31. Happy end pt.2

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No dia seguinte, Clarisse estava em seu chalé, terminando de arrumar alguns pesos que seus irmãos haviam deixado jogados pelo chalé.

Assim que colocou o último peso em seu lugar, ouviu alguém bater na porta e quando abriu viu que era Quíron, com uma expressão um tanto estranha.

-Quíron? Ta tudo bem? Precisa de alguma coisa? -ela pergunta preocupada.

-Querida, pode me acompanhar até a Casa Grande? Tem uma pessoa que quer te ver. -ele disse se afastando um pouco da porta, abrindo passagem para ela.

Apesar de Clarisse estranhar um pouco o modo do mestre centauro, ela foi com ele até o local.

Enquanto caminhavam, tentava pensar em quem poderia estar a sua espera.

Seu pai não era, se não ele teria ido por conta própria até seu chalé. Sua madrasta era uma opção, mas não entendia o que Afrodite poderia querer com ela. E também não sabia se a deusa estava confortável com ela ainda, depois do que houve com Silena.

Zeus estava fora de cogitação, ele só colocaria os pés no acampamento se estivesse numa emergência no nível última opção dele. Sua avó Hera, apesar de manter um certo carinho pela deusa, também não teria motivos para aparecer lá.

Quando chegou na Casa Grande, desejou que fosse qualquer outra pessoa no lugar dela. Até um de seus irmãos divinos.

Quíron murmurou um "Estarei na cozinha." Para a garota antes de deixá-las a sós.

A mulher, já de pé, não disse uma palavra sequer enquanto a semideusa se aproximava cautelosamente, como se estivesse chegando perto de uma ameaça.

O que ela de fato era.

-E então? Veio fazer o que aqui?

-Não vai nem me cumprimentar, Clarisse? Não sentiu minha falta? -a mulher disse com a mão no peito como se estivesse ofendida.

-Não, e eu quero acabar com isso logo. Veio fazer o quê aqui? -disse cruzando os braços já sem paciência.

A mais velha respirou fundo antes de se sentar novamente no sofá, e esperou a filha se sentar numa poltrona perto para começar a falar.

-Eu refleti muito sobre nossa relação esses últimos tempos. E apesar de ser difícil para mim, e talvez qualquer mãe, admitir, eu errei muito com você. E estou aqui pra te pedir perdão.

Clarisse nunca viu sua mãe chorar, e apesar de uma parte sua, uma parte tola e sentimental, dizer para ela voltar para ela. A outra parte racional de si, dizia que aquilo poderia ser só mais uma manipulação.

Sim, ela sabia que era horrível pensar aquilo da própria mãe, mas que motivos ela tinha pra acreditar na mulher?

-Você acha que é tão fácil assim? Anos de negligência e maus tratos, não vão se apagar com um simples pedido de desculpa. -a garota disse se controlando muito para não aumentar o tom de voz.

-Eu sei disso Clarisse, eu vim aqui pra poder te entender e ver no que eu errei para poder melhorar. Não quero que nossa relação seja uma guerra eterna. -a mais velha tentou pegar em sua mão, mas não conseguiu.

-Una guerra que você mesma começou. Não vai ser tão fácil assim pra mim te perdoar, e não espere que eu confie totalmente em você. -numa tentativa de controlar a tensão em que estava, a semideusa começou a andar pela sala enquanto falava. -Você tem noção do quão difícil é pra uma criança passar os dias sozinha, esperando que sua mãe a trate com carinho comi qualquer mãe normal. Quando a realidade é bem diferente?

"She fell for the traitor..."Onde histórias criam vida. Descubra agora