Capítulo 10

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Não esperava que o lugar de refúgio e moradia de In Guk seria uma academia de boxe. O local estava em perfeito estado, parecia que nunca foi devidamente usado.

Enquanto caminhava algo tinha chamado minha atenção, um retrato pendurado na parede. In Guk com um largo sorriso com um braço envolta de um homem que aparentava ser um pouco mais velho.

— Éramos parceiros. — sua voz parecia mais melancólica do que esperava.

Voltei minha atenção para ele, que estava ao meu lado encarando a fotografia com uma certa tristeza. Em alguns momentos sou lenta para captar algumas coisas,mas nesse momento consegui entender que algo tinha acontecido entre a relação dos dois.

— Faz cinco meses que ele se foi, um acidente durante um torneio. Éramos praticamente irmãos desde da faculdade. — ele suspirou — Dois filhos rebeldes que decidiram seguir suas próprias vidas.

Segurei sua mão, entrelaçando meus dedos. Seu olhar agora estava focado nos meus, agora levemente avermelhados. Acredito que tentou ao máximo não chorar em minha frente. Senti sua mão apertar de leve a minha e um sorriso de canto formar em seus lábios, leve e triste ao ponto de não conseguir chegar em seus olhos.

— Então ... Vou te mostrar o restante do lugar. — Mudou rapidamente de assunto e me puxou de leve em direção a uma das salas. Sentia que ainda não estava pronto para falar sobre o assunto.

Deixei ele me guiar em direção a uma sala, ao acender as luzes deixou de ser uma sala de boxe e se tornou um estúdio. Em um canto um computador com alguns aparelhos enquanto no outro uma guitarra, microfone e bateria. Não conhecia esse seu lado, o imaginava no início como um homem mimado pela família rica prestes a herdar a empresa.

Passei a ponta dos meus dedos sobre os equipamentos na mesa, ainda estava aberto em um programa que acredito que deva ser alguma música que está terminando de elaborar.

— Posso ouvir?

Ele sorriu. Um sorriso envergonhado.

— É surpresa, ainda não terminei. Mas, você será a primeira pessoa a ouvir. — ele se apoiou na mesa logo ao meu lado, me encarando ainda com um sorriso encantador.

— Que honra. Então serei a fã número um. — ele riu.

Seus olhos foram em direção aos meus lábios. Seu rosto se aproximava lentamente do meu e gradativamente conseguia sentir sua respiração pesada acompanhado do cheiro do seu perfume doce ao ponto de me deixar inebriada. Meu coração reagiu ao ponto de conseguir ouvi-lo e parece que meu cérebro não estava funcionando direito. O clima tinha mudado da água para o vinho.

— V- Você sabe lutar também? — disse sem pensar

Droga, Bruna!

Os meus neurônios pareciam que tinham dado um curto circuito ao ponto de não conseguir pensar direito. Ele sorriu, era óbvio demais que tinha ficado nervosa e desconcertada com o clima que tinha se formado a segundos atrás.

— Sei. Quer aprender alguns truques?

Seus olhos estavam fixos nos meus de uma forma tão intensa que não ajudava em nada acalmar meu coração que ainda não tinha desacelerado nem por um segundo. Porém, tinha que parecer que não estava tão nervosa, seria vergonhoso.

— Adoraria.

Ele segurou minha mão e me direcionou até o centro onde estava o ringue de luta. Ele soltou minha mão para passar entre as cordas vermelhas maleáveis que delimitavam o ringue. O acompanhei e segurei sua mão que estava estendida, me ajudando a levantar.

Um Dorama em SeoulOnde histórias criam vida. Descubra agora