Capítulo 56

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Yoongi estava sentado em uns dos bancos da frente durante o julgamento. A catedral estava vazia naquele horário e os longos bancos de madeira que em dias comuns ficavam repletos de fiéis, daquela vez estavam vazios.

Ele olhou o local, tentando encontrar alguma beleza. A arquitetura antiga em tom amarelo quase escuro era bonita, mas não enchia seus olhos. Já viu tanto daquele mundo e tantas catedrais pela frente, aquela era somente mais uma. Isso não era bom, constatou Yoongi. Ele queria estar mais alegre e talvez até ver algo de realmente belo e inspirador no local, contudo, estava sem esperanças alguma.

Hoseok será solto. Foco nisso.

A presença foi silenciosa ao seu lado. Ele não olhou, conhecia aquele corpo, na verdade, sabia exatamente o momento em que o outro entrou na catedral.

— Você ao menos poderia ter ligado — disse Seokjin.

— Não tive coragem de dizer que me entreguei a ela.

— Não foi preciso. Eu faria o mesmo no seu lugar, apenas acreditei que você fosse mais inteligente que eu.

— Não sou.

— Yoon, você sabe que não pode confiar em Jieun. Por que fez isso?

— Foi a única coisa que pude fazer, Seokjin. Eu precisava... Eu precisava fazer algo. Jieun já tem o que quer. Ela libertará Hoseok e ficará tudo bem.

Seokjin levou a mão à perna do melhor amigo antes de juntar os dedos aos dele. Não queria que ele se afastasse, queria que permanecessem juntos para todo e sempre.

Yoongi sorriu com o gesto e então sentiu outra presença do seu lado. Ele franziu a testa, afinal não podia ser possível! Quando olhou, viu Taehyung, elegantemente vestido, com um sorriso fraco em seus lábios.

— Olá, hyung.

— Tae. Oh, Tae! — Yoongi não resistiu ao impulso e abraçou o outro vampiro com força. — C-como?! Ah! Estou tão orgulhoso de você!

Taehyung sorriu abertamente. Tudo ainda era muito novo para ele, toda aquela situação. Sentiu o vento em seu rosto quando saiu do carro há poucos minutos e os cheiros! Eram infinitos! Cheiros humanos e artificiais, de alguma maneira, amava a todos. As luzes também eram estonteantes, a cidade vibrava, parecia nunca parar. Quando parou de sair de casa, nada era daquela maneira e por mais que assistisse milhares de filmes, ver com os próprios olhos, não era a mesma coisa.

— Estou feliz de estar aqui com vocês — disse Taehyung, respirando fundo para não chorar. — Meu coração está batendo com força, mas eu consigo. Por vocês.

Yoongi puxou o ar, mesmo que não necessitasse de tal coisa. Ele cobriu o rosto com as mãos e precisou de muita força para não chorar. Como faria sem eles ao seu lado? Como viveria sem a sua família? Estava fazendo tal coisa para salvar um dos amores da sua vida, mas sabia que todos os seus dias seriam miseráveis sem eles, seus garotos.

Seokjin afagou as costas de Yoongi.

— Aguente firme, Yoongi — disse Taehyung, afagando o couro cabeludo do amigo. — Não perca as esperanças.

Levantando o rosto, Yoongi olhou Seokjin e Taehyung antes de os abraçar com força, sendo aquele que ficava no meio enquanto os amigos o mantinham protegido em seus braços.

Por séculos, somente teve aos dois em sua vida e agora que tinha outros que também estavam em seu coração, parecia ainda mais dolorido ter que se despedir.

Mas, era preciso.

Own, que bonitinho! Família reunida!

Yoongi fitou a mulher na sua frente. Ela estava toda de preto, com um batom vermelho chamativo e coberta de joias. Seu cabelo estava preso em um coque. Já seus olhos tinham a mesma maldade que possuía sempre.

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