e para e fica me olhando. Fecha a porta e se aproxima de cama e senta virada pra mim.

— Seu celular tá ruim?

— Não!

— Uai, por que tá jogando ele assim então?

— Por nada, Maraisa! - Esbravejo.

— Por que você tá falando assim comigo? Eu te fiz alguma coisa que eu não sei ainda?

— Não, não fez nada. Eu só estou com raiva agora.

— Uai, raiva do que? O que aconteceu nesse tempo que fui tomar banho?

— A Linda...

— QUE? Cê tá falando sua linda?

— Minha não, porque pelos stores que acabei de ver ela tá sendo de qualquer outra pessoa, menos minha.

— Eu sei que tu não deve ter esquecido, mas caso isso tenha acontecido por causa da bebida. - Ela me encara. — Você ainda tem noção de que quem pois tudo a perder foi você né? Você sabe que quem disse que não queria nada foi exclusivamente você.

— Eu sei, Maraisa. Não precisa ficar me lembrando.

— O que que mudou de lá pra cá? Porque se você sente por ela o que parece sentir agora, não parece ter sido algo que acontece do nada depois que ela foi embora.

— Não.. realmente não foi. Mas não estava segura pra iniciar seja lá o que quer que poderia ser iniciado entre nós. Não me sinto segura pra isso ainda.

— Você tá sendo é burra! Desculpa irmã, mas ninguém encontra alguém incrível e que fecha cem por cento com a gente e deixa ir embora assim. Cara, eu via o quanto ela se esforçava pra ir nas viagens com a gente, eu via o quanto ela adiantava os serviços só pra poder curtir e te dar atenção. Maiara, na boa, eu não sei o que você pensa em fazer a partir de agora. Mas eu espero muito que ela ainda esteja disposta a te ouvir, porque se eu fosse ela eu até voltaria com você, mas só depois de você provar de todas as formas possíveis que realmente me ama. Não iria me entregar mais uma vez pra algo incerto.

— Eu nem sei o que estou sentindo, as vezes é só carência, saudade do que tínhamos que era leve. As vezes nem é paixão e nem nada do tipo.

Quem eu quero enganar? Bebida nenhuma seria capaz de me fazer sentir algo por alguém que eu realmente não sinto nada. Carência nenhuma no mundo me faria desejar alguém só pelo prazer.

O que me dá mais raiva ainda é imaginar ela deitando em outra cama, beijando outra boca, sentindo outro cheiros, explorando outro corpo que não seja o meu.

— Como você ê idiota!

— Eu? - Maraisa diz sem entender.

— Eu irmã, você não.

— É irmã, se quiser vai ter que correr atrás do prejuízo.

Realmente, se eu quiser terei que correr atrás do prejuízo, mas o pior disso tudo é que eu nem faço ideia de por onde começar.

Quando as coisas acontecem. - Maiara e SN. Onde histórias criam vida. Descubra agora