Capítulo 32

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Jungkook acordou com o barulho de vidro se quebrando. Ele arfou e sentiu os dedos de Jimin se apertando contra ele, antes de soltá-lo para se sentar.

— O que foi isso? — Jungkook perguntou, em um tom baixo. — Tem alguém dentro da casa?

Jimin esfregou o rosto, pegando seu celular na cabeceira.

— A casa é protegida contra vampiros — disse Jimin. — Será que é o babaca do seu pai?

Murmurando possibilidades, Jimin abriu o aplicativo da câmera de segurança e então sua expressão ficou mais tranquila e um tanto triste. Jungkook esperou por uma resposta e a que recebeu o deixou ainda mais confuso:

— É uma visita para você — explicou Jimin, voltando a se deitar. — Pegue o guarda-chuva que está chovendo forte.

— Como assim para mim? É o meu pai?

— Não... — Jimin fitou o noivo e sorriu fracamente. — É alguém que você quer ver. Vai lá, só não se molhe muito.

Jungkook não precisou de uma resposta para imaginar quem seria. Ele se levantou em silêncio, pegou o seu casaco antes de sair silenciosamente do quarto e descer a escada com a mente a mil. O que faria? O que falaria?

Tenso, pegou o guarda-chuva no armário do corredor térreo e quando chegou na porta de vidro, pode ver a sombra do lado de fora. Somente colocou a senha e saiu.

Seokjin estava parado com pedras nas mãos, completamente encharcado e o olhar bastante vermelho na direção de Jungkook.

— Ah, você está vivo — Seokjin falou sarcasticamente.

— O que você está fazendo, Seokjin? — o caçador perguntou, encolhendo-se quando o vento se tornou mais frio. — Por que está jogando pedras na janela da casa de Jimin?

— Estava jogando pedras no seu quarto! — disparou Seokjin, cruzando os braços.

O caçador sentia as gotas de chuva batendo no seu guarda-chuva e escorrendo por trás do grosso tecido e indo parar atrás dele, algumas batiam no chão de mármore da escada de estrada, já outras escorriam de forma errática e batiam na sua calça de moletom. E, ele percebia isso tudo porque não sabia o que dizer para o vampiro, que não tinha um único pedaço de pele seco, mas não parecia se importar com tal coisa. Não ficaria doente, então, qual o problema, certo?

— Eu não estava no meu quarto — disse Jungkook.

Talvez fosse o necessário, pensou o caçador. Talvez Seokjin entendesse o sentido das palavras e somente fosse embora e nunca mais lhe dirigiria a palavra; seria o melhor na situação que tinha se enfiado.

— Eu queria te ver — Seokjin confessou. Ele olhou Jungkook e abaixou o olhar para o chão. — Pedir desculpas pela maneira que eu agi.

Se Jungkook já se sentia culpado antes, no momento, tudo ficou ainda pior em seu peito. Seokjin pensava que a falta de mensagens era culpa dele, que tinha o magoado. O caçador respirou fundo, tentando controlar a súbita vontade de chorar que começava a surgir em seu peitoral.

— Está tudo bem — disse Jungkook. — Não faz mal, não significou nada de qualquer maneira.

Seokjin fitou Jungkook, analisando-o com cuidado e o caçador se odiou por mentir daquela maneira, por não saber esconder em sua atitude como aquilo tudo estava o machucando.

— Eu consigo ouvir sua mentira — disse Seokjin. — Seu coração não o deixa me enganar, Jeon Jungkook.

A chuva se tornou mais forte e Jungkook viu o vampiro se virando para ir embora.

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