Capítulo 46

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O tecido da agenda era de couro, mas diferente da original, esse era preto e não marrom, não que fizesse diferença, não realmente.

Jungkook olhou dentro e fora, antes de concordar sacudir a cabeça positivamente, deixando a agenda em cima da sua mesa, os nomes e telefones falsos preenchendo as noventa folhas amareladas do objeto.

Não querendo perder o tempo de espera, resolveu trabalhar, aprovou alguns documentos e depois clicou na parte secreta do software. Mas, igualmente a outra vez, não podia passar da primeira fileira de informações. Leu e releu, fez algumas anotações e teve certeza que falavam realmente de um dragão.

Um xingamento no corredor chamou atenção de Jungkook e ele esperou, sabendo quem estaria ali em poucos segundos.

Contou até vinte em sua mente e Lee Hyun entrou na sala, a expressão sempre igual, um eterno sorriso de lado com os olhos vasculhando tudo e todos. Jungkook deixou sua mente se acalmar. Não tinha alegria em ver aquele homem, não depois de todas as ameaças a agressões.

— E, aí? — Hyun levantou as sobrancelhas, apontando seu queixo para cima. — Alguma coisa?

Jungkook não queria alongar conversa e possíveis agressões, então pegou a agenda de couro e a estendeu na direção do seu pai, levantando-se da cadeira no processo.

— O que é isso? — perguntou Hyun, desconfiado. Ele tocou a capa de couro preta, mas não abriu.

— Roubei da mansão — afirmou Jungkook. — São todos os vampiros e contatos que Kim Seokjin tem.

O homem levantou uma sobrancelha, abrindo a agenda. Ele olhou uns nomes por alto, alguns que conhecia de ataques antigos, e voltou a fitar o filho.

— Como você fez isso? — perguntou Hyun.

— Eles confiam em Jimin e em mim, você sabe. Então, foi fácil distraí-los enquanto eu pegava a agenda. — Jungkook suspirou pesado, olhando o pai no fundo dos olhos. — Estou livre agora? Você tem o que queria.

Hyun deixou o ar escapar por seu nariz para em seguida estalar a língua, segurando a agenda e a passando de uma mão para a outra antes de a colocar debaixo do braço.

— Eu irei em uma viagem, uma missão — Hyun disse, levantando e abraçando os ombros. — Você tem uns dias livres de mim, garoto — comentou, levantando uma das sobrancelhas. — Só não deixa um dos seus sanguessugas matar mais caçadores.

— Os caçadores não morreram e não é culpa minha que esses inexperientes tentaram lutar com um vampiro antigo só porque pensaram que tinham vantagem por ser dia.

Hyun estalou a língua outra vez, segurando a agenda em suas mãos e a mostrando para o filho.

— Essa agenda será investigada e só depois, se eu estiver satisfeito, você estará livre.

— Espero que você nunca volte dessa viagem — Jungkook proferiu sem desviar os olhos do próprio pai, há tempos não tinha qualquer resquício de carinho pelo homem.

— Também te amo, filho.

O rapaz mostrou o dedo médio para o pai, que riu alto, acenando e saindo do escritório em seguida.

Jungkook suspirou pesado, sentando-se com cuidado na cadeira e então sorrindo abertamente.

O plano deu certo.


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